Coleção pessoal de nanacae

181 - 200 do total de 263 pensamentos na coleção de nanacae

Ah Deus
Se tudo não passou de uma alucinação de Friedrich
E o senhor de fato exista
Que o céu desabe sobre nós

Se lá for realmente fresquinho

Que ele caia sobre nossas cabeças mesmo!

Mas e aí estrangeiro
O que vai ser de nós ?

Você me pergunta ...

Os poucos que ainda possuem olhos de alma


Quem poderá doar a medida excêntrica
Da correta dosagem de realidade ?


Acho que não será eu


Não aqui nessa terra quente e estranha

Se vários poetas acabaram em whiskies
Vodkas
Conhaques
Vinhos

Se inebriaram em fumaça
De cigarros
Cidades
Carros
Da cabeça que se fundia
E fudia de tanto tentar parar de pensar

Quem sou eu então pra hoje de algo reclamar?

Me ajude a vendar minha mente
Segurar escrachadas verdades
Ou apenas coopere para aguar
Aqueles malditos questionamentos
Que infelizes jardineiros
Fizeram o favor de plantar

Entre nós dois

Pequenos e tortuosos bonsais

Sei que sou chata
Um porre
Retórica às vezes
Às vezes aqui significa demais
Antes que vire e diga que estou mentindo
Aproveitando-me de eufemismos

A arma foi delicadamente ilustrada
Polida
Recarregada

Mas você a pegou
Sem cuidado algum
Deixou cair no chão
E ela disparou
Cortando o ar
O silêncio
Minha garganta

E assim como quem não queria incomodar
Abriu a porta
Entrou no quarto
Sem bater
Pedir
Falar

Mecheu no guarda roupa
Pegou a maldita caixa

Enquanto eu entretida batia a cabeça na parede

Hoje definitivamente não vou sair

Nem por você
Muito menos por mim

Mais tarde me alimento de tédio
Raiva

E vou dormir

Assim
Passeando por pesadelos
De barriga cheia

Compreender um fescenino é muito simples querida:

Dê pra ele

Depois...
Não cobre nada

Entre na onda da simbiose
Literária
Amorosa
Carnal

Não se afogue em preconceito
Ignorância
Na aceitação só do que classifica ser normal

Pegue sua prancha
Essa que você não tira debaixo do braço
E saia da areia

Pule pra água
Se encharque
Deixe a cabeça molhar

Quem sabe assim não brota algo mais daí?

Faça da poesia a constante inquilina de sua casa

Não cobre dela nada
Aluguel
Taxa de luz ou água

Apenas a deixe avontade

Não sei onde preciso te colocar
No coração você forçou tanto a entrada
Que a tranca quebrou


E agora você me liga assim
Irritada
Esbravejando
Gritando
Enquanto balança a inútil chave na mão


Só um aviso:
Você não está presa
Não está do lado de dentro

Se quiser é só ir
Fingir que vai pra mais uma de suas caminhadas
Focar em outra direção

E partir

Hei de assumir que você comigo brincou
De queimada
E de fato me marcou
Atingiu
Tão forte que alcançou os órgãos
Adentrou por todo meu corpo
Com aquela felicidade que lançou
Seca
Sorrindo

Como se tivesse nas mãos uma assassina arma
De mira e vontades certeiras

Não se trata de estranheza entre nós
É apenas uma incontrolável compatibilidade

Somos assim
A pior mistura
Aquela
Bem explosiva

Que da ressaca
Dor de cabeça
Sempre
No dia seguinte

Quero muito botar fogo nesse circo
Em toda essa palhaçada que eles fazem por aí
Mas tenho medo que as faíscas te atinjam também

Enquanto os outros me dão planos felizes
Concretos
Casa, comida e roupa lavada
No máximo com pequenos problemas
Ciúmes
Você me ama
E eu te amo também

De olhos abertos
Olhando pro teto
Pro gostoso silêncio
Brincando de pique esconde com o olhar

Aquelas máscaras me faziam sentir
Estar na festa de fevereiro baby
E eu odeio carnaval
Foi-se o tempo de me forçar

Minha fúria só para quando escrevo

Eu sei onde errei
Hora exata e lugar
Foi naquele pedestal
Quando te coloquei em meus ombros
Só pra você subir lá

Não preciso de níveis desregulados baby
Quero apenas nos igualar
Á nossa estranha diferente semelhança