Coleção pessoal de lucijordan
O perigo não nos é externo, nenhum muro nos separa do inimigo. Ao contrário, os perigos mortais estão dentro de nós.
Se nossa vida fosse dominada por uma busca de felicidade, talvez poucas atividades fossem tão reveladoras da dinâmica dessa demanda - em todo o seu ardor e seus paradoxos - com nossas viagens. Elas expressam menos por mais que não falem - uma compreensão de como a vida poderia ser, fora das restrições dos trabalhos e da luta pela sobrevivência.
Aquilo que se sabe quando ninguém nos interroga, mas que não se sabe quando devemos explicar, é algo sobre o que se deve refletir é evidentemente algo sobre o que, por alguma razão, dificilmente se reflete.
Algumas vezes acontece de duas pessoas se encontrarem pela primeira vez e reconhecerem o potencial de uma profunda e duradoura amizade.
Quando as folhas caírem nos caminhos,
ao sentimentalismo do sol poente,
nós dois iremos vagarosamente,
de braços dados, como dois velhinhos…
E que dirá de nós toda essa gente,
quando passarmos mudos e juntinhos?
- "Como se amaram esses coitadinhos!
Como ela vai, como ele vai contente!"
E por onde eu passar e tu passares,
hão de seguir-nos todos os olhares
e debruçar-se as flores nos barrancos…
E por nós, na tristeza do sol posto,
hão de falar as rugas do meu rosto…
Hão de falar os teus cabelos brancos…
FIM
Meu corpo se abre,
se desmancha.
Fruta sem árvore cai,
porque outoniça,
porque estava madura
ou porquê eu já não tinha vontade de ficar.
Posso soltar-me o pelo
abandonar-me em vós
Permanecer quieta.
Desordenar o sol em nossa casa
virar sobre mim mesma
E encontrar-te.
Deixar a bagagem,
deleitar-te:
minha terra prometida são tuas mãos.