Coleção pessoal de israelwest

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Este é único legado ou arma capaz de nos elevar e nos fazer denunciar os males do mundo. Os filósofos dizem e com bastante racionalidade: “penso, logo existo”. Nesse caso, se eu penso, eu memorizo, eu sonho, eu crio e creio, por isso, indubitavelmente, o meu viver será registrado por todos aqueles que virão depois de mim.

Não adianta virarmos as costas ao passado, mais cedo ou mais tarde ele nos persegue. Quando ficamos velhos tudo a nossa volta passa a girar em torno do passado. A memória é o melhor dos dons que Deus dispensou aos homens e é o que os difere dos seres irracionais. O que seria do ser humano se não tivesse memória? Talvez ainda estivéssemos no tempo das cavernas.

“O nosso presente só pode ser o repensar do passado para melhoria do futuro”.

O silêncio vale mais que mil palavras.

Se me predispusesse a confessar as minhas culpas e infortúnios, acabaria por dar asas às suas imaginações e os fazê-los denegrir a minha imagem, então uso sempre uma palavrinha que trago sempre comigo e a repito com freqüência: BASTA.

Um gênio à procura de emprego: eis aí uma das visões mais tristes deste mundo. Não se encaixa em lugar nenhum, ninguém o quer. É desajustado, diz o mundo.

Havia também um senhor que ia todas as manhas a esse mesmo café, assentava-se sempre na mesma mesa, fumava o seu cigarrinho, pedia meia de leite com uma torrada e enquanto comia, lia o jornal “A bola”. Como sua idade já era bem avançada, um dia a sua mesa ficou vazia e outro tomou seu lugar, dando assim inicio a outra historia dentro de tantas historias que a cidade esconde.

Para onde quer que eu dirija os meus olhos tudo se transforma em nostalgia. Saudade e fado duas palavras verdadeiras para se descrever a minha condição como ser humano.

Existem palavras que são eternas e outras que são apenas palavras que nenhum efeito em nós provoca. Se tivesse que escolher entre ser artista plástico ou poeta, escolheria ser poeta. Conhecendo eu cada letra daria ao mundo coisas sempre novas ou talvez indecifráveis. O poeta por natureza é um ser fingido. Ele troca o sentimento por palavras em forma de um código só seu, relatando ao mundo segredos da sua própria alma sem que alguma vez alguém os descubra.

Seja qual for o caminho que eu escolher, um poeta já passou por ele antes de mim.

Talvez tenha uma missão na Terra, mas estou tão cego que nem diante do espelho consigo me enxergar.

Este também sou eu, porque também vivi e me fiz amado, mas estou sempre a por em causa a palavra amor.

Dizemos que temos fé em Deus e o amamos, mas poucos compreendem o que quer dizer fé. Pensando bem, o que é mesmo a fé? Constantemente cremos no invisível e o amamos porque não o vemos, mas todos aqueles que nos são próximos, nós os desprezamos. Jesus disse “tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, estive preso e nunca me visitastes”. Só hoje que vim a compreender as suas palavras, pois a minha dor esta diante do que observo constantemente. Como é fácil amar o que não vemos e difícil amar o que esta patente aos nossos olhos. Nos enganamos quando dizemos que amamos a Deus, mas esta é a fé dos homens.

Somos seres indiscutivelmente mesquinhos, duvidamos de nós mesmos, cruzamos os braços para nada fazermos, mesmo que tenhamos em nós o poder de agir. Rimos por entre a escuridão, em silencio, e anulamos a nossa existência dando um fim trágico as nossas vidas, afinal, adoramos tragédias. Não conseguimos caminhar sem rirmos dos que caem em desgraça, porque este é o pão nosso de cada dia e diante de tais circunstancias é difícil ficar calado, principalmente, quando nossas vidas se encontram estagnadas.

Por que será que ninguém mais observa os céus? A maioria dos homens cansou de sonhar e não escutam mais o cântico dos pássaros nem olham para o companheiro que viaja ao seu lado. Eles adormecem de frente para televisão e assistem noticias desagraveis vindas do mundo inteiro, pois aonde quer que o homem esteja, habitará sempre violência e conflitos. Suas noites surgem sem forma ou cor. Ate que ponto o ser humano conseguira agüentar a sua própria decadência ou ate aonde vai a sua loucura e solidão? A insuportável monotonia é o suficiente para que cada um de nossos sonhos se transforme em pó, porque viemos do pó e para ele retornaremos.

Caminhar no escuro ou ficar em silencio, morder os lábios para olhar o céu noturno, esperando que uma estrela cadente passe e traga uma nova mensagem.

Certo dia, há muito tempo atrás, alguém me disse: “ você será um conselheiro”. Hoje me interrogo acerca de quem me aconselharia e de como é difícil receber um conselho. Na verdade é sempre tão complexo por em pratica as palavras de um estanho.

O mundo se alimenta de cada um de nossos sonhos, assim como nós nos alimentamos do que o mundo nos dá.

Conheci também uma outra pessoa que vivia dentro de si mesmo, perdido num labirinto repleto de grandes prateleiras, aonde se amontoavam milhares e milhares de livros carregados de pó. Este porem, durante toda sua vida, tentou compreender a existência humana e tudo que era possível se avaliar, tanto no lado visível como no oculto. A vida deste foi sempre em beneficio de si mesmo. Morreu jovem e nunca chegou a compartilhar seu saber com mais ninguém alem de si. Isolamento e desespero são as duas palavras que sempre vinham primeiro na sua vida e durante todo o seu peregrinar elas lhe foram uma constante companheira. Se algo descobriu em vida, ninguém nunca o soube, pois nu veio e nu se foi.

O invisível é a última das fronteiras que o ser humano terá que atravessar. Não podemos viver num mundo materialista e ficarmos indiferente ou ignorarmos os nossos sentimentos.