Coleção pessoal de KarlaMoreno

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Pra que seguir rótulos se a vida nem sabe dizer quando acaba sua validade?

Renascendo das cinzas, a menina que deixei tenta voltar a sorrir com os mesmos lábios. Os lábios que sentiram cócegas com as incansáveis lágrimas que por ali já passaram. Não seria problema renascer das cinzas. Enxergar o paraíso por trás da neblina que agoniza. Ressurgindo, ela caminha e não olha pra trás, com medo da solidão estar seguindo-a rumo ao desconhecido. Seu mistério é sua arma. Seu escudo é estar em tudo, até no vazio. Não há coragem maior do que tentar ser feliz sozinho. Renascida das cinzas, a menina olha a mulher de frente, sabendo que não existe charme que substitua uma mulher independente. Ela mata um leão por dia. Extermina do caminho até o que antes não podia. Cai na luta e levanta na glória de quem olha por ela. Apaga o passado como o sopro de uma vela. E amanhecendo, o cinza vira cor em meio ao azul formidável. Um dia após o outro, ela descobre que não há nada no mundo que valha realmente a pena...
e seja fácil.

A vida é meio curta, e a gente tem a sorte de encontrar a pessoa com quem queremos passar o resto da vida juntos, mas o que nos resta é esperar pela sorte, pelo destino, pelos outros, ou tudo junto, não sei. A vida é curta e eu passo os meus dias pensando em pessoas que estão tão longe que chega a doer forçar qualquer lembrança pra me manter perto, mesmo que na minha cabeça. A vida é tão curta que dois anos se passaram, pessoas se casaram , uns tiveram filhos, outras fazem planos, enquanto alguns mal conseguem valorizar o que tem nas mãos, mas nós apenas assistimos. A vida é curta e eu tenho medo do que será de nós amanhã, ou depois, tenho medo de não me perdoar por não ter feito algo, somos tão vulneráveis, e eu quase enlouqueço todos os dias pensando no que eu poderia estar fazendo agora além de estar sozinha pensando nisso. Pensando na vida que eu queria ter. Numa vida que não é a minha. Com você.

Eu costumava escrever pra conversar com desconhecidos. Eu escrevia e externava todo meu sentimento, até os mais profundos e obscuros, e pessoas liam e tudo ficava bem. Eu costumava dizer coisas sobre a solidão e o amor, e a linha tênue que sempre existiu entre esses dois. Muitas vezes lágrimas escorriam pela minha face e eu só conseguia dizer com os dedos tudo o que me afogava por dentro. Porque na minha cabeça, todas as vezes em que eu só pensava na sua voz, e no toque das suas mãos, eu só conseguia alimentar isso, feito imaginação, como uma utopia de quem não tem direito de sentir. Mesmo tendo. Eu posso querer seus lábios, posso querer chamar sua atenção meia-noite antes de pegar no sono, e posso te ligar com voz de quem acabou de acordar porque sonhei contigo e foi tão real. O pior é que eu posso tudo isso, mas não posso aguentar o fato de não poder mais utilizar esse poder todo. E só resta, no final do dia, o poder de me calar e engolir tudo sozinha, me afogando cada vez mais aqui dentro de mim. E eu costumava escrever tudo isso, numa folha de papel, num rascunho, numa agenda do ano retrasado. Eu dizia pro nada e o nada respondia o que eu queria ouvir. As músicas tristes me consolavam fazendo chorar em mim o que pessoa nenhuma conseguia fazer. Porque no silêncio da minha casa sobra amor, sobra compaixão e tudo o que uma pessoa normal teria a oferecer. Não sei se sou normal. Mas que eu adoraria compartilhar essa loucura com alguém capaz de entender no meu olhar tudo o que se passa nessa cabeça que não pára um segundo, como queria. Eu costumava escrever, e isso não mudou. E nem tudo o que sinto, nem tudo o que isso significa. Escrever liberta, e acalma. Rejuvenesce. Enche o coração de curativos e traz paz. Só não traz a pessoa que fez você parar o que estava fazendo, pra começar a escrever. Não traz ela com o sorriso que fez você se apaixonar. Nem com o abraço, sem ser aquele último de despedida. Mas escrever faz bem. Você devia experimentar.

Quero você livre, mas ao mesmo tempo dentro da caixinha que eu tanto te falei. Quero você feliz, mas quero poder ser uma porcentagem do sorriso que você carregar. Quero você com tudo o que você mais gosta, mas quero sentir junto, compartilhar. Quero ver o mundo com os seus olhos, quero ser seus olhos e a vista que ele conceber. E que essa vista seja eu. Que seja amor e que seja belo. De tudo o que eu mais quero, o que mais quero sempre será você.

Quero apenas uma razão pra ficar. E nenhuma pra pensar como seria nao estar aqui

Quero mais da vida. Quero mais e sem limites. Vou fazer o que meu olhar mandar, vou buscar o que o meu coração precisa pra voltar à superfície. Quero mais beijos pra tirar o fôlego, mais surpresas só pra eu me sentir uma boba perto de todo mundo, porque até a bobice faz a vida ser mais alegre. Até parecer tolo faz os dias passarem com algum sentido diferente. Emergente. Por isso quero mais dessa coisa que faz as horas passarem e eu passar por elas como se nada fosse. Quero abraços a qualquer hora do dia. De manhã, de madrugada, no meio da rua. Quero demonstrações de afeto e respeito. Aquele que olhamos e ficamos boquiabertos, por vezes. Atitude. Quero cinco razões pra ficar, e nenhuma pra enlouquecer antes da primeira. Me exercitar pra oxigenar a alma e enrijecer o coração contra o mundo. Me sentir forte pelo menos na frente do espelho. Me sentir eu mesma sem ter que explicar nada pra ninguém. Quero presença de espírito, quando a física me impedir de tocar. Quero atenção na ausência do momento importante, nas noites em que só consigo pensar. Quero mais da vida. Quero que as palavras façam sentido e cócegas dentro de mim. Quero ser vivida. E buscar a felicidade que só posso encontrar se eu procurar enfim.

Que meu amor não seja em vão. Que eu possa dizer que essa minha louca e longa espera seja a coisa mais sensata e digna que eu já pudera fazer na vida, de alguém que só quer ser feliz com outro alguém que também sabe o que quer. Que haja palavras para serem ditas no silêncio que perturbar. Que minhas palavras consigam tocar seu coração, assim como elas me transformam quando as pronuncio me mim. Que os abraços sejam eternizados, pois quero tê-los comigo até ficarmos bem velhinhos. Que minha vida seja a razão da sua, e vice versa. Que nossos caminhos sempre se cruzem, por mais que o destino queira testar nossa capacidade de amar. E que esse nosso amor nunca seja em vão. Que seja sempre sentimento que vem da alma, da mente sã, e do coração.

Às vezes, a gente quer ser alguém melhor, e isso implica em algumas renúncias. Alguns preceitos são refeitos para moldar o que devemos ser, do jeito que sempre deveria ter sido. Buscamos aperfeiçoar nossa maneira de agir, nossa visão de erro, acerto e discernimento ao aceitar ambos. Às vezes, não precisamos de muita coisa para saber, descobrir algo. Às vezes, precisamos ser lembradas o que significamos para alguém, reconhecidas como tal. Afinal, palavras existem para serem ditas, não decifradas. Às vezes, somos indecisas, e isso não significa desprovida de opinião. A gente pode até não ter a menor ideia do que a vida nos prepara, mas buscamos sempre estar preparadas para o que vier. Às vezes, somos silêncio, e muitos reclamam. Quando somos diretas, não satisfazemos a todos. E muitos podem dizer que somos difíceis, indecifráveis. Quando deveriam apenas parar de tentar adivinhar e começar a entender. Porque, às vezes, apenas estamos sendo nós mesmas, delicadas, pequenas, num mundo gigante, cheio de caminhos e becos. Somos um turbulhão de sensações e nada nos deixa mais furiosa do que uma pergunta sem resposta. Às vezes, somos o que você pensa que somos. Mas, quando seus olhos já não conseguem enxergar, somos mais ainda. Porque mulheres são assim. Indefinidas.

Sabe, solidão. Eu sei que você é a nuvem negra que tampa toda a visão do lado da vida que ainda respira. Eu sei que você é uma extensão da saudade que mora nos meus olhos e viaja pelo meu coração. Sabe, solidão. Eu sei que você aparece em forma de lágrima e gera um sentimento de vazio bem no meu estômago, fazendo a fome desaparecer. Sei que você não pede licença e me faz morar nas lembranças antes mesmo de eu esquecer. Ah, solidão! Sei bem o tipo de coisa que você é. Chega de mansinho e toma conta das noites mais longas que eu tiver. Mas não vou te chamar de Sol pra te fazer íntima, nem fingir que não te enxergo pra me fazer de vítima. Sei bem como é! Solidão... Sei que vivo no gosto do beijo que já passou, e sei que durmo na saudade do abraço embaixo do edredon, e sei que acordo e vivo na lembrança da presença do amor que, longe, é só saudade, mas não vou me permitir ser só, quando sei bem que entrego tudo a Deus e Ele sabe mais do que ninguém, minha parceira, que essa nuvem que você traz consigo é passageira.

A saudade que mais dói é saber exatamente onde a felicidade mora, mas a distância bate a sua porta e diz que, por enquanto, é só saudade.

Eu saberia muito bem o que dizer, se o seu toque não me deixasse sem palavras, se os seus beijos não calassem o meu coração nessa ausência de explicação, nessa urgência de uma razão simples e direta que justificaria essa minha falta do que dizer quando no fundo tudo se resume no que existe entre mim e você.

Não entendo as fotografias. Eu vivo a realidade das conversas e dos sorrisos online, e ainda assim tudo faz o mesmo sentido de antes, de quando estávamos dentro desses papéis brilhosos com sorrisos estáticos. Vejo uma coletânea de abraços escondidos por detrás dos corpos e o olhar formigando, é a mesma sensação. Mas minha vida precisa de um pouco de ação, nem que seja um vídeo, pra sentir que as fotografias se mexem, ou então relembrar que você tem tato, tem pele e coração. Eu até entendo a alegria das fotografias. Invejo-a na verdade. Felicidade intacta em que só posso tocar. Fotografia é onde você está parado ao meu lado, vivendo sua vida em outro lugar. Enquanto eu vivo observando a alegria na fotografia em que eu queria estar.

Olhar pra trás dói muito mais do que olhar pra frente.
A não ser que você esteja com torcicolo.

É na sua voz que mora o que meus ouvidos procuram quando eu tô pronta pra dormir. Eu me deito, me ajeito, respiro tentando me concentrar e fecho os olhos na ansia de buscar o sono. Aquele, tranquilo, como quando você tá aqui. Não acho. Mas consigo lembrar que você tem o paladar que combina com as coisas que eu faço pra gente comer. E tem o toque que minha pele necessita pra relaxar. Você faz os melhores comentários, e a gente rima um no outro como se tivéssemos ensaiado antes, mas não, apenas nos encaixamos como peças de um quebra-cabeça. Seria mais um tipo de jogo onde você prova o sal do meu purê ou o açúcar do meu suco de manga. Ninguém perde, os dois ganham. Mais que experiência. É mais uma troca de alegria e algumas manhas que só a gente entende. E eu tô aqui, sentindo uma saudade enorme dessas coisas todas e me perguntando por que é sempre a mesma falta, das mesmas coisas, do mesmo jeito. Tô aqui, numa espécie de pós-você, a garota que era outra antes de te conhecer. Ainda quero ouvir a sua voz, e sentir o toque das suas mãos nos meus ombros num momento qualquer em que você simplesmente olha pra mim e sorri. Quero sim, mais que antes, quando ainda podia te ver antes de dormir e sentar ao seu lado como se fose sempre a primeira vez. Mais que ontem, quando você entrou naquele taxi apressado e pedindo desculpas como se minha dor originasse da falta da despedida. Mais que nunca. Sinto sua ausência e ela me faz ter raiva dos aviões que te levam de volta. Sinto o vazio que você deixou em cada parte desse quarto como se a lágrima que derramo agora fosse limpar as digitais que você deixou em tudo que tocou. Sinto sua falta, e a distância faz desse sentimento o mais presente de todos que tenho aqui.

Eu queria gostar mais de ter esse tempo só pra mim. Só eu comigo mesma e mais nada. Eu e o espelho, os lençóis, as refeições que me distraem e me levam pra outro lugar que não aqui. Eu queria pensar mais em mim, mais do que amor próprio, não só isso. Mas um amor urgente, como se viesse de alguém criteriosamente especial, como tento ser. Queria me sentir mais, às vezes, queria me sentir menos. Mais prestativa, ativa. Menos sensível, invisível. E eu queria tão pouca coisa, e parece tanto. Muito mais do que alguém pode pedir ou sonhar. Parece mais do que mereço ter. E é na tentativa de não murchar que o que mais quero é florescer.

Vivo na lembrança do seu sorriso, na sensação do seu beijo, no tocar das suas mãos na minha pele. Vivo estacionada no momento do abraço, no instante do amasso, no segundo em que você olha pra mim e eu te encaro com a mesma ternura. Então, eu permaneço, na falta do seu carinho, na saudade do seu calor, na dor da sua ausência. Dor, essa, que me dilacera e me joga na esperança de que um dia será passado. Dor que me corrói por dentro e grita tudo o que meu coração confuso suplica. Dor que eu não suporto sentir, mas a sinto com prazer. Pois vivo a dor como prova de que esse amor existe, e nem ela me fará desistir de você.

Estar sozinho nunca foi um problema.
Sentir-se sozinho que pode ser desesperador.

Despedida é uma dor momentânea que tem nome. Igual dor de barriga. Quase que literal. A cabeça da gente para de processar as informações convenientes. Nossos estômagos se comprimem conforme a respiração falha diante das lágrimas que caem e a gente tenta engolir junto da saliva. Os olhos se fecham com força como se, ao abrir, a dor fosse desaparecer. Igual criança com medo do escuro. É dor momentânea que dá e não passa. Dá lugar a saudade. Dá lugar ao vazio. Não passa porque despedida é sinônimo de estagnação. Você estaciona naquele abraço e a vontade é de pausar aquele instante pra se privar de todo o resto. Você se faz todas as perguntas mais idiotas e no final de todas elas sempre existe um "por que?" sem resposta plausível. Despedida é uma dor que dói quando você dá as costas pra pessoa que dividiu contigo aqueles dias inesquecíveis, os jantares fantásticos, as noites mais incríveis, e sai andando, enquanto a vida te enche de pessoas as quais você daria tudo pra que te dessem as costas e caminhassem sem rumo ao infinito. Despedida é injustiça. É uma vida com uma vírgula sem continuidade. É uma certeza que temos e que, mesmo assim, nos tira do eixo uma vez ou outra. É sintoma de asma, onde a bombinha pega um avião e você só recupera o ar quando ela voltar.

Diz pra mim de onde vem esse encanto que eu me apaixono todos os dias. Onde foi que eu me perdi no seu olhar e nunca mais quis me encontrar? Como foi que nos conhecemos e dali em diante não quis mais saber de outra coisa, além de você, e você? Diz como é que funciona essa coisa de amar e não conseguir dizer, explicar, só demonstrar e mesmo assim não se dar por satisfeito. Porque eu me sinto inteiramente sua desde aquele dia, naquele lugar onde só nós sabemos, recostados naquela poltrona, sentindo reciprocidade em nossos lábios, pela primeira vez. Eu quis morar nos seus braços, quis esquecer os motivos que ousaram me fazer desacreditar nos sentimentos das pessoas, quis dormir na sua boca e só acordar com o cheiro do café da manhã. Como foi que tudo isso aconteceu mesmo? Eu não sei se começou do começo, ou se eu me perdi no meio do caminho e quando vi já estava lá. Diz aqui o que te fez olhar pra mim e bagunçar meus pensamentos daquele jeito. Porque eu juro que queria poder recapitular e explicar o que houve. Na verdade, eu queria mesmo é ter a dignidade de poder ter as palavras certas, e dizer com todas as letras o que sinto quando lembro daquele casal no cinema. Mas, talvez, explicar seria limitar. Guardar numa caixa o que não cabe nela. Seria assumir que tenho controle, quando todos os meus sentidos se perdem se é você vindo na minha direção. E eu choro de alegria, e rio de nervosismo. Eu sou eu mesma desde quando demos as primeiras risadas juntos, e demos as mãos, vendo que elas se encaixavam sem dizer uma palavra, e entregamos nossos corações sem medo nenhum de o outro desprezar tamanha loucura. Loucura que virou amor. Amor que virou sonho. Sonho que me faz te olhar e, ainda assim, dizer: diz pra mim que esse encanto é real, que eu prometo me apaixonar por ele todos os dias.