Coleção pessoal de michelletrevisani

41 - 60 do total de 147 pensamentos na coleção de michelletrevisani

Desejo de hoje: não te desejar tanto em horas que não posso te ver. O desejo ás vezes é um diabinho assanhado!

Desejo de hoje: estar perdida num cantinho do seu coração, torcendo para que você não me encontre. Assim posso fazer bagunça á vontade.

Queria te ter mais perto,
certo, de dia, de noite, com chuva, sem chuva.
Queria te ter completo, sério, careta, sincero.
Queria um amor sem rodeios.
Um amor com cheiro, forma, calor e tantos outros adereços.
Um amor tenro, sem dor. Um amor cor - aquele que te deixa tão leve, tão alegre, que parece visita ao circo. Um amor que poderia ter alguns defeitos, que poderia ser isto ou aquilo, mas por favor – um amor inteiro, sem metades, sem falsidade – inteiro.

Eu já me impressionei mais. Onde foi parar o brilho das coisas? Parece que as estrelas sumiram, que os passeio de fim de tarde já não acontecem... que a gente ama e des-ama com muita facilidade. Onde foi parar o compromisso? Aquele que só com uma palavra já é verdade, aquela fé, aquela vontade, aquela força que nos move e nos impede dos abismos? Comi pipoca outro dia. Quando criança, pipoca fazia tanto sentido ao se assistir um filme. Hoje não mais. Perdeu o gosto, perdeu o sentindo, o significado. Deixo a bacia de pipoca do lado e viro, me reviro. Dificuldade de assistir um filme inteiro! Nem a paciência, coitada manteve seu espírito.

É arriscado pedir: me dê uma chance. Chance para quê? - me pergunto. Para errar de novo, para fazer chorar de novo, para abrir cicatrizes e pronunciar palavras meias? Para forçar o riso quando se quer chorar, para estar junto e não estar, para olhar um futuro único, não duplo? Rasgo a carta embriagada de um perfume que nunca me pertenceu. Os picadinhos jogo num lixo qualquer do quarto. Segunda chance só para o meu coração: que merece amar de novo. Algo novo. Novo.

Para o novo ano:
Eu desejo mais amor-próprio (aquele que muitas vezes deixamos de lado para fazermos outras pessoas felizes).
Desejo grana no bolso (mas se ela não vier em grande quantidade, não se frustre – ao contrário, viva, sorria, lute!).
Desejo mais abraços, mais beijos, mais amaços, mais amores correspondidos, bate papo na calçada. E se houver lágrima, que haja sempre um ombro amigo.
Eu desejo mais confiança, mais fé, menos superstições e ritos sem emoção. Eu desejo Deus no coração, independente do incentivo.
Eu desejo menos fome. Menos fome de comida, de ganancia, de excesso. Menos fome de busca pelo sucesso sem limites. Desejo mais tempo em família, mais briga seguida de beijo com pegada, beijo de língua, desejo mais vida.
Desejo enfim, sonho, muito sonho. Afinal não se paga nada por isso e sonhar mantém a mente ativa. Mantém a mente conectada ao que ainda não é, mas que é possível – e se não se tornar possível que não vá embora com o sonho sua alegria.

Eu quero um misto quente. Um suco. Um bom livro, uma chuva caindo fina. Frio. E você de cobertor.

Ele estava na minha coleção. É um dos 10+, o livro que ninguém pode deixar de ler, a música das paradas, a cor da moda, ele é aquele desconto irresistível... ele é tanta coisa boa, que não sei mesmo se existe. Ele é aquele doce açucarado que não enjoa, que não sai da boca... aquele doce que nos arrepia à toa.

Quando dei por mim ele já havia soltado minhas mãos e falava apressadamente. Ajeitou o cabelo diversas vezes, e contraiu os lábios. Colocou as mãos nos bolsos e empurrou para frente os ombros, num gesto que eu já admirei tantas vezes. E mesmo se despedindo era sexy. As lágrimas que me cortavam eram doces e fechavam meus lábios. 'Eu volto, prometo', disse ele num último aceno. Eu sorri tentando sufocar a saudade que já me abraçava, e soprei um beijo. Fiquei a olhar, até que ele entrasse no avião.

...eu chegava sempre atrasada. Não era para chatear, juro. É que eu gostava de fazer suspense. Porém na maioria das vezes, era mais para dar tempo de me recompor. Me recompor da falta de juízo e estar inteira, seja lá para o que for.

Não temo ser frágil. Ás vezes um pouco de lágrima faz com que eu consiga as coisas mais depressa. É que homem detesta ver mulher chorando. Por isso, quando vejo que corro o risco já jogo um cisco no olho e pisco, pisco, pisco. E ganho de novo. Meninas, aprendam comigo: levem sempre um cisco no bolso.

A gente já testa um pouco de morte quando vive. Viver tem suas dores, suas lágrimas, suas mortes. Morre um sorriso aqui, um amor ali... um sonho. E vamos aprendendo que as vontades passam. E que adiar é preciso. Problema é quando vai se adiando demais. Quando se morre mais do que se vive. Quando se esquece de sorrir para chorar... quando se esquece de novamente amar, agarrando-se a alguma desilusão do passado. Quando a gente se esquece de abraçar porque o e-mail se tornou mais prático. Quando o 'eu te amo' é substituído pelo 'tanto faz'. É preciso cuidado com a morte que carcome os sentimentos.

Quando a alma entristece, eu escrevo. Fica mais fácil contar para o papel os meus lamentos. Ele lê paciente, não dá palpite. Uma ótima válvula de escape. Um ótimo ouvinte. Pena que não me consola. Há se papel abraçasse!...

Tem trave que insiste em ser cisco. Tem homem que se diz isto e aquilo, mas meu bem, não me vem com esse monte de mentiras, que tenho armadura contra máscaras.

Não tinha asas, mas era anjo, só podia ser. Cambaleava meio estrambelhado de uma ponta do meu coração a outra e iluminava minh'alma. Quando ele me tocava eu disparava luz própria. Era como ter constantemente alguém a me dizer o quanto eu significava. O quanto eu era importante...

Fui acumulando algumas cicatrizes ao viver. Fui cobrindo as feridas com um pouco de lamento, bem pouco. Muitas vezes deixava o riso solto e incumbia a ele a tarefa de absorver as dores. E o riso não me deixou na mão. Fez curativos tão precisos que em certos lugares nem marca ficou. Só as mais profundas, estas não tem jeito. Doem vez ou outra, mas é para que talvez eu me lembre de não cometer de novo os mesmos erros.

É muito coração pra pouco espaço. É muito descaso com o amor. Tão grande, tão vasto... guardado num pequenino espaço, deixando de fora pernas, braços e mãos. Quero um coração maior. Um coração tamanho XG, um coração sem calos, sem amaçados, um coração novo.

Ás vezes preciso desse bate papo com o coração. Ás vezes preciso escutá-lo mais, ao invés de apenas fingir que tô prestando atenção. Ele entra no meu quarto, se acomoda na cama, coloca em cheque minhas escolhas. Aponta, aponta, faz anotações e esclarece: 'menina, vê se cresce e ama com mais razão'. Ás vezes ouço, ouço com clareza. Ás vezes coloco o fone no ouvido e grito: 'dessa vez NÃO'.

'… mas é feriado amanhã' – ele gritou.
Não importava. Eu não queria mais estar com ele. Queria minha liberdade, minha vontade de viver que com ele eu perdera. 'É sim, - respondi – é feriado. Dia de finados. Finge que morri'. Virei as costas. Defunto enterrado. Sem chorôrô. Sem lágrimas. Joguei algumas flores. É que gosto de flores.

Bom eram os lábios.
Carnudos, precisos. Me embalavam a boca, como se fizesse dela um bombom. A ponta da minha língua já hipnotizada, já não sabia outro sabor, ao não ser o daquela boca. E não importava: o tempo, a hora, onde, quando... importava os olhos que sorriam, quando enfim ele me largava e me olhava fundo. Penetrava a alma. Como aquele cafajeste me enrolava! E como eu adorava ser enrolada por ele.