Coleção pessoal de Leonardojjms

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⁠Passa um besouro
Vejo flores azuis e vermelhas
Enquanto grilos tão na minha orelha
A luz do dia na raiz de uma velha planta
Canta com ela a chuva leve
E o pensamento aquele besouro leva

⁠Foi no jardim colher letras
Para montar um poema
Atraindo com elas o fervor das borboletas
E ao leitor a cena

⁠As primeiras palavras soletradas um voo medroso

Os primeiros versos redigidos um pouso audacioso

⁠As primeiras palavras
O canto dos versos
A forma da ideia
Na dança das palavras
A metamorfose
Até então apenas palavras de dicionário
Eclode então
Da dança das palavras
Estendendo suas asas a linda poesia
Voa
Voa no poema
Planando nos versos

Amarrei meu poema de baixo de um texto imaginário; escuta ele comendo as palavras que cai na estrofe

⁠Trazer no texto uma fotografia
de quando as palavras faziam
demora as margens de um fim de tarde
e as imagens descem ao ocaso da frase
supondo poesia

⁠Pegue o som em uma frase
E ele se solta mais na frente
Em outra e outra comumente
Ele dispõe da primeira como base

Pula nela novamente
Para ir mais à frente
Não se contenta com o quase
Enquanto não passa de fase

⁠Palavras

Uma e outra meia dessa e meia daquela outra
Uma verde outra amarela uma de um velho texto: Cinderela
Uma dessa outra daquela de papo rápido; ok essa e essa
Umas duas ou três de contos de saci-pererê
Uma apenas de lembrança da cor de doce de goiaba
O porquê emenda uma ponta e outra vê
Redemoinho outra infância mais outra bagunça
Meia dessa e meia daquela da televisão ou não?
Deixa trabalho imaginario papai noel cai melhor
Umas duas ou três de conversas de vô pega essa e aquela;
Cravo e canela não dá e jeito costurando e inventando
Um poema de retalhos

⁠Lhe dou pista e ele passa ruum
E fica o pensamento do movimento
Que acelerou a passagem dele ruum
Pavimentado de frases tá o momento
Na direção a imaginação vai ruum
Ruum com o pé no pensamento
Ruum na pista e o coração na ultrapassagem
Passa uma frase passa outra
Pé no pensamento ruum ruum ruum ruum vamos...
Na emoção dessa viagem
Diminuindo no ponto e vírgula;
Poesia na bagagem ruum
Na alegria lhe dou carona quem não se emociona
Virou paisagem...

Ruum
Ruum

⁠Palavrinhas com gostinho de quero mais
soltam marotos sorrisos
colando sentidos contigo e comigo
por essas levados olhando o próprio umbigo
gente é peixe na correnteza das palavras
e essas deságuam na multidão
de assim e assado que frita opiniões
no calor dos corações
no tempero do achismo que anda colado
com algo notado que traz uma vírgula,
para o tempo promovido que o mais uma
coisa no assunto sempre leva
e uma bola de palavra rolando nesse sentido
nos pega ganhado mais esse sorriso
no gosto da palavra...

⁠Gracioso nestas transparentes letras
Lhe dou versos

E com ele converso
Distraindo-me de pensamentos bestas

Oxigêno este aquário com o meu imaginário
E este poeminha fica extraordinário
Na ação que o alimenta
Leitura divertida

Borbolha na catinho o agora
E o poeminha o pensamento explora

⁠Como colmeia
em cada linha
uma camada
onde o mel
da poesia é gerado
feito do néctar
de ideias perfumadas
no branco de uma página
o enxame de letras trabalha
vem uma vêm outras
e outras tantas
e um zum zum zum
no ouvido canta

⁠O homem que seguia borboletas

Mas não elas: sim as letras

Que ele pousava no papel

Para a mordida de tédio
Garapa de frases é o remédio
Com gotas de poesia

Age mais rápido
Restaurando a harmonia
Entre o homem e o dia

⁠A palavra como nada.
Descriminada em sentimentos

Usada não trabalhada.
Descartada no calor do momento

Cansada no mesmo pensamento...

O lugar dela não é nesses lugares
Seu lugar é num telefonema

Alô razão

⁠E o poeta que assistiu
tudo que escreveu sem
morder uma pipoca

⁠Se o homem não pega o universo em uma palavra
Ele não caberia no pensamento

Assim se pega o que não se pode
Como se apanha frutas das árvores

Se apanha pensamento no texto


⁠Mais contagiante que uma gargalhada
na hora oportuna

É a frase que abre
o pensamento para passar o ar sobre...

Montagem de imagens na claridade
de nova cena

Pilhada no instante
cada coisa se bole em palavras

Mexa-as

⁠Lendo um poema alheio ganhei um sorriso
Lá tá uma peça do quebra-cabeça

Que completo comigo
Era isso mesmo, olha essas palavras

Contando-me isso e aquilo

⁠O universo é uma frase
ainda sendo escrita
por Deus!

(Autor original: São João Paulo II)