Coleção pessoal de Leonardojjms
Para fazer palavras é preciso alfabeto
Para fazer pensamento é preciso gramática
Para fazer poesia é preciso olho aberto
Para fazer poemas é preciso...
Praticar a leitura matemática do processo para fazer acontecer
Que o leitor abra o olho e conte
sua participação nesse ingresso
Leonardo Mesquita
Abrir um verso entre as infinitas possibilidades...
é como cortar uma fruta ou abri-la com a mão
então, já com letras na boca saborear palavras narrando
um verso gostoso
entre outros maduro maduro que colho na ocasião...
o léxico da verso o ano todo, as margens da possibilidade com suas raízes profundas tem sempre contexto,
só cabe encontrar o jeito
de derrubar palavras sempre amadurecendo a imaginação...
Leonardo Mesquita
No ninho do silêncio nascem frases autorais, ponha a palavra no papel
aqueça-a com olhar criativo até a eclosão do verso próprio...
alimente-o com sua voz
deixe-o voar
no pensar que o aprimora...
Leonardo Mesquita
A poesia tem utilidade? quem sabe que a linguagem é um antídoto para a mente... sabe que já se encontrou em muitos poemas vida afora... e já tá medicado pelo ser humano que cura-se no muito de si — que é o outro: que não precisa de um medicamento, mas falar coisas que se encontram sem frases... e essas substâncias sem frases; não incomodadas pelo encontro com o justo — era isso que eu sabia, sentia, pensava; mas não tinha palavras para olhar o eu, o seu ser que encontra-se em tratamento — de pensar — que o quê ainda não foi poetizado: leva o alto custo da sociedade com fármacos — agora com o susto que me dar a frase, que encontro no meu silêncio... essas palavras são pílulas de razão para o quê do outro... na cirurgia de um poema,
no corte preciso que palavras poetizadas fazem para o humano que se pega na frase do outro...
já sente melhoras do que antes não ter palavras. Assim: essas palavras —
poema de doze em doze horas e escutar o humano que não foge a regra.
Leonardo Mesquita
O poeta solta palavras no poema
como peixes no aquário e em límpidas letras essas tem o oxigênio do imaginário ocasionando a troca pragmática pela quebra de tensão
( que com jeito ) ( como ) um olhar poético bole nas palavras ( assim ) em um texto poroso
permeando de poesia a mente
que acende a luz do vocabulário...
e solto nesses versos o ah ah
que quebra quem sabe pensar...
Leonardo Mesquita
Palavras são letras empregadas
Frases são palavras bem empregadas
Versos são emprego de pensamento
Pensamento é cair em si
Final de estrofe letras em caixa
Saca essa...
Ganhe criatividade de poeta
Gaste vocabulário
Saindo daqui...
Com os bolsos cheio de letras...
Leonardo Mesquita
Colha uma palavra
prove o pensamento
poesia é como fruta
ao lê mastiga-se ao
ouvir tem-se o cheiro
ao vê o pensamento
no pomar colha do
texto, pause o olhar
a fruta madura
isso é poesia
hummm hummm
nhoc nhoc nhoc
Leonardo Mesquita
Caranguejo corre de lada
como a rima corre rápido
num verso animado
já com bom traquejo...
no ouvido o isso afora do mar
vem o caranguejo fraseando
de lá pra cá
de cá pra lá
e some...
aparecendo pra pensar
olhos marrento
fora do texto
de lá pra cá
de cá pra lá
lá no mar
Leonardo Mesquita
Com um bom raciocínio martelar o pensamento dando pernas a uma frase... colocando sobre ela delícias da linguagem e, reunindo em torno dela leitores famintos, pregada com esmero assim ela conforta a imaginação dos convidados a baterem pernas, nas delícias da linguagem, puxar conversa e sentar-se à mesa — o papo rolando
e o raciocínio toc! toc!ler é abrir a mente... como pregos na mão de carpinteiro pensamentos sustentam poemas e na alegria dessas palavras
em torno dessa mesa, mesa cara de imagens (de madeira) das terras das letras...
Leonardo Mesquita
Uma vírgula é pausa para respirar,
o ponto e vírgula é uma pausa mais forte que a vírgula apenas; os dois-pontos é uma pausa maior que o ponto e vírgula: já o travessão é o silêncio entre o leitor e o texto — respira — respira: raciocina, o silêncio que não é silêncio; nem pro leitor nem pro texto: é o peixe que para de si debater — porque é devolvido à água. A pontuação é cilindro de mergulho para o leitor ir a fundo no texto — o silêncio entre o mergulhador e a água: vende o peixe.
Leonardo Mesquita
Digitais deixadas em palavras abrem investigação, poética, sobre se há pensamento perfeito
Leonardo Mesquita
A ideia rainha é alimentada pelas palavras operárias com imagem real
produzida por palavras jovens
no sentido surpreendente que dão
ao texto, o poeta fecunda a palavra
rainha refrescando a memória e;
o fantástico é nosso melhor amigo nessa hora: tá na gente admirando
a imaginação — o trabalho que essas palavras nos fornece agora — olha!
Leonardo Mesquita
Poesia
Poesia: são palavras bêbadas
sedentas de mais um gole
mesmo já acabado a festa
elas comovem com tal
entrega ao acontecido
melosas ao ouvido
mais um gole da cachaça
desse poeta: saúde
pro ouvido
Leonardo Mesquita
Um poema grande morde a isca do poeta ai começa a luta pela palavra certa, o jogo é indo cansando o danado em frase aberta, dando linha pra não perder a pesca, o bruto pesa na rima — o poeta enrola o raciocínio focado na meta; o branco rabeia na mente negando a palavra: o poeta astuto solta mais linha vendo a oportunidade na água, sabe que usou isca pra grande sinestesia quem narra embarca no peso da pesca criando o gosto por frases onde tem
poesia
Leonardo Mesquita
Sabe aqueles donos irresponsáveis
— "pode entrar ele não morde" ai: au-au — aí cachorro — "ele mordeu"; assim é o dono da fofoca pode entrar...
Leonardo Mesquita
Um rio tem curso e não diploma
um poema, mesmo, tem discurso
para, só, emocionar não funciona
tem o ponto da surpresa
a força do pensamento e a
claridade da beleza
os braços do argumento
e pontos profundos
tem o peixe para o anzol do outro
e um banho de dopamina
o ah! ah! ah! de raciocínio
no decorrer do discurso
derrubando barreiras
tirando a palavra poema
do preço de peixes baratos
e vendendo-a ao valor do mar aberto
esperto é o pescador
que um peixe esperado assim
morda a isca
Leonardo Mesquita
Aprendi a colar palavras com cola emoção, onde se compra essa grudenta que o poeta tem à mão, será barata
será batata passou secou inventou, coladas em versos chiclete palavras
divertem quem gosta do doce que
entrete com figurinhas de imaginação...
na boca a recordação nhoc nhoc
nhoc
Leonardo Mesquita
Palavras folheiam conversas
do passado, essas fofoqueiras
que sempre recontam fatos e,
coisas quase acontecidas,
temperando o papo com páginas passadas;
abrem a boca de sentimentos
outrora calados agora tagarelas....
elas leem a fala aberta no
alô do poeta em uma ligação
sem fio trrrim-trrrim
Leonardo Mesquita
O alfabeto é o estado gasoso da palavra
A sílaba o estado líquido
E o raciocínio o estado concreto
A fonte da poesia é inesgotável
Quando o olhar quente do leitor
Toca o poema a música das letras
Condensa cenas e palavras
Molham de paixão a garganta
E a imaginação...
