Coleção pessoal de K.Novartes
De repente percebemos - por pior que tenham sido as experiências - que nenhum abraço ou sorriso foram em vão. Um dia as coisas se acham e voltam - mesmo que por pessoas e circunstâncias diferentes.
Minha saudade tem algum tipo de desarranjo mental, uma demência clássica que me faz ligar só para ouvir a tua voz dizendo: "Alô, quem fala?"
Se o amor é isso que vejo, se é isso que posso ouvir e até mesmo tocar e que portanto é compreensível. Então, eu senti outra coisa por ti, uma coisa que não sei o nome.
Todos nós somos, em primeira instância, egoístas e hipócritas. O que vem depois disso é peculiaridade de cada um e é também o que nos salva.
Desembesto num cavalo selvagem. Eu não o domo. Ele não me põe medo. Ao final sinto que sorrimos um para o outro, num gesto de hombridade.
O aperto apertou ainda mais, espremendo talvez a última lágrima. E eu, sonso, acreditei mesmo que a última pudesse ter sido a de ontem.
A alma estreita-se diante da vida. A realidade faz molinhar os ideais. O que sobra é esse caldo, agora grosso, mas que já não dá pra todo mundo.
Engraçado como poetizamos absurdos. Quem afirma que ´nunca é tarde demais´, é porque ainda não viveu o suficiente. Tarde para uma visita, teu parente já morreu. Tarde pra dizer te amo, teu amor se casou. Tarde para arrepender-se, a tatuagem está feita. Tarde demais! Nós já não somos os mesmos.
As mulheres já foram mais mulheres, e os homens já foram mais homens. De ambos os lados, nota-se uma decadência.
O tempo está sertão! Um espelho de nós, talvez. Mas repare bem, cuidadosamente... há milhares de folhas no chão. Um outono fora de época.
A garganta arranha, pede água. Os olhos ardem, pedem calma. O corpo sua, pede pausa. O coração pula, aperta, grita, quase que para, pede você.
Batiam-me sol e brisa, a grama nos pés gritava e aquela árvore engenhosa desafiava minha coragem e equilibro. Senti paz, chamei-a felicidade.