Coleção pessoal de michelletrevisani

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Uma dose de Tequila. Vodka, Whisky.
Um som bem alto.
- faço de tudo para calar os sentimentos. E se não se calam, pelo menos os deixo bêbados. Dói menos. Dificil é o porre, no dia seguinte. Sentimento de porre, seguido de uma pontada aguda no coração intermitente.

… mas uma coisa boa, boa mesmo seria ter agora um pouco mais de atitude. Atitude para mudar de vida, abandonar os velhos costumes já enferrujados de tanto se repetirem e sorrir um pouco mais. Esses dias cinzentos já passaram da hora de terminar.

...é tanta alma para tão pouco espaço. Meu corpo muitas vezes faz descaso e não suporta essa minha vontade acelerada de viver.

Tô acostumada a ficar muda diante da tristeza. Ela já se adaptou tanto que não chora, não faz alarde, não tenta dialogar comigo. Ás vezes faz cócegas nos meus olhos, mas em vão. Disse a ela certo dia: 'Deixa de ser boba e fica quieta aí no seu canto, tristeza idiota. Ficar te mostrando para os outros só causa transtorno'. Muito sentimento pouca razão. Prefiro engolir o choro.

'Não estou acostumada a sair assim, com quem não conheço'. Falei apressada. Ele girou o pé na areia, fazendo um círculo meio torto. 'Sobra tanta incerteza... parece que ás vezes me perco nesse abismo de tentar ou não tentar. Mas quer saber? Não vi olhos mais sinceros que os seus nessa praia. Acho que dá pra arriscar...' Ele sorrio acanhado, e tocou de leve minha mão. Ele percebeu que havia me deixado arrepiada com um só toque, mas foi discreto. 'Esse vento do fim de tarde te dá frio?' e me puxou para perto num abraço que mesmo desconhecido tinha o poder de me proteger contra tudo. Algumas pessoas simplesmente nasceram para se tornarem nossas. Quando nos acham, se encaixam – é só ir testando nos abraços: logo um te faz presa num laço, te faz esquecer o mundo.

Eu disse 'oi'.
Ele disse 'oi'.

- epa... um beijo.
depois um desejo. Um desejo de não mais acordar.

Um momento de dor, uma doença, falta de grana... já foram muitas as situações em minha vida que pareciam sem saída. Mas a gente sempre dá um jeito - dribla o azar, tenta novos meios - de uma coisa eu tenho certeza: nunca saio perdendo!

É uma substância nova. Meu corpo está tão dependente que lateja na falta. É um gosto peculiar – algo como nuvem do céu. Explode como estrela: perfura e faz cócegas nos cantos da boca.

- uma substância única, que de longe sinto o cheiro quando se aproxima: você esbarrando desastrado nos cômodos da casa.

A gente corre atrás,
A gente tomba, cambaleia, se lasca,
Entorta uma lágrima, tropeça – e se tem pedra, a gente cai.
– mas amigo, se no teu Deus põe tua vida – bota um curativo nessa dor e vai.

Ele te cobre com cobertor quente, não te deixa doente - confia e seja contente
– troca essa lágrima por riso, na raiva dá um confisco e tem fé, pois amigo,
amor de Deus não trai.

O relógio tocou – naquela mesma hora, mas eu não queria levantar.
Naquela hora de todas as manhãs – eu fazia o seu café, mas não sem antes de afagar demoradamente o seu cabelo. Observava suas sardas – espalhadas, coloriam suas bochechas e seu sono era sempre tão sereno!

O relógio tocou – naquela mesma hora, mas eu não queria levantar.
Sabia que haveria um travesseiro vazio onde era o seu lugar.

Ele deitou devagar no travesseiro, suspirou fundo.
Olhava para o teto, imaginando estrelas.
Elas ficavam tão próximas quando fechava apertado os olhos,
e então os abria novamente, e os fechava... até pegar no sono.
Abraçava devagar os sonhos e dormia.

Eu te escolhi por causa dos olhos.
Não, por causa da boca...
Não, não - já sei - foi o sorriso.

Mas daí paro e penso: mesmo de olhos fechados,
numa cara amarrada e de bico, te acho linda.

Acho que me apaixonei mesmo foi pela sua inconsistência.
Esse seu poder de ser e deixar de ser tão rápido.
- não cai na rotina. Fico o dia todo te desvendando...

Deixei pendurado no varal: um pouco de lamento, dor e a falta de sossego.
Choveu... Mas não corri para ir pegar. Deixei molhando.
Torço para que embolorem.

Eu disse que ficava.
Ficava porque queria, porque o coração mandava.
Não havia lógica. Me perguntavam, 'mas por que aquele cara'?
- porque sim, ora.

-'Chega de sonhar', ele me disse. 'Vê se cresce menina!'
Peguei uma canetinha preta e desenhei um ponto bem grande na cara dele.
Disse furiosa: 'Olha no espelho!'. Ele olhou. 'Mas o que é isso?' - perguntou curioso.
-'É um ponto. Tô dando um ponto final em você'.
Depois de uma pausa de ambos, continuei:
- 'mas i, olha lá - o ponto tá virando um buraco negro no universo e tá sugando você todinho para dentro dele'.

- isso é o que acontece com quem quer acabar com meus sonhos!

Você poderia ter sido tanto, mas escolheu ser meu.
E anda agora comigo a tira colo, usa um anel dourado,
algumas compras feitas no mercado, e um bocado de contas.
Mas daí vem o sorriso compartilhado e as músicas que só a gente gosta.
Os fins de tarde dizendo coisa á toa, e um abraço apertado quando tudo desmorona.

Hoje eu só quero abrir um sorriso e passear pela ponte que liga o sonho à alma.

Não faz do coração um apito, ele não funciona no grito,
ele gosta de silêncio... abraço tenro, beijo escondido.

Tô precisando de um afago, abraço, presente, sorriso.
Tô precisando de um compromisso,
tô precisando de alguém pra passar o Natal.
Tô precisando de um amor fixo, que não parta se acontece isto ou aquilo,
tô precisando daquele tal: como é mesmo? - Marido.

A verdade é uma só: digo que te quero bem longe, mas na calada da noite rezo baixinho para você bater em minha porta com carinho, me dar vários beijinhos e dizer que me ama, que me ama bem no meu ouvidinho!