Coleção pessoal de LaylaPeres

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E quero que saiba que eu sinto muito pela gente, sinto muito pelo seu sentimento por mim e eu sinto muito pelo meu amor infiltrado por você. Eu quero que você me desculpe por tudo: Nunca quis te causar mal algum, nunca quis que você bebesse por mim, nunca quis que você virasse a noite como eu estou passando ao tentar escrever esse texto.

Quanto mais o tempo passa, mais certeza eu tenho: Você não merece esse amor, não mesmo.

Ninguém se assusta com o tamanho do meu coração, mas todo o evita. Eu também evito, não quero que o mundo perceba que há tanto amor dentro de mim. Por mais sincera e desapegada que eu seja, sempre espero que você possa retornar. Vivo na espera de num sei o que, vivo na sua espera. Vivo sonhando algo que está tão longe, vivo buscando coisas que possam substituir todo esse amor que reside em mim. E de novo ainda acho que você não merece as lágrimas que derramei um dia. Por mais que eu chorei, hoje, já não posso chorar – estou seca, por mais que eu me esforce, o choro não vem -

Nosso amor se tornou apenas meu. Me vi sozinha, sem ter ninguém para amar novamente e também não quero isso. Estou bem sozinha, creio nisso. Seria bom se você estivesse ainda comigo mas como preferiu seguir um caminho tão oposto do meu que acho melhor me calar novamente.

Tenho vontade de invadir seu mundo sem muito me importar o que pensará de mim, sei que não tenho mais nada a perder, mas mesmo assim, o restinho da minha timidez e do meu orgulho, conseguem me livrar disso tudo

Você não merece esse amor, esses textos e esse tempo que perdi. Você não merece minha agonia, aflição ou até mesmo o meu jeito de falar o seu nome – que chega até ser enjoativo, de tão meloso. Não merece o meu amor expansivo e dolorido, nem a minha solidão.

Mas hoje é dia dos namorados. Dia dos abraços incontroláveis, dos sussurros noturnos, dos beijos sinceros – ou não tão sinceros assim – Mas hoje é dia da vida esfregar na minha cara que eu não sigo minha vida e que eu não deixo ninguém me fazer feliz. Hoje é o dia que os presentes chegam, os telefones tocam, o amor é jurado para sempre. Hoje é um dia que eu queria passar com você. Não como namorados, mas como sempre quis. Todos os dias peço isso. Dizem que é para fazer simpatia com o Santo Antônio. Então: Caro Senhor-Santo Antônio, traga esse menino para mim, se possível, se não for, mande outro.

O mundo tem lá suas injustiças, e quanto mais o tempo passa, mais certeza disso eu tenho. É injusto você seguir em frente e eu ficar. É injusto tentar amar um cara que sei que não irei conseguir. Não consigo amar quando imploram para isso. E a maior injustiça é saber que mesmo eu ter perdido tanto tempo e você nem ao menos deu o valor por isso. É difícil associar a ideia que precisa de amor mas ninguém pode amá-la se não for esse menino – que te preferiu te abandonar -.

Desejei nunca mais te ver, desejei nunca mais falar seu nome e nunca mais sonhar com tua presença horripilante mas tudo isso continua sendo tão em vão. Continuei desejando sentir sua presença, quis te ver e sonhei contigo.

Me tornei algo que só Deus sabe, e eu não faço questão de descobrir, porque é melhor assim. Continuei parada e fui olhando cada espaço que há do meu corpo, meus braços magros, com alguns músculos salientes – faço academia ainda – E minha cor quase transparente, há séculos que eu não sei o que é ficar bronzeada, e não faço questão alguma disso. Tentei pensar que tudo estava bem e que já havia superado essa coisa interminável que há dentro de mim. Não consigo controlar. Quando dou por mim, estou sozinha, em desespero, pedindo para que tudo acabe rapidamente.

Sempre achei um porre essas meninas que são sempre legais, são sempre animadas, são sempre sorridentes. Eu não sou assim, nunca fiz questão de ser.

E eu nunca fui o exemplo de nada. Na verdade, nunca quis ser o exemplo de nada e ninguém. Sempre achei um porre ser exemplo de alguma coisa. Me idealizaram como a menina boazinha e descobriram que isso não tinha nada a vê comigo. Sempre soube que não nasci para ser boazinha mas preferi que os outros pudessem descobrir isso.

Lembrei de quando meus sonhos eram fáceis, e quando eu era apenas uma menina, que ainda assim, milhares de vezes queria desistir de tudo. Meus sonhos não são levados a sério, eu não me levo a sério e assim, ninguém também me leva. E eu nunca fui o exemplo de nada.

Sobraram os restos. Restos de sonhos e amores, de risadas e de abraços compulsivos. Sobrou um corte na garganta, sobrou a pena das pessoas e o olhar surpreendente de todos. Mostrei ao mundo uma menina que ninguém havia conhecido. Mostrei ao mundo uma menina que eu nem sabia que existia dentro de mim. Uma menina liberal, fácil, simpática e sorridente. Uma menina que tem cabelos loiros tingidos, sorriso fraco, e um jeito fácil de lidar. Não há complicação, não há negação, é apenas sim. Eu apenas digo sim.

Continuei me examinando e vi o corte no pescoço, não fundo, apenas um cortezinho como se um gato me arranhasse ou como qualquer coisa assim. Continuei por um bom tempo pensando no que eu havia me transformado, ou até mesmo, no que eu era verdadeiramente e que só agora revelou-se. Dez quilos a menos, um sorriso torto mas que possa mostrar a segurança de dizer que está tudo bem – mesmo sabendo que não há nada bem aqui –

Depois de muito tempo fui me analisando, olhei fixamente para o espelho e eu já não sei quem mais sou. Tenho dez quilos a menos quando comecei a escrever, olheiras profundas, lágrimas querendo descer, e maquiagem borrada. Continuei me olhando no espelho fixamente e tentei adivinhar os fatores que aconteceram para que ele pudesse me ver longe. Não sou horrorosa, sou até bonitinha – quando estou em perfeito estado, sem olheiras ou maquiagem borrada –

Mas aí, a festa acaba. A bebida me faz ter amnésia. A bebida me faz ser o que sempre fui. E eu não me importo, porque todos estão bêbados e não vão se lembrar de mim. Não me importo, não mesmo. A festa acabou, fiquei de boa, brisando ou até mesmo querendo que tudo passe, porque eu sei, nada disso é sanidade, tudo isso é loucura. O tempo passou. E a menina cresceu

Sou uma menina com ideologias e atitudes complexas. Minha alma é pesada, é triste, é sombria. Tenho pensamentos obscuros, tenho vontade de parar a qualquer momento. Mas eu não me dou o valor que tão pedi para o mundo que me desse. Com a falta desse menino, conheci tanta gente, me virei em cada situação, pude enfrentar o mundo na base do grito ou até mesmo na base do silêncio.

Já que ninguém mais me dá valor, eu também comecei acreditar que não merecia qualquer forma de valor. E garanto que é bem melhor assim. Não sou triste, não sou nada.

Chega um dia que ser taxada como louca não faz mais sentido. Chega um dia que eu vou querer ser levada a sério. E eu não tenho orgulho algum, e continuarei correndo atrás daquilo que acredito. Penso que muita coisa poderia ter sido evitada. Muito choro poderia ter sido adiado, muito sonho poderia se realizar, muitas pessoas poderiam ir embora de vez.