Coleção pessoal de milenabatalha

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Oh, o que sei, todos podem saber - meu coração, porém, somente a mim pertence.

Não sou o único: todos os homens estão sujeitos a sofrer dores e ilusões, e ver seus sonhos frustrarem-se.

Sim, sou um simples viajante, um andarilho que percorre a terra! E vocês o que são?

Como pode ser ilusão aquilo que nos faz tão felizes?

Trato meu pobre coração como se fosse uma criança doente: dou-lhe tudo o que pede. Mas não diga nada a ninguém: há pessoas que não me compreenderiam.

E você, boa alma, que sofre as mesmas amarguras que ele, console-se com seus sofrimentos, e que este pequeno livro lhe seja um amigo, caso não possa encontrar, por força do destino ou por sua própria culpa, alguém próximo que alivie sua aflição.

O coração é um solo. Vale onde brotam as paixões, como os outros vales da natureza inanimada, ele tem suas estações, suas quadras de aridez ou de seiva, de esterilidade ou de abundância.
Depois das grandes borrascas e chuvas, os calores do sol produzem na terra uma fermentação, que forma o húmus, a semente, caindo aí, brota com rapidez. Depois das grandes dores e de lágrimas torrenciais, forma-se também no coração do homem um húmus poderoso, uma exuberância de sentimento que precisa expandir-se. Então um olhar, um sorriso, que aí penetre, é semente de paixão e pulula com vigor extremo.

Na conquista do belo, todo esforço é pouco.

O cumprimento de um dever penoso torna mais fácil a execução da tarefa seguinte.

Logo surge porém, um raio de esperança, e uma voz meiga murmura ao meu ouvido: "A alegria está nas pessoas esquecerem de si mesmas". Então procuro ter meu sol na luz do olhar dos outros, minha sinfonia na música que aos outros acalenta e minha felicidade no riso de todos.

O belo penetra por toda parte, mesmo no silêncio e nas trevas.

Acaso pode esquecer a alegria da primeira frase dita a pobre criança muda que trabalha por fugir a sua prisão silenciosa, onde não chega o canto de um passarinho, uma nota musical, nem uma sílaba de amor?

Oh, criatura humana! Como podes abandonar teu irmão, fechando-lhe os caminhos da vida e pedir depois a Deus que te dê o "pão de cada dia", se tu mesma negaste esse pão ao teu semelhante?

Aprendi, por exemplo, que a paciência é a preciosa virtude que nos faz vencer os mais terríveis obstáculos. Quando a possuímos, recebemos instrução sem aborrecimento e sacrifícios como quem passeia nos campos, com o espírito aberto a todas as impressões da natureza.
As noções assim se fixam no espírito, impelindo-o para grandes reflexões. "Saber é poder", diz o adágio, mas eu digo que "saber é ser feliz". Ter conhecimentos extensos e profundos é saber discernir o bem do mal, separar as coisas nobres das vis, e, portanto, saber achar a felicidade.
Ter conhecimento da cadeia de pensamentos e fatos que assinalaram as várias etapas da humanidade em marcha é perceber e entender as pulsações da alma através dos tempos. Quem nega o prodigioso esforço da humanidade para atingir a perfeição definitiva é verdadeiramente surdo ás harmonias da história e da vida.

Que importa o sacrifício se a vitória é honrosa?

Pois homens não são apenas eles; são também a região onde nasceram, a fazenda ou o apartamento da cidade onde aprenderam a andar, os brinquedos que brincaram quando eram crianças, as lendas que ouviam dos mais velhos, a comida que se alimentaram, as escolas de que frequentaram, os esportes de que se exercitaram, os poetas que leram e o Deus em que acreditavam. Todas essas coisas fizeram deles o que são e essas coisas ninguém pode conhecê-las somente por ouvir dizer, e sim se as tiver sentido. (O Fio da Navalha)

Ninguém gosta de ser metido a besta ou a moralista. Eu também não gosto. No entanto, já não era a mesma coisa, nem em meu coração, nem em meu espírito. Quando uma antiga amizade não se refaz por completo, é na cabeça que a gente sente mais. Mas de que servem estas palavras? A coisa toda era muito mais complicada do que eu pude imaginar e jamais conseguirei explicá-la direito.