Coleção pessoal de nataliarosafogo1943

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sem cura...

por entre a intermitência do caminho,
sento-me a pensar em ti
com carinho,
o vento bate na janela da insónia
a única coisa que não entendo
é este silencioso grito que me vai na alma
esta loucura, este amor frenético
sem cura...


(rabiscos)

nunca te digo quanto te quero, essa forma de amar vivo-a na solidão do que escrevo...

há sempre em mim uma terrível interrogação, se o tempo voltasse atrás, como seria a vida que sonhei e não vivi?

parto, como partem as sombras, devagar, o coração levo rasgado pela violência da vida, e os olhos fechados quando por fim a luz se apagar...

Minhas filhas, elas, as flores das minhas janelas, o Sol que me adentra o coração e são da vida a razão.

nasci no seio da natureza e ainda é minha ventura andar dela saudosa, é meu livro de encantamento, minha fonte de inspiração na doçura que exala...

caprichosas as lembranças, acasalam com o coração e fazem nascer emoções, voam até ao beiral dos olhos, de onde se esgueiram lágrimas de saudade...

a recordação se aviva agora, e a saudade dá conta das minhas mãos que vão escrevendo a alquimia do passado, quando eu era ave saltitando de ramo em ramo

irremediável tudo o que não aconteceu, deixo-me agora a meditar na vastidão das horas...

oiço a chuva a murmurar uma ladainha, enquanto vai humedecendo as folhas caídas pelo chão, nem uma estrela visível no céu, e eu, aqui surda e muda e esta vida que já não muda... cada gota de chuva cai no meu coração, poema que escrevo fica tanto por dizer e a noite a tecer sonhos, não sei se devo ou não devo, colocar o amor mais perto de mim e, afastar a dor da solidão já que meu coração é folha caída, que me ampara na descida...

quando é evidente a solidão, nem levo a sério se dizes que me amas, o eco da tua voz fica na noite que desce sobre mim...faz fronteira com o inverno que me envolve, mas traz-me uma fugaz esperança ao coração, que obstinado ainda te quer ouvir...

hoje não se ouvem os pássaros e há árvores que choram, enquanto eu, desenrolo imagens no pensamento como se as voltasse a viver e, decido amar-te de novo como se fosse a primeira vez...

dobrada sobre mim, encaro o dia para cumprir o costume, esqueço a noite e os ilusórios sonhos...perdido o caminho não é fácil reencontrá-lo

hoje lembrei os medronhos, enquanto o sol se punha no horizonte, acesos ficaram sonhos, no doido intento de me levar à minha fonte...

quanto silêncio... já baixou a lua quando ainda cantam os grilos e eu revivo os sonhos da noite anterior...

rasurei a lembrança de mim, para ver se a saudade me abandona... perdi-me nas décadas que nos separam, hoje não lembro mais!

Sempre que o amor me assalte, que eu morra de amor, amando! Mas se o desdém acerta em cheio, fica a saudade de permeio, e o coração chorando...

estes beijos em teus lábios, são fogo onde me arremesso para morrer d'amor...

nos rochedos da alma há pássaros estranhos que me perguntam se terei vivido..

quando jovens a vida é tão simples como respirar os dias sempre iguais competindo com a suavidade das nuvens...