Coleção pessoal de karinasteck

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Instiga do subconsciente

Consome
São passos rápidos
consome
São símbolos externos
consome
Até porque não temos tempo
O íntimo é seu, todo mundo se esqueceu
É tudo uma mentira!
Se atira, se estira
É a supervalorização do olhar
Técnicas publicitárias ordinárias
Você caiu no imaginário
Normal seu otário!
Sensações
Associadas as tuas emoções
Libertaram teu subconsciente
Mas, tudo bem
Você é gente!
A cultura se esvai e pede trocados
A transição é acelerada
A gente para e olha a garotada
Ah, infância querida!
Aquela já esquecida, não é mais parecida
E você se vê mais feliz
É você quem diz!
Hoje, você tomou um cafezinho
Ah! E você comeu um pastelzinho
É tudo tão pequenininho
Você e teu mundinho
É ele que te aponta
Abra o olho sua tonta!
É o mundinho do faz de conta
Mas, você e seus desejos reprimidos
Que te foram vendidos
Usa a percepção
Veja a razão
Para de andar, chega de trabalhar
Fica na cidade
Lá você fez tua identidade
Lembra da verdade
A beleza da tua felicidade
era a simplicidade
Lembra?
Ah, que saudade!

Tão só por mim

Não pago pedágio a estrada esburacada, ando na contra-mão às vezes, mas não costumo atropelar animais como antes. Eu vejo as placas com atenção, vejo mais além. Também não menosprezo aquelas de bom pavimento. Nenhum dos caminhos tem distinção, tão pouco eu julgaria sem plena convicção. São pedras que atiro, entenda. Meu jeito de estar perto.

Faço tempestades dos lobos que me rodeiam, veracidade nenhuma me assusta, a ponto de ser soberba do vento. Olho para o lado, já andei. Sinto rancor subir a garganta, já chorei.

Passageiro ao lado do banco do motorista, tem lugar vago, por sua vez.
Não acolho estranho, sigo viagem pela neblina atenta na pista. Persisto.
Haverá destino sem pressa, de tempos em tempos, ele corre para algum lugar. Faz do seu, o meu. Em tempo certo, pronto, sem medo de amar.

Longe do meu lado

Ele caminhou até a janela e chacoalhou as mandalas. Olhou as fotos no mural com sentimento e saiu dedilhando o violão em cima da escrivaninha, sem perceber a minha presença na cama, ainda sonolenta. Essa foi à última vez que o vi. Saiu do quarto, dizendo adeus as fotos, letras, e tocando suavemente em todos os objetos, como quem não quer se despedir jamais. Cheio de dúvidas na cabeça e aperto no coração.

Corações levianos são repletos de dúvidas quando se trata de encarar a verdade. Tantos sentimentos hiperbólicos podem ser mal interpretados e isso me deixa um pouco com medo. Afinal, não é difícil de notar exageros repentinos nas minhas falas, gestos e ações. E, isto soa como loucura. Mas quem é adepto da paixão, sabe bem o que é isso. Sabe o que é gritar ao mundo que ama e não ouvir ecos. O problema é que quem vive de extremos, acaba pedindo atenção e liberdade demasiadamente. E, mesmo com toda a força de uma paixão, se não houver o conforto de um porto seguro, perde-se o foco daquele desequilibro intenso, como um barco em meio à tempestade de nossos pensamentos, acalmados por palavras de outro alguém. E pior, tudo isso acontece sem deixar de sentir e querer o bem-amado, e na incerteza, perde-se quem se gosta por mero descuido de ambos, que acharam que tudo não passava de um sonho. Difícil de entender pessoas hiperbólicas, eu sei! Porém, se comparadas aos conservadores, é difícil resistir à sensibilidade escancarada dos exagerados a flor da pele. Assim como não é difícil optar pela liberdade ao invés da prisão.

Embora minha criatividade goste de inventar tristezas do além, a felicidade mora na minha alma. Não há o que me faça odiar as palavras. Quando livre, sou mais. Perante o domínio do que fazer, do que cumprir, sou meu eu distante. Tendo o meu reencontro apenas na solidão, porém quando não, me encontro em fragmentos diante de cada pessoa. E aceito meu caminhar só, até porque, ironicamente sei que a liberdade “só” se conquista. (...) Com ou sem reticências.