Coleção pessoal de jucsom

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⁠Há um importante processo no crescimento que baseia-se em desenvolver um determinado nível de desapego interpessoal. É preciso silenciar vitrines que nós chamamos de amigos só porque nos seguem de volta.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.

⁠CAOSando…
Difícil entender tudo isso que é não ter nada com você.
Vivo ilusórios prazeres que meu corpo não pode satisfazer.
Nesse nosso universo onde bússolas não apontam certa direção.
Sigo, a deriva, correntezas que me afastam de qualquer salvação.
Distante, onde estou, te vejo como o farol de um porto que não devo atracar.
Tão perto e tão longe… somos realidades sem tato… e sem paladar.
Laço é o que vivemos quando as luzes se apagam na cidade.
Nó, somos nós, sem o “s” que nos desata em saudade.

⁠Não trata-se de o quão difícil eu seja, o fato é que prefiro me envolver com as pessoas que cultivam o espaço que pretendem pertencer (independente do tempo).
1º ganha meu respeito; 2º minha admiração; 3º minha amizade… e por fim; minha intimidade.
É nessa última posição, e somente nela, que é possível estabelecer alguma coisa comigo. Então se a gente troca ideias que de alguma forma podem ser tabu e que sejam de cunho pessoal, você tem tudo comigo e “geralmente” você só precisa pedir!

⁠Já vivi alguns fins, mas hoje escrevo um certo começo.
Algumas vezes me apresento fácil e em outras me desconheço.
Sou santo e também pecador... Sou guerra e poesia…
Meu desejo transita entre privacidade e ousadia.

⁠Canto nas minhas dessintonias as melodias que o silêncio pode criar.
Danço nas minhas dessincronias as coreografias que o sonho pode inventar.
Sou intenso, dos desgostos aos prazeres, do simples às demasias.
Vivo o silêncio da realidade e o estrondo nas minhas fantasias.
Sou culto e sou vulgar, cada personalidade na sua merecida hora.
Onde não me cabe, parto! Sem despedidas vou-me embora!

⁠T(M)ente
Sou intensamente um ser vivente!
Dessa sociedade doente, ausente, carente…
É muito ente para pouco parente…
Nesse presente descontente,
É luxo encontrar gente como a gente!!!

⁠Conhece meu humor,
meu cabelo ao acordar;
Respeita meus segredos,
tudo que escolho não contar;
Supera meus sumiços,
mas é companhia certa (sem hesitar).
Se amizade não é isso…
Eu não sei explicar!

⁠Polissêmico
Minha personalidade variante está além do que define algum restrito conceito.
Ora metonímia ora sinônimo, nascido em um tempo mais que perfeito.
Dizer que sou difícil e confuso só corrobora minha despretensiosa distinção.
Sou uma palavra mágica cujo sentido depende da sua interpretação.

⁠Partia seu cabelo como se dividisse as próprias angústias nas páginas de um diário e a ideia de partir o fazia sentir-se menos quebrantado. Nas passadas de cada pentear via-se diferente, ora preto ora branco, um volume inconsistente. Não havia em si nenhuma marca de tristeza nem de solidão, era o único responsável por todas as partidas nessa constante arrumação. Os aconchegos apertados de despedidas aos poucos se tornaram os frios abraços de um espelho, as vezes frios porém recíprocos, havia um certo brilho naquela falta de apego. Depois de algumas tentativas já não prendia mais seu arredio cabelo, sabia que para ser livre devia abandonar qualquer amarra e todo medo. Largou também as tranças que tanto embaralhavam seus começos e hoje, diferente de qualquer verso, ele conhece seu avesso. Agora diante dele mesmo sem nenhum penteado para fazer ele via sua mais pura beleza, aprendeu o valor que tem ter as pontas livres na cabeça.

⁠Vivo meus desejos intensamente, sejam as sensações para o meu corpo, sejam os prazeres para minha alma. O deleite do meu ser é profundo demais para caber em rótulos de quem teme a experiência de criar o seu próprio caminho.

Sou quebra-cabeça de 500 mil peças, quem não tiver capacidade, tenta um jogo mais fácil.

⁠Muitas vezes tenho vontade, mas a dúvida sobre a reciprocidade barra minhas intenções. Para mim, “não dar certo” nunca foi frustrante, pois o que realmente importa é a experiência. Às vezes, ela será uma gostosa lembrança e outrora um valioso aprendizado. A gente, no fundo, nunca perde nada!

O quê? Eu deveria matar todo mundo e fugir? Desculpem. As vozes... Estou brincando! Calma! Não foi isso que elas falaram.

⁠Não que eu seja frio e coisas do gênero, mas não anseio dessas relações que precisam de plateia para se manter. A existência de uma relação só precisa ser do conhecimento dos envolvidos. Sinto muito mais satisfação na intimidade sem o peso do compromisso. Alguém sem vínculo com você, às vezes, te procura mais e te dá mais prazer do que muito cara que se diz ser companheiro por aí.

⁠Sem a coreografia dos lábios e o encanto dos sorrisos as palavras se distorcem, só ouvimos murmuras e mesmo mergulhados nas profundezas dos olhares continuamos sem compreender ninguém. A solitude, que outrora representava caminho da autodisciplina, hoje é uma fortaleza para aqueles não sentem mais nada. Esta onda, justificada pela censura fisicamente imposta, nos envolve em um magnético e denso silêncio que só aumenta. Já não ouço mais nada, nem mesmo as vozes que antes insistiam em sair… parece que tudo se resume em vazio agora.

⁠Não transforme o remorso dos outros em seus próprios pecados. A crença, a realidade e os desejos de cada indivíduo são únicos. O verdadeiro erro (que eu considero) universal é privar o outro de sua liberdade! Certo e errado são características de pensamento arcaico, o que de fato existe é a consequência e essa pode ser favorável ou não. Devemos, portanto, analisar a projeção das nossas escolhas e não apropriar-se de julgamentos alheios.

⁠A maioria não se importa com seu espaço e tão pouco com seus interesses. Na verdade muitos só te bajulam pelo que podem extrair da sua companhia. Ninguém percebe a fonte (suas emoções) secando, mas quando seca todos criticam a sua falta de tato. O que ninguém quer saber são dos abusos que te fizeram secar. A maioria das relações estão atoladas em hipocrisia. Enfim, “a gente é forte, mas a gente cansa!”

⁠Algumas pessoas estranham quando digo que não sou tão fã de beijo na boca, mas a questão é simples: há tantas partes do corpo que eu posso beijar, lamber e chupar que chega a ser um desperdício pensar só no habitual.


Quando dois homens firmam uma relação, seja ela duradoura ou breve, nenhuma das partes abre mão dos seus propósitos, pureza, convicções e tão pouco abandonam sua masculinidade. Esses lobos solitários que se unem, em tese, são até mais corajosos que muito alfa superestimado que conheço. Estes gabam-se de uma força viril que nunca foi provada. Já nós pela própria divergência somos provados dia após dia, trocamos nossos uivos por silêncio. Nossa força não vem dos barulhos intimidadores e sim de nossa resistência. Vivemos prazeres para produzir satisfação pessoal, não para atender condutas sociais preestabelecidos.