Coleção pessoal de maha_kali_ma

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⁠preciso te odiar, preciso te odiar;
preciso te odiarpra não me apaixonar.

⁠sofro de palavras não ditas
abreviação de sentimentos

⁠Amo-te. E fatalmente desconheço os motivos. Pois se acaso tento enunciá-los, estarei a cometer grande injustiça.

Então recuso a nomear-te, visto que não o tomo. Busco somente dentro, o que move o meu corpo em tua direção.

E quanto a ti, reservo apenas o amor por assim ser, ainda que
sem razão.

Ama-se pelo vento que sopra aos seus ouvidos “é este” e o formigamento que marca os encontros. Ama-se, sobretudo, pelo bom e velho mistério.

Para que não se revele o que há
de oculto: o amor.

⁠quando seus magros dedos
se aperceberam deixados
no vasto rio de meu deus
e a dor das rezadeiras
nas pedras rolaram embora
arrancando raízes a chorar
e esvaziaram suas vidas
dissolvendo como gotas
feitas de vento
e as cabeças sobre
os pescoços pactuaram
com o esquecimento
elas já não tinham mais
pernas com o que andar
sofrendo o suor da invasão
como quem perde a casa
e vaza pro lado de fora
como quem se tranca
na hostilidade e
não sabe mais retornar
nem quando partiu

⁠aceito tais retornos
não pelo perdão mas
o sabor da ferida

como se abandona a guerra
com a mira apontada para a sua cabeça?

"perdoar é lembrar sem mágoa"

desisto

seguimos pálidos
adoecidos pelos delírios
absorvidos do meio
da cultura
do consumo
seguimos mortos, vivos.

⁠eu quero abandonar a guerra
estou ferida

é possível lutar sem ódio?

até quando a dor me buscará insone?

tenho preferido o corte a perdoar
minhas mágoas

luto porque não decupo bem
as memórias que me decompõe viva

não dissolvo o ódio
e penso que o faço pelas minhas iguais
mas a verdade é que estou presa a dor

difícil perdoar
o que nunca me deveria ter ocorrido

hoje me concedo o perdão
por não saber perdoar

⁠quando uma mulher ama, dizem
ela está estupidamente apaixonada
insensata, alucinada, louca
o amor a fez perder sua cabeça

gostoso é ter honestidade
encarar as próprias faces
comunicar sensações
imaginar junto
avançar lado a lado
e isso também é amor
transparente como água
que o outro vê além

⁠amo com força
não depender de ti
nem para ver a beleza
nem para sentir
mas quando você vem
meu corpo dança

⁠o meu amor é livre
ou liberalista?

sentencio meu naufrágio
por essas bandas do amor liberalista
desde quando me percebi
buscando encontrar o meu eu
em múltiplos pares
absorvida pelo mundo
das necessidades fragmentadas
o amor liberalista surge
de um pequeno ódio
revolta pitoresca
a dor dos acordos não respeitados
se encouraça
como uma desesperança desmedida
é demanda disfarçada de autonomia
é a liberdade dos desencorajados
a tomar um gole de si
debandada de quem come gente
como se come o mundo
urgente no desejo de se retratar


se o corpo sente, é verdade.

confia tua existência no mapa dos trejeitos do corpo.