Coleção pessoal de NandoSonhandor

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O que dá pra rir dá pra chorar
Questão só de peso e medida
Problema de hora e lugar
Mas tudo são coisas da vida
O que dá pra rir dá pra chorar

No jogo se perde ou se ganha
Caminho que leva, que traz
Trazendo, alegria tamanha
Levando, levou minha paz

Tem gente que ri da desgraça
Duvido que ria da sua
Se alguém escorrega onde passa
Tem riso do povo na rua

Alegre é lugar de chegada
É triste com gente partindo
Tem sempre o adeus da amada
O riso chorado mais lindo

Eu posso cantar meu lamento
Também sei chorar de alegria
As velas no mar querem vento
No porto é melhor calmaria

Somente a palavra "sofrência"
Que em dicionário não tem
Mistura de dor, paciência
Que é riso e que é pranto também

Define o Nordeste que canta
O canto chorado da vida
Reclamam no Sul chuva tanta
Errou de lugar na caída

O que dá pra rir dá pra chorar
Questão só de peso e medida
Problema de hora e lugar
Mas tudo são coisas da vida

O que dá pra rir dá pra chorar...

O vento pincelava as nuvens, esparramando-as sobre a abóbada celeste.

Ouvir Estrelas

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo,
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite,
enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e e de entender estrelas.

Setembro é sempre bem-vindo!
A primavera ansiosa dá sinais de sua chegada.
No recôndito da alma, lembranças oportunistas levam-me a um passado aprazível.
Deixem a chuva roubar a cena.
Deixem as gotas ondularem as poças.
Da transparência que não se vê
O cheiro da despedida é um atrativo para as vespas da agonia.
Na paisagem, a marca da chuva de rosas.

Cabelo negro, comprido,
Que vagueia diante da tempestade da inquietude,
Arrastando olhares, sorrisos, suspiros,
Como uma onda agitada numa tarde de mar sereno.

Como um lago límpido que rouba minha imagem,
Ela vem para levar minha paz, meu sossego, minha alma.

Como o hálito fresco de uma ninfa,
A brisa sorrateira desta tarde arrepiou-me o corpo, ao mesmo tempo em que abria a caixa de Pandora de minhas recordações.

Uma aldeia bucólica,
Uma xícara de café,
Um beijo molhado.
É tudo o que quero, é tudo o que preciso neste momento em que os trovões anunciam a tempestade e quando nuvens furiosas avançam ligeiro sobre um sol preguiçoso.

Ao passo da canção
Eu fitava sorrateiramente
Cada fio de cabelo castanho,
Que seguia obstinadamente os contornos daquele corpo.
Assim como meus olhos
Sua cabeleira castanha e sensível lhe servia de apoio para um cabeça pequenina e arredondada.
Ver seu rosto estampado num fundo branco de uma fotografia é meu prazer, meu desjejum, minha oração.

Minha pequena borboleta é linda,
Linda de se preencher os olhos.
Quanta magia há em teus olhos.
Ora castanhos da cor do mel puro e desejado,
Ora verdes tímidos que surgem delicados ao fitar a luz solar.
Somente um anjo para brincar assim com os olhos que são seus.
Te encontrar é como uma ilha a um náufrago.

Quando se perdoa, se ama.
Quando se ama sente-se Deus em si.
Está chovendo! Mas nunca chove demais.

As certezas incertas me trazem incertezas que me traem,
E por sob a penumbra que envolve a noite,
Vou depositando minhas esperanças, presas sob um peso de papel de minha ostentosa vaidade.

As despedidas sempre me são dolorosas. Tão dolorosas quanto a agulha que tateia a veia perdida, porém, no lugar desta quem sofre é o coração.
Como sedativo, um súbito sono me fez dormir mais cedo esta noite, esperando talvez, que tudo não passasse de um sonho, porque uma amizade que se distancia é como uma estrela na imensidão da galáxia.

Como que pacientemente a esperar a queda das últimas folhas do Ipê, ansiava-lhe o amarelo egoísta que anunciava o frescor da primavera. O cheiro do pinheiro trouxera-lhe doces lembranças e preenchera-lhe não só os pulmões mas também a alma de bem-querer.

Embora saiba que me tens tão grande adoração
eu sigo a ordem e esta é dada por meu coração
neste romance existem lances sensacionais,
mas te dar meu amor, jamais.

A gente ama verdadeiramente uma vez
outras são puras fantasias, digo com nitidez
mas uma história de linguagens sensíveis e reais
o que quiseres, mas o meu amor, jamais.

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já.

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida.

Saudade é sentir que existe o que não existe mais.

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam.

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe, perde o juízo por completo em nome de causas e paixões, sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido, tantas vezes provocado, tantas vezes impulsivo. Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.

Jamais pensei que isso fosse acontecer,
Jamais imaginei a plena resignação.
Sem dor, sem lágrimas, sem saudade,
Somente uma imagem 3x4 num canto mal iluminado de minha alma.

É inverno, o céu veste seu casaco mais brilhante.
Vaidosas hortências espiam à beira da estrada,
Enquanto serelepes apressados apanham da pinha derradeira.
Madeira crepita sob as chamas avermelhadas,
Aromas diversos despertam o meu olfato,
No aconchego de um abraço me desfaço,
Na cama macia e quente espera-me minha amada.

Quero num dia de outono,
contar as folhas que caem do ipê,
Quero nas manhãs de inverno,
aconchegar-me ao teu abraço confortante.
Quero numa tarde de primavera,
contemplar o voo da borboleta.
Quero no verão de nossas vidas,
viajar rumo ao brilho do sol,
abrasando nossos corações e inebriando nossas paixões.

Neste dia de céu azul e emoções infantis
Quando no coração brotam tulipas escarlates,
Desejo a você minha valorosa flor
Toda a sorte de elementos para o seu esplendor,
Paz, amor, saúde e fé
Pois a sua vitalidade preenche de alegria meus sonhos idílicos.