Coleção pessoal de karinaMaia
Depois da meia noite
As palavras dançam
Dançam frente ao desespero
Sapateiam sob os resquícios da sanidade
A densidade da noite embora silenciosa invadia minha mente
Depois da meia noite tudo se perdia
Praia Grande
Cidade tão bela
Vive de portas abertas
Para os olhos dos turistas enaltecer
Sua beleza é divina
Muito mais que rotina
Enxe os olhos, é de enlouquecer
Apostou no trabalho
Aboliu o vigário
Seu destino é crescer
Sua vista esmera
Como poucos esperam
Ainda há de crescer.
Eu olho mas não vejo
Eu sinto mas não desejo
Talvez exista algum anseio
De te ver novamente
Sobre a luz que resplandece a aurora e se desfaz no rubor fulgaz da perda da consciência alimentando o cárcere do passado não longínquo que emerge sob o efeito das anfetaminas que dominam o mundo e os homens pertencentes a ele.
Prefiro ser uma total desconhecida envaidecida por meus devaneios e tomada de meus anseios do que viver na mentira da estabilidade mental constantemente apontada pelo insípido sistema.
Nas garras ferozes das circunstâncias não me envolvi
Golpeada pelo acaso minha cabeça sangra mas não se curva.
Há grandes espaços entre as palavras
Palavras que não ditas se concretizam no vazio da alma lhe tirando a calma e o que mais vier
No vazio constante lhe moldando o semblante sozinha sei que irei crescer.
Aguardar em silêncio
Definitivamente não é ter nada a dizer
É saber observar a ouvir e a refletir sobre exatamente tudo que nos rodeia.
Aprendam a coexistir.
A Submissão cega é o que nos mata
A coesão dos sentidos que nos provoca
Arrisco dizer o quanto é efêmero o veneno fulgaz que nos rodeia.
Eu ouvia os ruídos estapafúrdios, mas renega os sorrisos amarelados
Continuava andando meio as pessoas com a cabeça anestesiada pela ânsia que aquele momento me causava.
Sobre os Nós
Todos nós somos embaraços
Pedaços de alguma coisa que se entrelaçam ao meio
As particularidades de sorrisos se desfazem aos ruídos de empáfia vindos de lugar algum
Os outros nos tomam como o tipo de pessoas que acreditam em algum tipo de sobriedade relacionado a imensidão de existir
Diante outrora se confunde os nós pela lembrança que outros levantam sobre quem existiu
Vós lhe pergunto:Quem eramos nós ?
Há centenas de cartas deixadas aqui espalhadas pelo chão
Foi o vento quem as trouxe, outra sem rumo nem direção
As palavras formavam frases
Que não cabiam em nenhum lugar
O que descobri se tornou selvagem
Agora já não havia como recuar
Era o amor,que como encarte de primeira buscou ficar.
Quantas vidas ligadas ao piloto automático destas inclui-se a minha.
Aos sons de passadas não reconheço a morada advindas das minhas.
Pelas ruas á carros distintos e caros mas não seguem as ruas.
Permaneço acordado observando o fardo que aqui continua.
Embriagado adormeço para ver se esqueço desta vida sem lua.
Ao Passar de um Caminho
Quando o acordar já não tem sentido
Por que o que eu queria achar está perdido
E meu pequeno coração dorme triste
Envolto as lagrimas de solidão e sem precisão de onde te procurar
Deito em minha cama e durmo pra ver se consigo sonhar
Sonhar para ver se pelo menos em meus devaneios é possível te achar
E se for possível rezo todas as noites para poder te encontrar
E nem que seja só um minuto esquecer a dor existente em meu olhar.
A mortalha nos é imposto desde o primeiro suspiro de vida
O choro que se agita cai sobre a face até então resguardado pelo ventre de sua mãe.
E torna-se único...pronto...
E então a vida o consome através das subjetividades que a compõem e os turbilhões de sentimentos que nos segue.
