Coleção pessoal de lasana_lukata
periferia
o vento de outono soprou
e fui colhendo folhas...
em cada uma havia um verso
e todas juntas um poema,
que agora averbo em teus ouvidos
e na margem deste mundo.
o meu poema te rodeia,
espaço branco producente,
de umidade e razão.
garça, alba plumagem
onde escrevo teu nome.
ah, se toda pancada fosse de chuva
e a pouca distância, de fato, uma curva...
minha vida envolvida em água tão turva,
tropeçando, caindo, infinitos estorvos.
meus olhos
são dois cavalos rebeldes
que de repente disparam pra longe
e regressam com as patas sujas de versos.
ao escrever A Madrasta de Pedra, eu não fiz opção pelo sofrimento, eu tinha um material sofrido de onde extraí poesia.
a garça aviva sua brancura
a garça encrespa sua brancura
a garça finge suabrancura
a garça é plágio do urubu
A internet deu a onipresença aos escritores, mas são criados novos corredores para passar somente alguns.
olho a para um lado,
lama e lodo.
talvez seja a parte,
parece o todo.
olho o outro lado-
lodo e lama-,
parece que este mundo
está em chama.