Coleção pessoal de kevinmartins6

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Nas não ditas

Desculpa se te assustei
Me perdoa se pequei
Esse é meu jeito
Um romantismo meio bobo
Acho bonito, comer pão com ovo
Sorrir pr'o povo
Rir de uma piada
Depois rir, de novo
Correr pela calçada
Descalço, feito um tolo
Sou intenso
Como dizes
Mas intensidade
Pode nos fazer felizes
Tu tens, também tenho
Muitas cicatrizes
Juntos talvez curaremos
Todas as imperfeições que podemos
Riremos do que fazemos
Nos repararemos e ampararemos
Todos os sorrisos e os choros
Compartilhados, em muitos namoros
Mas esse romantismo meio bobo
Pode ser resgatado lá do poço
Como um sedento busca água
Encontrando, vigoroso
Lembra de viver novamente
Loucamente, esplendoroso
Pensarei em te beijar
E te beijarei de novo
Bobo
Sempre bobo
Contigo sou um velho
E também sou o mais novo
Trarei em mim o teu olhar
Pra me alegrar
Tudo de novo
Manhã por manhã
Amanhecer no divã
Pra confessar o que sou todo
Todo teu como hoje e amanhã
Até o fim desse jogo
Jogo da vida
Te trago em toda despedida
Em cada esquina da minha vida
Em cada viela perdida
Em cada vida sucumbida
Em cada noite adormecida
Em minhas palavras proferidas
Mas principalmente nas não ditas
Nas sentidas.

Um aviso:

A vaga foi preenchida
Não que eu procurasse por alguém
Mas tinha um anúncio
Naquela página bem escondida.

Tudo é distância, sem a sua cia.

Romântico.

O papel me olhou com deboche
Risquei com raiva e medo
Com esse café preto
Aqui no canto esquerdo
Ri e escrevi com zelo
Novamente
Tinta escorrendo livremente
Sem qualquer compromisso
Apenas deprimente
Melancolia novamente
Tudo novamente
Melancolia, Mario Quintana já dizia:
Sofrimento romântico
E eu descordaria?
Apenas sigo o velho cântico
Romântico.

Não sou a pessoa mais correta
Nem a mais errada
Levo a vida
Como acho que deve ser levada
Aproveito cada segundo
Imaginando ser a última parada
Corro cada metro
Admiro cada polegada
Viajo em espaços
Admiro minha estrada
Corro rapidamente
Também ando devagar
Cada esquina faço minha
Cada olho é o meu lar.

Esse texto está sendo redigido, às 3:00 da manhã do dia 16. Talvez foi a mesma hora da nossa primeira troca de palavras, no dia 15 de junho.
Confesso que antes da festa, imaginei como ir falar contigo. Como me expressar. Lembrei de você em outros momentos. Não sei ver alguém que gosto, sem planejar todo o futuro, somente olhando uma vez. Vejo namoro, casamento, filhos, momentos. Sim, parece ridículo, mas sou um tanto quanto ridículo, brega, como queira. Talvez por isso, depois do beijo, eu já havia bebido, falei em casamento. Ri muito disso.
Se eu fizer qualquer declaração em um texto, fazendo um dia que te conheci, acharás de extremo exagero. Não, não sou exagerado, apenas trago em mim, todas as verdades do mundo, ao invés de sonhos, como já disse Fernando Pessoa, em Tabacaria.
Eu dancei, mas fiquei tonto, não queria dançar, você também disse que ficava tonta. Tontos. Foi a maneira que vi, para me aproximar, me aproximar de alguém que senti admiração ao ver, mas depois das palavras, confirmei a admiração.
Meus olhos, mesmo embriagados, denunciaram-me, como sempre, não sei disfarçar um olhar. Teus olhos, dificilmente olhavam nos meus, medo que eu roubasse um beijo.
Mas depois de tanta inconveniência, aceitou meu beijo. Sim, revi os planos, os mesmos de quando te enxerguei.
Depois disso, perguntei o que faria, você falou e eu não estava incluído no plano. Me retirei. Chega de inconveniência, eu também não teria me levado à sério.
Como eu disse, na festa, nunca acham que você está falando a verdade, quando não acham que está bêbado. E com toda a certeza, achaste isso, com razão.
Com isso, não tive medo de pensar em ti novamente. Nem tenho, pois penso. Pensei em não me entregar sem recíproca, mas o que é o pensamento, diante do sentimento. Pois por aquela boca, pode-se jurar sem esperança, por aqueles olhos pode-se prometer estrelas, pois aquele sorriso, pode fazer a alma sorrir.
Eu digo que não procuro quem namorar, que faço o que a vida planeja e deixo a porta aberta. Mas quando gosto de uma pessoa, que tem valores, planos, metas, simplicidade e doçura, não tenho como não pensar em tudo novamente.

Não me envergonho da idade mental. Me julgo um completo idoso.
Ainda acredito em amar e morrer por amor. Acredito na velhice acompanhada do amor, morrendo junto com o outro.
Acredito que eu me apaixone por instantes e me doe para alguém.
Acredito que rirei da sua teta murcha e você rirá do meu saco.
Lembrarei antes da morte, daquele dia debaixo da figueira, onde comemos uma torta de maçã, que fizeste, depois fizemos amor, sobre a toalha xadrez.
Daquele noite, que andamos sozinhos pela cidade, quando chovia muito. Você riu e olhou nos meus olhos, fiz o mesmo. Ali, senti como se meu coração pensasse, pois bateu forte, me mostrando que era aquele sorriso por quem ele queria bater. Até que aquele sorriso existisse, ele bateria, depois não teria motivo.
Lembrarei daquela noite que saímos, mais uma vez, à pé. Fomos tomar uma cerveja. Mas eu lembrarei de todas, cada uma era especial, cada olhar era afirmativo.
Aquela madrugada que te liguei, só pra dizer que te amava, ou melhor, uma delas.
Quando me mostrou o álbum das fotos da família.
Quando voltei do trabalho, você estava me esperando com um papel na mão. Com uma cara de quem ia embora. Era uma surpresa. Você estava grávida. Nosso primeiro filho estava à caminho da vida. Eu te abracei por mais de dez minutos, chorei como nunca havia feito.
Esse momento, se repetiu por três vezes. Nenhum igual ao outro, mas todos com o mesmo sentimento.
Os vi crescer, dei-lhes muitas duras. Viraram pessoas dignas. Tiveram a felicidade como sucesso. Nos deixaram morando sozinhos, como antes de virem ao mundo. Mas sempre vinham nos visitar, trazendo os netos, para brincar comigo, velho abobado, riam da minha cabeça calva, dos meu óculos e dos meus textos...
Quando um de nós morrer primeiro, eu e você, o outro irá junto.
Sim, eu sonho com isso. Creio nisso. Nas paixões daquele bar, nos olhares das paradas de ônibus, das trombadas da vida...
Se ninguém crê, eu serei mais uma poesia não compreendida.

Quando bati à tua porta
Se ausentou
Bates à minha
Voarei, e vou.

Um ano atrás, eu escrevia uma carta de amor. A que escrevo nesse momento, é de ausência.
Escrevi, falei de amores, dei presentes, recebi, beijei, fui beijado.
Agora, onde tua mão ocupava, o que ocupa, é um copo de vinho, vinho ruim, barato. Minha companhia são as letras e pensamentos.
Onde teu corpo ocupava, existe um vazio. Onde preencho com coisas que nem eu mesmo explico.
Não tenho a companhia de meus pais, não tenho a mesma casa que ias, como morada.
Meu olhar já não é o mesmo, minhas feridas são ainda maiores.
Todo dia encosto minha cabeça no travesseiro, sempre parece úmido, deve ser das lágrimas que não derramei. O cobertor parece cada vez mais curto, durante a noite. Minhas poucas horas de sono, são piores do que ficar acordado.
Todos os dias, meu rosto demonstra o cansaço e a inquietação.
Mas como disse, um ano é muita coisa.
Nessa data, ano passado, devo ter escolhido mais um filme para assistirmos. Você já estava aprendendo a não dormir, durante eles. Devo ter ficado irritado, quando cochilou.
Não lembro dos detalhes, nem dos presentes, nem de nada. Pois essa pessoa que você passou a data, ficou aí.

Como se eu sentisse aquilo que escrevi
Como se eu deitasse pra dormir.

Decepcionei a mim
Me ludibriei de esperanças
Me depositei confiança
Coisa que não deveria ter feito
Sabia do limite
Perdi a noção
Por mim mesmo
Fiquei triste
Agora estou perdido
Não logrei êxito
Saí mais corrompido
Um bicho ferido
Pelo ego
Fui vencido

Antes da nossa paixão
Partir da estação
Meu coração
Esse
Ja havia partido

- O que eu tenho, doutor?
- Sinto em lhe informar, mas você sofre de poesia.

Pôs em mim, o sol do teu olhar.

Médico por amor, mas a arte também me arde em cada parte.

Escrevendo esquisito, acompanhado desse pito maldito.

Senhora, não ora fora de hora.

"To tranquilo!"
Como se fosse verdade aquilo.

- Olá?
- Olá!
- Tudo bem?
- Sim, tudo bêbado! (Hig)

Do meu breu interno, a tinta preta escorreu pr'o caderno.