Coleção pessoal de Leivanio

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Viver humanamente é sentir como o outro sente.

A inteligência é a melhor companhia quando se tem que ficar sozinho.

Não escrevo por via da racionalidade, aqui o humano se sobrepõe em mim.

Atinei na rotina à simplicidade e encontrei nela uma fábula de amor. Entretanto tenho me revirado em meus anseios, porque a fantasia não me bastava, não espero uma dramaturgia com composições e pré-representações de um final o qual pode-se imaginar (...), afeiçoo uma história sem sim.

Já odiei pessoas ao ponto de desejá-las mortas, mas já amei ao ponto de perder a vida por elas.
Na ambivalência do afeto, o amor e o ódio são os sentimentos mais supremos, pois tanto um como o outro se limita a intensidade e o teor do que é sentido.

Passado Mais que Perfeito


Vejo-te como ninguém viera ver,

Com olhos de quem não soubera conhecer,

Outro alguém que não estivera aqui,

De forma única aos olhos meus.

Esse amor tem sabor que jamais viera provar só com paixão.

E quero mais do que pudera ter,

Sem negar o que quisera existir,

A incompatibilidade de um desejo bom.

Que a ambivalência fizera sofrer,

Por ter algo sem rótulo e sem nome dar,

Que o tempo não mostrara a ninguém.

Todos os encontros escuros e belos de noites de luar.

O receio de perder mantivera aqui,

Com abraços em um corpo particular.

Com ditos de alguém que não quisera prometer,

Aquilo que não sentira jamais em ter,

A segurança que demandara em mim,

Para amanhã jamais pensar em esquecer,

O passado mais que perfeito de viver.

De todas as pessoas que ficaram no passado, algumas partem de uma resignação minha de consciência e efeito.
Elas estão lá não somente por ordem do acaso ou por caminhos transversos do percurso natural do tempo e época, mas sim, por não querê-las mais em minha vida.

Somos como frases inacabadas por reticências...

Os sonhos são não somente a realização de desejos, mas o refúgio deles!
De maneira da qual somos traídos pelo conteúdo onírico, realizando desejos latentes vivenciados numa consciência irreal, dirigido sem roteiro pelo grande Outro (o inconsciente), que ao nosso despertar, traz à realidade diurna a frustração de não ter aproveitado o sonho como realmente seu, uma vez que este se configura a cada imagem como sonho rotineiro, resguardando a energia da libido aonde não se possa ter acesso. Neuroticamente, estando em subconsciência, somos atuados pela instância psíquica do controle, que mesmo via sonho, somos castrados para nos resguardar do buraco negro do real.

Tudo que é transmitido ao universo não se perde em seu infinito, volta ao mesmo ponto de partida, no entanto, com toda a força e conspiração do universo.

As pessoas são felizes, elas só não sabem disso.

A beleza é aquilo que você olha e a deseja.
A inteligência é aquela que você ver e aguça seus instintos mais primórdios, é um princípio do desejo.

Conhecer alguém é deparar-se com a existência de um universo paralelo.

Nada mais brutal do que tirar de uma criança a pureza de sua inocência, sem dar-lhe chance alguma de escolha dos seus objetos de amor

Equilíbrio Psíquico

Há certezas que nos levam a sustentarmos o inacreditável, pois isso corrige a alinha mental do nosso psiquismo, resguardando o Super Eu e camuflando uma falha de proteção.
Não seria uma fuga, mas verdadeiramente uma tentativa de estabilidade do próprio ser, mantendo-se equilibrado mesmo quando a estrutura só ser sujeito é abalada pelo que não se quer conhecer em alguém, porque indiretamente o que não se suporta no outro nos põe diante a um espelho. E Embora isso não seja uma regra, pois a subjetividade sempre deve estar em evidência... Isso é o que nos faz manifestar falsas ressalvas sobre os objetos desconhecidos que nos causam ameaças ao próprio EU.

Deixe-me cantar, as estrofes crivadas de um baú de canções, de uma história sem trilha sonora que pede cifra a cada verso meu.

Tenho tentado me fazer bem, buscando a cada momento um sentimento que me leve a respirar, costurando feridas sem deixar marcas visíveis ao futuro.
É sistemática minha capacidade de transformar significados predefinidos ou definidos em objetos brutos, tornando-os novamente significantes que pedem sentido a cada sentimento em processo de superação. Contudo, hoje já não sou eu que lhe abraço, mas o outro que fui quando genuinamente o conheci.

Outono

As folhas caem,
O vendo frio se tornou a companhia,
As lembranças se desprendem como folhas secas que caem no meio vão,
Ali se ver uma época de sobrevivência,
O estádio desse tempo suspira no verde morto a suplicar à próxima estação.
O seco do ar frio congela os pensamentos mais nobres.
E o silêncio que esse tempo traz, deixa mudo o bom dia dos bem-te-vis.
A vida hiberna com o inverno que se aproxima,
Que o medo do vazio configura uma realidade marrom,
Marcada pelos tons amarelados e dos galhos secos,
Na controversa tensa dos dias cheios e noites abandonadas.
O orvalho teme cair como lágrima de uma história oculta,
Que a cada ameaça desse tempo, prolonga o sofrimento na janela,
Esperando essa estação passar, o inverno desabar, o frio passar...
Para então reaquecer o coração gelado de que espera a primavera voltar.

Lágrimas encharcam minhas mãos, suando a emoção que a ansiedade de não ter que te encontrar me leva a chorar.

É bom esquecer de quem se é algumas vezes, nos dar estímulos para descobrirmos coisas novas na gente.