Coleção pessoal de israelwest

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Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho certeza absoluta.

A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.

Me vejo como um ser capaz de pisar em qualquer lamaçal e sair com os meus pés limpos; habitar dentre os piores pecadores e sair com minhas vestes brancas; conviver com qualquer tipo de pessoa, rico pobre, preto, branco sem que jamais me contamine com a soberba e o egocentrismo da raça humana. Não pense com isso que sou perfeito, pois tenho muitos defeitos, mas o meu coração é puro como o de uma criança e dentro de mim não há espaço para o ódio ou mediocridade de sentimentos mesquinhos.

Na Mitra vivia-mos apenas c moços, que como eu não tinha quem pudesse cuidar de nós, éramos apenas crianças abandonadas num lugar que o povo dava por nome de “contentor humano”.

Foi no período compreendido entre os 18 e 20 anos, que passei uma das piores fases da minha vida...

Foram momentos únicos que a mente jamais se atreve apagar, lugares paradisíacos que ao fim de uns anos nos fazem sonhar continuamente com eles.

Durante toda minha vida, tenho lutado contra todas as adversidades sem deixar que elas me rebaixem ou diminua a minha condição existencial para não vir a me sentir menor ou maior do que ninguém. Mais uma vez isso me leva a interrogar sobre o meu destino, sem saber se eu mesmo o escrevo ou se ele já havia sido prescrito por Deus muito antes de mim.

Olho o céu e ao longe vejo uma pequena nuvem distanciar-se tomando a forma de um cavalo alado. Desvio o meu olhar para um ponto remoto e sinto uma lagrima gélida percorrer a minha face ao repousar os olhos nas minhas recordações de infância. Instantaneamente, de súbito, sou desperto do meu devaneio por uma cena habitual: pobres desta cidade que pela manha vêm aqui repousar na relva de frente para o Tejo, perdidos entre o espaço e tempo, onde suas memórias são sempre desordenadas. Sinto profundamente que entre mim e eles não existe nada que nos diferencie. Fato que me leva a indagar se também sou um deles ou apenas um moribundo em busca de uma essência que lhe traga o verdadeiro sentido de ser e existir.

Nada sei e nada faço, apenas limitei-me a cruzar os braços e a cambalear perdidamente por entre vielas a falar comigo mesmo e balbuciar orações em forma de lamentos.

Deixemos de palavras e passemos das palavras às ações, pois só assim, as nações podem obter o devido progresso.

Que é feito da palavra esperança?

Há palavras que nunca foram escutadas ou lidas em silencio, pois se tivessem sido, por certo haveria mais riqueza e intelecto nas pessoas.

O povo esta cansado de mitos ou de palavras repetidas que não os leva alugar nenhum. Porque as palavras? Que levem-nas o vento, mas ate que ponto o vento terá capacidade de se transformar em ação? A ação gera ação, mas as palavras nada mais são do que meras palavras. O vento vem e vai e a única ação que se tem conhecimento atualmente é a da palavra destruição.

Existe uma musica portuguesa, cuja letra diz o seguinte: “... não me venha pedir contas... vocês fizeram o mundo assim...”. Por este caminhar o único legado que vamos deixar para os nossos filhos, será um álbum de fotos antigas e nada mais do que isso, ou talvez quem saiba pedras e ferros contorcidos.

O mundo caminha para o precipício e o aquecimento global assusta-nos, mas os que têm o poder em suas mãos nada fazem para minimizar tais danos. Na televisão a mídia bombardeia-nos constantemente com estas noticias e eu me interrogo se é com objetivo de nos conscientizar. Acho que nos encontramos de mãos atadas e a nossa voz não consegue submergir. Existindo apenas um grupo aqui e outro ali, mas eles não passam de um punhado de corajosos, tentado fazer frente contra um sistema corrompido mundialmente. É urgente despertar antes que seja tarde, mas é lamentável que para podermos despertar, atualmente começamos sempre por cima, quando na verdade deveria começar por debaixo, como quem lança a semente sobre a terra e espera pacientemente o desabrochar.

Enfim, este mundo no qual vivemos nos transforma em autênticos cegos, surdos, mudos e incapazes de fazer frente às injustiças, principalmente quando estas não nos atingem diretamente.

como um país de uma política ate certo ponto estável, poderia entrar em tamanho colapso? Após um pouco mais de reflexão, entendi que até certo ponto globalização estava por trás de tamanha ruína. O que a priori vem com uma linda filosofia de desenvolvimento e crescimento simultâneo entre diferentes classes sociais, traz consigo o mecanismo de enriquecimento demasiado dos que já estão no topo da pirâmide social. Em que bases consistem a globalização senão no beneficio e interesses dos donos do mundo. O ser humano é demasiado interesseiro para poder compartilhar alguma coisa com o seu semelhante ou com quem quer que seja.

Qualquer ser humano deveria tentar compreender este lema budista, que a vida de cada um de nós é composta por estas duas ações: Miséria e ignorância. Se não conseguimos enfrentar estes dois grandes obstáculos jamais poderemos saber qual é o verdadeiro significado da vida, porque em parte eu creio, que os grandes males do mundo venham também daí.

Sei que posso fazer algo por aqueles que almejam, desesperadamente, compreender o que se passa no intimo das fronteiras que nos separam da ignorância e do individualismo humano.

Os que me são próximos não me vêm como sou, me tornei invisível para eles devido ao choque de idéias que gero quando os faço pensar e os obrigo a refletir sobre problemas sociais e sobre assuntos diversos lhes são inatingíveis. A grande maioria não querem ser acordados do estado de inércia ao qual estão condicionados muitas vezes até pelo próprio meio em que se desenvolveu, estão presos as suas idéias conformistas que lhes dão “segurança” para viver mediocremente dentro de si mesmos.