Coleção pessoal de marco_aurelio_martins

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Se a visão cresce, o obstáculo é mutável.

⁠o vento acaba sempre depois de alguma coisa que não se sabe.

⁠O obscuro das ideias, atrás da ingenuidade dos fatos.

Eu bebo para me desapaixonar... (...)
– E eu para esquecer...
– Esquecer o que?
– Esqueci.

⁠No outono tudo se mistura, o por do sol azul, amarelo, vermelho, carmesim, moldura do mundo, janela do céu.

⁠Viver é obrigação sempre imediata.

⁠As coisas pesam mais do que as pessoas.

⁠A lógica é a prudência convertida em ciência; por isso não serve para nada.

De sofrer e de amar, a gente não se desfaz.

⁠Todos toleram na gente só os dissabores do diário e pouco sal no feijão.

O nada é uma faca sem lâmina, da qual se tirou o cabo...

“metafísica”:⁠ “É um cego, com olhos vendados, num quarto escuro, procurando um gato
preto... que não está lá.”

Nada em rigor tem começo e coisa alguma tem fim, já que tudo se passa em ponto numa bola; e o espaço é o avesso de um silêncio onde o mundo dá suas voltas.

A estrada do amor, a gente já está mesmo nela, desde que não pergunte por direção nem destino. E a casa do amor – em cuja porta não se chama e não se espera – fica um pouco mais adiante.

O micróbio é humilde, o vírus que se infiltra, o pó, o pão, o glóbulo de sangue, o esperma, o interminável futuro na sementinha, o vingativo chão, a água ínfima: o átomo é humilde; humilde é Deus.

Jamais, aqui, hão de me ensinar o nunca. E eu queria voltar a um terno recanto perdido, universo: amorável. Se sorri, era o mundo todo coincidindo com a minha atualidade.

Tão longo ouvia, tanto mais eu me descompenetrava. O que produzia, próprio em mim, íntimo, um silêncio, uma diminuição de peso.

⁠Nus e em paz é que navegamos no destino.

⁠Se não fosse a borboleta, a lagarta teria razão?

⁠Em noite de roça, tudo é canto e recanto. E há sempre um cachorro latindo longe, no fundo do mundo.