Coleção pessoal de Julianaveronezeleo

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⁠Viver...
Viver é ser tirada para dançar e simplesmente dizer sim!
Sair da inércia e mover-se na transitoriedade dos instantes;
É ouvir a música silenciosa que toca no interior do eu e entregar-se;
Viver,
É um convite para conhecer a si mesmo, em uma inesquecível trajetória;
É ter coragem e não se intimidar
É descer até o porão do inconsciente e libertar os demônios que lá estão oprimidos, enfrentá-los com bravura e aceitá-los;
Para que amansem e convivam com as deidades no quintal do nosso eu;
É ter a certeza que a vida não pretende nos desgastar, mas nos preparar;
É permanecer no tempo presente e se for para olhar para trás que seja para prolongar um instante de beleza, nada mais.
É criar-se como uma obra de arte e retocar-se sempre que necessário
É ir à cena como protagonista e não se esconder na coxia
Nem virar antagonista do espetáculo da própria vida.
Viver,
É ter os olhos sempre adiante e mover-se rumo ao desconhecido...

Nós da arte, somos confundidos o tempo inteiro...
aos olhos alheios, somos sempre alguma coisa,
sem o sermos sempre.
O corpo por hora adoece, a obra por vezes silencia...
Mas a alma permanece sempre intacta.

Sua dança me irrita!!! agora compreendo porque. Ela dilata meu tempo, desorganiza meu espaço, adormece minha razão, desperta meu desejo, acorda minhas vértebras, descentraliza meu eixo, liberta minh'alma...mobiliza minha fuga, me despe de tudo...e pelo silêncio dos seus olhos nos meus, eu me entrego. Sem pedir você se apropria dos meus maléolos, acomoda minhas 33 vértebras nas suas, toca as fundidas e ainda movimenta as minhas imóveis conjuntivas, e assim o gesto é concebido, como se nada mais restasse no mundo que não a nossa dança. Sem o menor domínio do meu EU...

Queria, mesmo que por instantes, pensar que estava a sonhar... Ao longe eu ouvia os dissonantes agudos e as separadas frases melódicas que vagarosamente se aproximava pela madrugada, não tive dúvida, era sim o Anjo da primavera no alto dos céus que me convidava com seu canto a dançar... e eu sem titubear, entreguei-me...(

"Há algo na vida, que me incomoda... inquieta... Há algo na arte, que dá conta de tudo isso.

É que tanta gente é tanta coisa, que é melhor que eu seja ninguém... assim me divirto na plateia vendo aqueles que são tanto se arrastarem pela vida, fazendo dela um fardo...

"A ausência de gentileza que cá habita, surpreende-me a todo instante! Assim, o indício da chegada hora, é quão simples as vestes me cobrem."

Na mala, o essencial! Há quanto tempo eu não partia acompanhada de mim mesma. a paixão transborda pelos poros...é a vida, é a arte, é a poesia, é a dança, é o Teatro...é a liberdade que me toma presenteando-me com asas como as de Frida. É a música que toca silenciosa em mim, enquanto o mundo insiste em sua verborragia inútil.

Hoje dialogando com meu pai, que brilhantemente despejava seu saber sobre mim, em um dado momento fui acalentada com a frase: "Ju esse foi o momento em que você caiu do berço, mas agora está aqui e daqui pra frente há uma vida e um mundo a te esperar". Não tenho dúvidas que meu maior tesouro é o berço que fui embalada, as mãos que me ninaram a educação que me foi dada. Amo muito tudo isso!!!

Achei que só fio emaranhado me irritasse, mas não, perguntas cretinas também...Onde você está? Com certeza onde você não está!
O que você está fazendo? O que você deveria ter feito e não fez...
Não se apropriem de mim, SOU LIVRE!!! Gente idiota dá uma preguiça!

A recusa de calçar os sapatos, anuncia o desejo de alçar voos ...

Dado as incertezas que me encontro, o momento é de cautela!

Mas que tanto você busca? E eu, com o sorriso eternamente infantil, respondi:
Ah! Busco aquilo que é imperfeito no perfeito, e o que é perfeito no imperfeito.
E o inevitável silêncio ensurdecedor foi convidando as pessoas a se retirarem.

Perguntei pra minha mãe: Dá pra voltar pro seu ventre? e ela singelamente olhou-me nos olhos e disse:
NÃO!
Mas dá para parar de viver inventadas inverdades verdadeiras que não são suas... e inventar as suas!

É muita imbecilidade reunida em um só lugar! e eu mais imbecil ainda, junto!

O indício da chegada hora e quão simples as vestes me cobrem...

Eu não tinha mais corpo para aquela dança, exausta, sangrando, olhos marejando...e no último suspiro para o abandono, percebi que me contemplava com seus olhos, o pequeno silêncio ficou tão imenso, mas pude ouvir e compreender que ainda havia uma alma para dançar. Seu belo ballet caminhava até mim, seus braços vividos me tiraram do chão. Eu diante de Você, em segredo começamos a dançar. Eram 70 anos de dança diante de mim

Há um mundo que aprisiona e um mundo que liberta. Há uma alma livre que escolhe sempre onde quer estar. Eu, minhas 24 vértebras em três partes, o hoje, o chão, um corpo sobre o meu, a escuta...O contato...O improviso...É a dança que me reergue novamente e me dá a certeza do incerto, do duvidoso, do que sou agora e amanhã posso já não ser mais...

Você não é mais a pessoa que transformava pequenos instantes em grandes momentos, eternizava lembranças e tinha o poder de dilatar o tempo. Pra onde foram aqueles olhos brilhantes e coração cheio de poesia? Onde está aquele ser que se tornava diferente em um mundo cheio de coisas tão comum? É isso que é ser gente grande? É banalizar coisas, é não se entusiasmar com o nascer do sol. É ir dormir preocupado com o amanhã enquanto a Lua desponta no céu, é não sentir o cheiro da chuva, é fechar a cara para o mundo, é falar de problemas ou de contas pra pagar, falando ou não elas terão que ser pagas. Não!!! Eu me recuso. Corro para onde o mundo faz quina e aquieto-me diante de aquarelas que me despertam o sonho, vôo com asas imaginárias em danças solitárias libertando-me daquilo que não me satisfaz. Há uma música dentro de mim, que enquanto você esbraveja... ela toca.

Depois destes anos todos, aprendi a ser sozinha e andar com minhas próprias pernas, encontrei rapidamente (mesmo que em meio a dores) a porta de saída e segui...
Tem um mundo que ainda preciso desbravar, para sobreviver.
Neste momento um alerta, não me falem de ausência, não me apontem o dedo, não me julguem, não me cobrem presença... Eu me encontro sem a menor paciência e com certeza minhas palavras serão duras. O quanto de verdade vocês querem ouvir???