Coleção pessoal de nanacae
Predisposições me atacam
Por todos os lados
Tédios me cercam
Até eu tomar todos os frascos
Forçar
Fome
Sono
Bem estar
Desligada
A paz
Luz
E o celular
Tenho falado tão pouco
Que automaticamente dou espaço pra você
Ocupar
Meus rabiscos
Sangue
E poros
Toda dimensão
Que o oco me tinja de branco
Da mente aos pés
Por que já não posso mais forçar
Assim
Todo esse azul
Em mim
Se você joga pro alto as nuances
Eu prendo na terra os desejos
Não importa o desenho
Filme
Cidade
Com ou sem ar gelado
Em meu plano moderno
Tudo é válido
Eles só querem te empurrar
Para as vertigens meu bem
Eles só querem te usar
Como escape para as fofocas
E eu não tenho mais forças pra caminhar
Até o banheiro
Ir e voltar
Nesse vai e vem
Sem parar
Só pra encher baldes e mais baldes de água
Do chuveiro
Só pra jogar na sua cara
Pra ver se você acorda
E vê
Que inteligência não lhe da como brinde ausência de ingenuidade
Se controle fosse de fácil posse
Erros subitamente diminuiriam
Aprenda a ser flexível
Enquanto podam suas hastes
Aumentam minhas mentiras
Veja o passado como sustentador
Último
Da única esperança
Legitimada
Amada
Busque acreditar que o presente deve ser conduzido
Igual a uma criança
Ingênua
Enganada
Levada pela mão
Para tomar vacina
Receber a salvação
Eu cansei
Cansei de responder perguntas
Que eu mau paro pra prestar atenção, escutar.
Cansei de dar explicações
De dores, remédios, rumores
De loucuras
Dos idiotas que freqüentemente me perseguem
argh.
Hoje não estou pra poemas garoto
Rimas
Muito menos pra você
Infelizmente sinto dizer que agora não enxergo ninguém .
Junto com as falhas de caráter
Aposentei meus óculos e o amor
Quer ajuda mútua ??
Vá a algum grupo
Daqueles que marcam encontros
Uma, duas vezes por semana
Tenho certeza que vai gostar
Eles sempre fazem rodinhas
Cada um com o seu pequeno tempo pra falar
A tal da dinâmica dos 3 minutos que odeio
Não sei garoto, não sei de você, dos teus amigos
Dos seus livros de cabeceira fracos
Discos quebrados, arranhados
Alguns escondidos no fundo da gaveta
Só pra ninguém ver o seu passado
Do que já gostou
O essencial você insiste em chutar para os cantos.
Espera que minhas decisões escorram
Sumam pelos buracos
Que eu sem querer fiz no azulejo
De tanto bater os pés no chão
Tentando me proteger
Mostrando Garras Bem Curtas
.
Esgueiro pelos cantos
Fingindo ser arisca
Atenta o bastante pra não cair em nenhuma mão
Fico ao seu lado pela comida
A casa
A cama
Os movimentos tranquilos
Você sai
Viro fera
Bicho
Bicha
Quando estou feliz
Pulo pelas paredes
Subo no sofá
Me enrolo
Não estrago as cortinas
Passo por cima dos livros
Os admiro
Tanto quanto
A noite
A poesia
As inúmeras palavras bonitas
Ainda mais quando ditas
Entre sarcasmos e ironias
E uso de tantas artimanhas ...
Roçadas do meu pêlo
E pedidos de cafuné
Gosto de água
Não bebo leite
Odeio peixe
Diferente
Sofro
Me mato quase todos os dias
Achando que sou um quase-gato
Que possuo bem mais que 7 vidas
Por favor
Tente aí
Faça um esforço pra mim
Desperte essa loucura
Ou transforme essa pobre menina
Que se acha tão esperta
Num felino
E não em uma mulher
Morto não se meche
Não deve poder
Então como pra não morrer
Respiro pra viver
Vivo pra escrever
Escrevo pra não enlouquecer
Passe Por Mim
.
Manda ter amor próprio
Procurar um especialista se for preciso
Chora
Fala do passado
Do fim
Da presente
Constante
Massacrante falta
Os distantes
Fazem perguntas concretas
Mais que diretas
Esperam respostas certas
Mas por que mentem tanto ?
Calo
Viro o rosto
Finjo que não sei
Fora do Ritmo
.
Eu não quebro tons
Apenas não tenho mais molejo
A ousadia do experimentalismo me deixou
Esqueci como se cria
Se toca
Não me lembro como cantar seu amor
Esqueci como se cria
Se toca
Não sei mais abraçar teu calor
A ausência de ousadia não irá melhorar nada
Mas ela em sua essência e plenitude
Talvez ainda nos ajude a dormir
Psico Espera
.
A cadeira
Com quase 60 centímetros
Em cada perna
De cor amadeirada
Servia de suporte para a loucura daquele homem
O relógio
Contava
A pressa das pessoas
Suas caras de afetadas
Não marcava
Horas e minutos
Esse papel ficava para o líquido
Transparente
Frio
E sem gosto
Cada paciente que chegava á sala
Se sentia incomodado com os outros olhares
Refugiavam-se na sede
Iam beber água
Cada virada na boca
Diminuía tudo no galão
Ia surgindo uma história diferente
Que aguardava para ser examinada
Pelo psiquiatra
O estranho senhor da razão
Brancas
Reluzentes
Tentavam passar calma
Mas logo se estressavam
Desistiam
Eram apenas quatro paredes
Exercício de Terça
.
Como se o tempo tivesse o peso de quinhentas pedras
Todas nas costas
Cansando
E deixando-o ofegante
Olha lentamente pra ela
-Está terminando mesmo comigo ? - Sussurra nervoso
-Sim, mas não é por maldade ou vingança.
Apenas não aguento mais e sei que você também não
-Tudo bem, você tem razão. Vamos deixar as pedras no chão.
Surpresa no Real Conhecer
.
Mudanças drásticas perturbam
Nem que seja por um curto
Tempo
Ou descaso
Do acontecido
A verdade que você pensava
No momento
Eu a quebro
E também te parto ao meio
É mais fácil conviver e crer em previsões ?
Pra mim isso não funciona
Adoro pré-julgamentos
A baboseira de discriminar livros só pela capa
Que tamanho é documento
Olhares disfarçados
Distorções além dos fatos
Me interessa realmente surpreender mentes alheias
Quase uma mentira
.
Sabe a tal força dos dizeres?
Pois é ...
Só tenho domínio sobre ela
Quando não quero perder algo
Ou pretendo atingir alguém
Não que esse baque seja planejado
Doloroso
Se bem que quando alguém entra em coma
E fica tempos sem se mexer
Até levantar a sobrancelha dói
Então desminto
Deve machucar mesmo
As palavras que quase nunca são ditas
Aparecerem
Assim
Quase que do nada
Com tanta precisão