Coleção pessoal de nanacae

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Você vive como se tivesse 30
40 anos
Mas não vê que ainda nem chegou aos 20

Se bebesse daquele jeito
Todos os dias
Não se sentiria tão pior

O mundo giraria ferozmente
Bambiaria suas pernas
Enganaria os seus pés

Ganharia a falsa sensação
De que caminha para frente

Ainda sai do lugar

A cabeça dói

Não pelas pancadas de ontem
Nos degraus
Mas pela pressão
Que o excesso de pensamentos
Exerce sobre a vida

Se soubesse como é triste acordar
Ir trabalhar
E mais tarde fingir que está tudo bem
Não recusaria minhas preces

Não foram as acusações de mentiras
Que o tornara vagabundo
Não foi o calar
Que o colocou como louco
Mas a pureza destemida



Bobo de nascença
Apelido
Nome e sobre nome
Não seguiu a ordem de a verdade não falar

Proibiram
Mas ele fingiu não ouvir

Tentou ser justo

Para no fim acabar como o maior injustiçado

A esperança não faleceu
Apenas foi levada pela resignação

Deixei de ser zumbi
Assim
Em plena noite
Só pra ser feliz


Voltar a criar fantasias

Não comprei nenhum sorinsal querida
Na real sequer dei conta de sair pra sala
O máximo que fiz
Foi caminhar até ao banheiro
Meti o dedo na goela
Várias vezes confesso
Mas nada saiu

Fiquei por insuportáveis tempos
Em completas fazes de enjôo
Na esquizofrênica dúvida
Do afasto ou me jogo
De cara na porca água

Bem cena de trainspotting mesmo

Eu tentei me livrar
De tudo
Inclusive do orgulho em seu excedente ser

Perguntei com quem deixar
Os malditos pertences
Mas você parecia que gostava
Vingança
Ou mero estranho prazer

Usava os objetos
Como queijo envenenado
Preso na ratoeira

E nesses momentos esquecia minha alma de felino
Perdia a autêntica esperteza
E frieza dos gatos
Transformava-me perante suas investidas
Em um dos piores ratos
Dos bem burros
Mordiscando pequenos podres pedaços
De lembranças
Que mais tarde por gula
Sempre me faziam mal

Querem expressar um ódio inexistente
Uma raiva que se força
Olhares misturados com inventados risos
Que só me parecem piada
De humoristas decadentes
Retrógrados
Dependentes das revistinhas de banca de jornal

Infelizmente tenho sonhado
Quando cochilo minhas duas horas por noite
Perante meu novo embaçado olhar
Vocês estão abraçados
Os que se odiavam
Trocam beijos
Se comem
E sabemos que não é imaginação homérica
De minha fútil mente prática

Por que não deu um fim ás fotos?
Apenas se sente bem com aquelas roupas
Fazendo frias poses
Ou possui resquícios masoquistas
E ainda se lembra de mim?

O que se aprende no xadrez?

Não importa o lado que escolha
O que culmina superioridade são as estratégias
Inusitadas
Inesperadas
Inventadas

Pra ser vencedor é preciso apenas
Saber o melhor modo de manipular as peças

É claro...

Sem que o adversário perceba

Enquanto isso você fica aí

Pensando que entende todas as jogada

O ser correto tem que se manter inteiro
Aceitar os encaixes que a vida lhe atribui
Compreender sua função
Em um gigantesco tabuleiro
Saber das regras
E não as burlar

Nunca tente bater a mão na mesa
Como se o jogo fosse melhorar
Pender para o seu lado
Porque o estrago será recíproc

Espero que não explique apenas sobre retas
Infinitos
Planos cartesianos

Conceitue também quadrados
Daqueles bem fechados
Aproveite e me dê um

Só pra ver as estranhezas
Sendo jogadas lá
Ficando sem ar
Sentindo coincidentemente
O que geralmente me causam

Quando passo por elas
Passo
Passo maL

Se são setas
Facas
Espadas
Ou traços falhos
Eu não indaguei

Só posso dizer que me causam espasmos
E consequentes amargos
Na boca
Olhos
E mão

Eu queria fingir que escrevo
Tão pouco quanto os outros
Que pintam pequenos dispersos pingos no papel
Queria não virar noites
E latas
De tinta em cadernos
Preenchendo gavetas
Com bolos de folhas
Embolados em pensamentos
Lambrecados de pimenta e mel

Eu queria ter mais que 4 olhos
Pra poder ler de uma só vez
Uns 5 livros
E ao mesmo tempo sem óculos e manual
Dar conta de olhar
Para o infinito desconhecido
Dentro de mim
E talvez assim enxergar
Entender
O que realmente me faz infeliz

Eu queria colar nas minhas costas
A grande verdade suprema:
Que não tenho paciência para animais
Sejam de estimação
Ou os falantes
Pensantes
Cheios de sentimentos vazios
Que dizem que amam
Choram no meu pé

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