Coleção pessoal de JacquelineBatista

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O problema foi que eu acreditei.
Tivesse eu ficado apenas na fantasia
Tudo teria virado fumaça
E ao acender das luzes
Perceberia que tudo não passou de sonho
E é claro FANTASIA...

Alguém disse que é preciso Ser
Então eu Fui
Perdi-me no meio do caminho
Muitas pedras me encontraram
Alguns rastros foram apagados
Pela chuva, pelo vento...
Muitas estradas e um único destino
Único?
Nas encruzilhadas parei
Esquerda, direita, frente, voltar...
Voltar significaria desistir
Então parti pelo caminho que escolhi
Nem tudo foram lágrimas,
Mas também nem tudo foram risos.
Os caminhos que segui por conta e risco
Ensinaram-me a jamais me arrepender
Ao contrário, recolhi o que
Em caco se transformou
Colei o que foi importante
Joguei fora o resto
Nesse eterno renascer... Crescer... E viver
Aprendo constantemente a real
Necessidade de SER.

Poema de trás para frente e vice versa

Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

(Agora leia de baixo para cima. Este texto possui duas interpretações distintas conforme o fluxo da leitura)

Quando fazemos tudo para que nos amem... e não conseguimos, resta-nos um último recurso, não fazer mais nada.
Por isto digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado... melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não façamos esforços inúteis, pois o amor nasce ou não espontaneamente, mas nunca por força de imposição.
Às vezes é inútil esforçar-se demais... nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende a nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.
Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de nada mais fazer.

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam mais bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Amanhecer...

O dia amanheceu com cara de maçã, doce como o melão, claro e iluminado pelas bençãos do sol e de Deus.

O dia amanheceu com um delicioso perfume de esperança, com a certeza de que não serão apenas lembranças, que há motivos para um lindo sorriso.

O dia amanheceu com vontade de voar, gritar, amar e saudar a cada um que passar.

O dia amanheceu e só por isso vale a pena sorrir e seguir em frente...

Pôr-do-sol

Você vai descendo no horizonte
Cada raio, como último instante
Se materializa em meu pensamento
Seus matizes brincam nesse céu de momento

Você parte, como parte meu desejo
Você diminui sua luz e se despede com um beijo
Fico ali parada vendo seu desaparecer
Mas você me ensina que voltará em um novo amanhecer

A noite te esmaga, te empurra
Ela me separa de você
Me mostra o quanto a vida pode ser dura

Você se vai, mergulhando de vez no horizonte
Seus últimos raios com um leve toque
Sem dizer adeus , beija de leve minha fronte...

Vazio...
Algo se quebrou em mim.
Talvez o vazio e a solidão
Esses constantes parceiros
Que habitam minha casca
Essa casca que se ilude e sofre
Essa casca que não é nada
A não ser uma simples casca.
Uma luz distante ... É quase uma estrela
A mais distante de todas
Abraça-me como querendo me salvar
Fico parada e alheia
Não me interessa essa luz
Já não busco mais o que antes
me parecia tão certo e sério
Não há salvação no esquecimento.
Sinto o vento passar por mim
Assim como todos que passam
Sem vislumbre de minha sombra.
Tornei-me sombra
Já quase apagada como o sol que se vai.
Para o sol existe outro amanhã
Outro renascer, outro brilhar
Pra mim ... já não sei mais
Renascer significa sofrer
Arder na angústia que sufoca.
E outra vez o vazio e a solidão
Brindam meus últimos instantes
Em um tilintar de taças
O último som, as últimas gotas
Me desfaço em fumaça
Desapareço no ar.

Tempestade...
Diante do espelho
O que vejo é o que não tem vez
O que vejo é o que não me pertence
No espelho da minha verdade
Descubro as ilusões da idade
Viajo nessas ilusões e me perco
Ao me perder me encontro
É nesse reencontro que está minha apaixonada verdade
Já não são quimeras meus sonhos
Já não são fantasias meus desejos
Encontro-me no desalento do tempo
Perco-me no relento e no vento
Já não conheço meus versos
Já não reconheço meus sonhos
Devaneis e anseios
Verdades adormecidas
Que ao serem relatadas em versos
Se perdem em palavras que desconheço
Desconheço esse tempo e espaço
Vivo no vão e não ilusão
Perco-me e descubro-me
Já não busco verdades
As verdades me encontram
É nesse encontro que me torno eu
Ao ser eu me realizo
Me materializo
Vivo... amo...
Já não espero, pois a espera me cansa.

Flores...
Perfumadas, delicadas, suaves
Se entregam sem pedir nada em troca
Admiradas, não se deixam envaidecer
Murcham a cada outono
E renascem explendorosas na primavera
São temas de poetas, boêmios e apaixonados
Se alegram com doces palavras
Se entristecem se você está triste
São amiguinhas delicadas e encantadas
Flores...
Sem pedir permissão nos brindam
Com seus vários tons, texturas e formatos
E não se importam se você se quer as perceber
Elas sempre estarão ali
Queira você ou não
Flores...

Eu...
Eu sou tudo e ao mesmo tempo nada.
Sou euforia e tranquilidade
Sou medo e sou coragem
Sou ódio e sou amor
Sou carinho e sou solidão
Na verdade sou um enigma,
E é esse enigma que me constroi e descontroi.
Eu sou e só isso me basta...

O sol que beija meu rosto, me conta estórias fantásticas, são fantasias de ontem, de agora de amanhã. É o calor que aquece meus muitos eus.

Se a vida lhe der um limão faça uma musse. Com casquinha cristalizada por cima fica perfeito...

De volta a vida e a todos os seus tumultos... Nada como um dia após o outro e uma ótima noite de sono... Vivendo e aprendendo sempre.

Minha Alma

Minha alma hoje chora suas alegrias e tristezas.
Minha alma hoje brinca, flutua se enamora.
Minha alma hoje é livre das amarras do passado e das agruras da desilusão.
Minha alma segue o vento, o sonho e já não lamenta-se mais do tempo...
Minha alma é livre e assim também o sou...

Um amigo falso e maldoso é mais temível que um animal selvagem; o animal pode ferir seu corpo, mas um falso amigo irá ferir sua alma.

O amor é a única flor que cresce e floresce sem a ajuda das estações.

A razão e a paixão são o leme e as velas da alma navegante. Sem ambos, ficarias à deriva ou parado no meio do mar. Se a razão governar sozinha, será uma força limitadora. E uma paixão ignorada é uma chama que arde até sua própria destruição.

O Profeta

Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão:
Que haja antes um mar ondulante entre as praias de vossas almas.
Encheis a taça um do outro, mas não bebais na mesma taça.
Dai de vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço.
Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai cada um de vos estar sozinho,
Assim como as cordas da lira são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia.

Dai vossos corações, mas não confieis a guarda um do outro.
Pois somente a mão da vida pode conter nossos corações.
E vivei juntos, mas não vos aconchegueis em demasia;
Pois as colunas do templo erguem-se separadamente,
E o carvalho e o cipreste não crescem a sombra um do outro.