Coleção pessoal de MarianaMarkes14

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Desmata

se
mata
a a
mata mata
nos
mata

Corcunda por opção

O meu sofrer
É forjado
Carrego uma mala vazia
Nas costas.

Ele acelera
Mas também se acalma
Tu é choque-elétrico
Mas também é paz
Pra minha alma
Meu movimento assimétrico
E minha inércia, minha calma.

Ao raciocínio deste poema,
Declaro morte!
A priori, o nome dele
Deveria ser sorte.

Sorte para quem te beija
E se demora nos seus lábios
Rítmico à sensualidade que reside
No teu corpo mágico.

Sorte para quem acorda
Com o céu meio nublado
Pois vê em teu sorriso
O mesmo ensolarado.

Sorte pra quem toca fino
Cada parte do teu corpo
Como se tocasse violino
Num estilo harmônico e barroco.

Sorte te ver de longe
Sorte te ver de perto
Sorte te ver livre e dançante
Como um ser lindo, sexy e desperto.

Balança

na balança dos julgamentos
eu aqui
você ali
seu lado pesado
desequilibra o meu
mas tudo bem
eu sou leve demais
para me preocupar.

queria
que minha mãe
soubesse
que
não adianta
limpar
tanto
a casa
de fora
se
a casa de dentro
continua suja.

Juntando-se duas mesas,
perdem-se duas cadeiras.

Silêncio Espiritual

A solidão não existia
A fome o acompanhava
A única solidão que residia:
A do céu, quando
A Deus clamava.

Braille

Meus dedos traçam linhas
[no seu corpo
Tua pele é um livro raro
Preciso lê-lo de novo
Ressentir cada parágrafo.

Não te quero na minha estante
Apertado entre dois
Te desejo na minha cama
E não sei o que vem depois.

Preciso querer para não querer


Eu queria poder ler a poesia
Presa em cada palavra
Que os teus lábios não deixaram
Voar.

Eu queria poder cultivar a semente
De cada momento bom ou ruim
Que, comigo, no pôde
Compartilhar.

Eu queria não querer
Mas, para não querer,
O que mais preciso é
Querer.

Vestir o seu casaco:
O mais próximo que estive
De sentir o seu abraço.

Martírios do Destino

Amei-te como uma pássaro perdido no breu
Perdi-te na penumbra, tornei-me teu Orfeu
Os martírios transcrevem o meu pobre destino
Desde tua partida, esqueci-me do Divino.

Não há mais brilho no céu que me foi prometido
Mas o desejo a minha cova foi friamente proferido

A esperança- de que me vale?
O amor - este nem me fale!

O término da vida é o começo da morte
Nenhum ser mundano pode ser imortal
Eu era um ser vivo desprovido de sorte
Amar foi meu erro, meu erro fatal.

Deus lhe pague
Pela cela
Que me deixou escolher.

Deus lhe pague
Pela vela
Sem fósforo para acender.

Deus lhe pague
Pela dor dela
O sofrimento faz o mundo crescer.

Deus lhe pague
Pela donzela
Que me deu a vida e não pôde viver.

Deus lhe pague
Pela verdade que revela
Faz massa de manobra acreditar sem contradizer.

Deus lhe pague
Pela favela
E o amanhã que pode não vir a acontecer.

Invento uma rima
Sobre o teu olhar
Ainda menina (brilha sem parar)
Dora, que reencanta o desencanto
O nada, ela transforma em tudo
Regenera o som, faz ouvir o mudo
Adora amar, faz a vida eterna ficar.

Não penso nos livros
Que já existem
Sim penso nos livros
Que nunca existiram.

Meu peito se abre ao meio
Assim, eu viro dois
Sou meio, mas sou inteiro
Antes, agora e depois.

Abraço Contemporâneo

Envolvo os meus braços
Ao redor
De uma pedra.

Linda quando vai
Linda quando vem
Mais linda ainda
Quando fica também

Boca de maça
Olhar de tigresa
Sol da manhã
Acervo de beleza.

Pietra

Quando olho no teu olho
Vejo o centro da tua alma.
Teu sorriso é o que escolho
Para ter uma vida amena; calma.

Muita fala sai do teu corpo
Mesmo quando se cala.
Traça linhas retas num caminho torto
E guarda o céu na tua mala.

As estrelas na sua pele
Formam uma pequena constelação.
O centro do seu Sistema não é o Sol
Mas, sim, o seu coração.

Tudo gira em torno dele

Tudo sempre há de girar
A não ser que um dia
Tu deixes de amar.

E se você fechar a porta
Não me importa as consequências,
A sua triste e murcha veia aorta
Regarei com amor e reticências...

Açoite Musical

É com a dor que faço versos
Se eu te contar que vêm do meu coração
Não procure por amor ou encantos diversos
Pois existirá somente sangue e dor naquele refrão.

Gelo Seco

No frio,
O corpo engole gelo seco
Que não passa pela garganta
Ali ele fica
- Preso no vácuo -
Inibindo a passagem do som eloquente
NADA SAI
apenas aglutina
ENTOPE
Mas não transborda
Porque nada sai
Só o gelo seco entra.