Coleção pessoal de kevinmartins6

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De repente você está com a idade que nunca imaginou ter. De repente a pessoa que você não imaginava ser, é sua realidade. Os dias passam cada vez mais rápidos, cada dia você se sente mais perto da única certeza da vida. Que ironia.
Você pensa nos planos que já fez, os que não se realizaram. Você planeja novos, para tentar realizar ou só para passar o tempo.
Você se dá conta dos momentos que passou, se dá conta do quão minúsculo é em relação ao mundo. Você lembra da infância como se ela tivesse sido a poucas horas, quando já se passaram décadas. Sente cheiros, lembra das dores, dos risos...
O seu físico não é o mesmo, seu corpo não responde todos os comandos. Seus olhos vêem menos, mas talvez enxerguem mais.
A vida não perdoa. O tempo é implacável. A vida é vivida por quem quer. O tempo é sucinto, duro, inflexível. Você enxerga como pode, enxerga pela janela que construiu. Viva para que sintam sua falta, para que o vento sinta falta de passar por sua lágrima e a chuva de molhar o seu sorriso.
Quando você perceber que somos quem somos, passou o dia. Quando você perceber que somos quem somos, terá passado a noite. Se você não perceber que somos quem somos, terá passado a vida.

Do céu corre
As gotas
Que se juntam ao meu porre

Eu erro tanto, que meu acertos viram erros.

Senta aqui
Toma uma comigo
Manda uma pro santo que nem existe
E finge que sou teu amigo.

Mais uma vez eu cheguei naquela bar. Quantas coisas eu passei, quantas lembranças eu tenho desse maldito bar. Nele eu trago amigos, trago cigarros, bebidas, mulheres... Mas eu esperei por uma, uma somente.
Fui, mais uma vez, fumar. Na área dos fumantes, minha cabeça era baixa. Eu enxergava pernas por cima de meu óculos, cada vestido, cada perfume, eu queria que fosse seu. Cada palavra, cada beijo, eu queria que fosse o seu.
Eu finalmente senti o perfume que tanto desejei, foi esplendoroso, eu nunca vou esquecer aquele perfume, eu nunca vou sentir nada igual. Depois de tanto tempo, depois de tantas conversar fúteis, tantas pessoas vazias e momentos mais vazios ainda, eu senti que um perfume e uma palavra me deixaram feliz. Me fizeram completo.
Eu troquei poucas palavras, meus amigos tocaram lindamente as músicas que eu também não vou esquecer, eles chatos, sempre perfeccionistas, querendo tudo certo, mas mostrando que aquilo corria em suas veias, como sangue, sangue na voz, sangue na melodia, música tocada com a carne e a alma. Aquilo me marcou, aquilo marcou o começo de algo.
Eu recordo de cada acorde e de cada olhar que recebi. Eu estava ali, viajei por momentos, mas esses momentos tinham você. Como poucas vezes, eu vivi o presente. Talvez embriagado às 6:00 da manhã, eu perceba que vivo, perceba que não estou completamente morto, que posso ter sentimentos, que posso viver o hoje, que posso viver... Viver... Contigo.

Eu queria não me importar. Mas dói em te ver sorrir. Como se eu fosse uma brisa, simplesmente passei por você, não sabes mais meu nome, cheiro, número, rosto...
Eu simplesmente fui rasgado do caderno. Apagado da folha. Queimado. Não canso de lembrar que te esqueço e me esqueceu.
Você desapareceu aos poucos. Foi covarde não ter dito adeus. Deixou o gosto do beijo e a marca do seu batom na minha boca. Seu cheiro ainda é recordado em muitos momentos. Sufocante. O toque das suas mãos, deixou um vazio nas minhas. O apelido que me deste, está na sua mochila que carrega tantos outros, de outros.
Não precisas mais fugir, meu bem. Podes ir aos lugares que um dia frequentamos, não estarei lá. E se eu estiver, não se envergonhe, levante a cabeça, repare os olhos de outros pessoas, não precisa ser os meus. Estufe o peito e se orgulhe de ser você.
Faça sua festa, dance, sorria, brinque, dê apelidos, saia de carro, jogue dinheiro, acenda cigarros, retoque o batom, feche a bolsa, arrume o vestido, brinque de ser Deus, seja ingênua, fique linda, beba, mas não se importe comigo. Foi lindo, pintei quadros de esperança no seu vazio.

Ninguém percebe...
Ninguém percebe... Que eu percebo
Ninguém percebe... Que a solidão me é alegria
Ninguém percebe... Que as pessoas me adoecem
Ninguém percebe... Que tenho vergonha de meus dedos
Ninguém percebe... Que tenho medo de mim
Ninguém percebe... Que uso a mesma roupa... Sempre
Ninguém percebe... Que não tenho mais preocupações comigo
Ninguém percebe... Que sinto frio no frio e frio no calor
Ninguém percebe... Que fumo cada vez mais
Ninguém percebe... Que bebo cada vez mais... E isso me conforta
Ninguém percebe... Que eu adoeço
Ninguém percebe... Que a cada busca de um par, eu volto mais só
Ninguém percebe... Que meu escarro tem sangue... E minhas poesias também.
A conclusão que me chega é de que eu sou ninguém.

Moribundo era eu
Morto por dentro
Sem lembrar quando morri
Tive quantas mortes
Nessa vida que vivi?

Quero compartilhar o medo
Hoje
Amanhã
Cedo
Na eternidade
Com alguém que tenha coragem
de senti-lo
Do olhar
Ao asilo.

Eu sonhei com você.
Fazia mais de uma semana que eu não me importava mais com sua presença. Faz muito tempo que você desistiu. Mas hoje eu tive uma das maiores dores da minha vida. O sonho foi real.
Eu estava em alguma festa, não faço a mínima ideia de onde, deve ter sido a festa que meu coração fez quando te conheceu. Você estava sentada ao redor de uma mesa com os amigos. Vestia um vestido lindo, azul, ele brilhava, tão lindo que só existia você ali. Seu cabelo estava amarrado, seu sorriso era a luz que iluminava o local. Eu vestia, novamente, a mesma roupa.
Foi então que você perguntou: "Não vamos conversar hoje?". Eu respondi com um sorriso e caminhei em sua direção. Você sentada, eu sentei no chão, sim, eu me sinto bem sentado no chão. Começamos a conversar, eu te dei a mão, sua mão tão macia, me senti acalentado e minha solidão foi embora por um tempo que eu não faço ideia. Você me abraçou, novamente eu senti o que eu não devia e senti que naquela abraço eu poderia viver a eternidade.
Não, não houve beijo. Até em meus sonhos você sente vergonha de mim.
Lembrar-me que um dia fiquei bem em estar ao seu lado, é perturbador.
Nos meus sonhos você volta, pra eu não me esquecer de ser humano. Até em meus sonhos é real a dor que sinto.

Insônia

Essa insônia que vos digo, não é sozinha. Na verdade ela é uma resultante. Ela vem de tantas coisas, tantas causas.
Parece que eu estou sempre angustiado, a angustia de dever ao mundo o poema perfeito, sei da impossibilidade, mas isso me move, move meus dias, meus passos, meus olhos e gestos. Quem sabe o mundo me dê as letras que faltam naquela palavra, ou me dê mais um dia, como hoje. Pra que eu busque as minhas perfeitas imperfeições.
Angustia de querer fugir pra longe, cheirar o céu e beijar a terra.
Amo sentar no sofá, fumar meu cigarro, discutir comigo sobre minhas discussões comigo.
Acho perfeito me imaginar namorando com cada moça que passa por meus olhos. Vejo namoro, casamento, filhos, família, tudo perfeito. Mas quero nada disso, tenho prazer na tristeza e na solidão. Não conseguiria seguir ao lado de alguém. Sou um quebra cabeças, sem desenho algum, que sobram peças, peças que não se encaixam.
Mas a coisa que mais me intriga, não é o frio na barriga, nem a rima perdida. É rimar sem perceber, enquanto tenta escrever, que a grande ironia, é o perceber... Que o problema de ser poeta, é não ser.

Acordo mais um dia, noite horrível.
Sempre esperando resposta do que não vem. Sentindo o vazio que tenho no peito, cada dia mais vazio, cada dia mais eu.
Me aprofundando em filosofia, esquecendo de exercer o amor como prioridade.
Eu te pediria todos os sonhos do mundo, pra que eu pudesse sonhar. Queria te ter do meu lado, pra que eu pudesse sonhar como criança, que o sonho é ter uma bola de futebol. Ao teu lado, os sonhos mais simples, seriam mais lindos e complexos, os mais complexos, seriam simples, os momentos, seriam amores, os amores, seriam todos os momentos, cada declaração, me faria repetir, mas cada vez que eu repetisse, quereria te amar de novo.
Só você preenche essa lacuna. Esse pedaço que falta, só você tem, ninguém mais, se tiverem, não quero.
Queria saber esconder esse vazio, não demonstrar num olhar, que a peça que tens em mãos seria minha chave dos momentos felizes.
Tudo nos impede. Nossas vidas, nossas histórias, você.
Quebre as regras, fuja das correntes, não fuja de mim. Eu sou um pobre coitado, de peito aberto e coração dilacerado. Ajude-me com sua companhia, suas mãos leves, seu olhar que me furta, sua voz que me ganha e sua dúvida que me corrói.
Podes rir, mas ria com força de mim, pra que eu veja seu sorriso refletido nas estrelas, do poço onde estou. Pra que eu deixe de achá-lo belo e encha meu vazio de mais álcool por um dia.

Momentos felizes
Se transformaram em tristeza
Pois de mim
Você só ri.

Depois da meia noite
Sou mais poeta
Viro mais poeta
Enquanto a poesia
Me vira.

Repassei algumas fotos. Quanta saudade eu senti.
Eu te mandei tantas, você me mostrou tantas. A gente compartilhou muitos momentos, hoje não compartilhamos nem a saudade. Eu a trago sozinho.
Essas fotos me machucaram bastante. Eram momentos tão banais, que me fazem tanta falta. Eram sem compromisso, era simples, era ingênuo e sincero.
A sua boca tão linda nessas fotos... Eu a beijei diversas vezes. Confesso que ainda beijo em muitos pensamentos.
Me faz muita falta a tua presença. Mas pensando bem, acho que nunca esteve comigo.

A moça

A moça

Uma moça me disse: "Eu nunca ganhei flores!".
Eu não conseguia achar justo aquilo. Uma menina linda, com olhos doces e beijos apaixonantes.
No meio dos diálogos, fui pesquisando seu endereço, sem dar pistas de meu futuro romantismo.
Fui até uma floricultura, eu havia economizado aquele dinheiro por um tempo. Lhe escolhi 3 rosas, mandei fazer um buquê delas. Sim, um buquê com 3 rosas, minha economia era de pouca valia. Mas mesmo assim meu sentimento ia junto com as rosas, cada pétala era uma jura acompanhada de um beijo.
Pedi para entregarem no endereço. O pai dela foi quem recebeu, o buquê era acompanhado do bilhete que dizia: "As rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti...", um plágio de Cartola. Ela sabia que vinham de mim, ficou envergonhada perante a família que estava lá.
Mas sua mãe e seu pai desconfiavam de quem fosse, mas não sabiam da minha existência, não sabiam dos meus sentimentos, não sabiam meu nome, muito menos que meu corpo havia estado junto às rosas. E a moça, fingia que sabia.
Ela recebeu as flores, querendo que o remetente não tivesse sido eu. Na verdade, cheirava as rosas, beijava-as, pensando em outro.
Eu dei as primeiras flores da sua vida e ela me deixou os espinhos.

As pessoas não entendem.
Não é você que vai até a poesia, ela que vem até você.

Não importa onde vou/vá
Eu te amo em todo pranto.

É
A moça que disse:
"Não namoro mais!
Eu quero curtir o verão
Mais uns carnavais..."
Hoje namora...

A gente nem conversa mais
Somos desconhecidos
Depois de tantos beijos
Abraços perdidos

Ela achou alguém que quebrasse a promessa
Mas ainda acredito
Que a promessa
Só valia comigo

Hoje ela, provavelmente, ri
Das coisas que eu falei
E das coisas que eu senti
É
Senti...

Meu nome nem deve ser citado em diálogos
Se é
Vem de lembranças remotas
De um qualquer
Um dos idiotas
Em comentários vulgares
Sendo motivo de chacotas

Deixa assim
Eu não impeço ninguém
Nem a mim
Mas peço
Não lembres de mim.

Ao ler minhas poesias
Você é mais poeta que eu
Obrigado!