Coleção pessoal de Le.ticia

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Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.

E, se você me achar esquisita, respeite também.
Até eu fui obrigada a me respeitar.

Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo e perdoo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas de que eu me lembre.

Estou naqueles momentos silenciosos em que pouca coisa parece fazer sentido.

A verdade é que dei espaço demais:
e tem sentimentos que desmerecem hospitalidade.

Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Já era amor antes de ser.

Tenho a impressão
que já disse tudo.
E tudo foi tão de repente.

Tudo o que eu faço
alguém em mim que eu desprezo
sempre acha o máximo.

AMOR

Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino.

A vida não imita a arte. Imita um programa ruim de televisão.

meus amigos
quando me dão a mão
sempre deixam outra coisa
presença
olhar
lembrança
calor
meus amigos
quando me dão
deixam na minha
a sua mão.

Abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri:
Antigamente eu era eterno.

Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...

Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor.

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Doravante, eu o sei e qualquer um o sabe.
O coração tem domicílio no peito.
Comigo a anatomia enlouqueceu.

-Sou todo coração.
Em todas as partes pulsa.

Em vez de serem apenas bons, esforcem-se para criar um estado de coisas que torne possível a bondade; em vez de serem apenas livres, esforcem-se para criar um estado de coisas que liberte a todos!

Tenho muito o que fazer. Preparo o meu próximo erro.

O Analfabeto Político

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo.