Coleção pessoal de isabellatagliari

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Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias.

O que você tem todo mundo pode ter, mas o que você é ninguém pode ser.

Você pensou que ele era diferente. Aliás, tem pensado que muita gente é diferente nos últimos tempos. Não há tanta gente diferente assim.

Quantas vezes a gente pesa na medida e despenca das linhas tênues? Linha tênue é especialmente desesperador pra mim, que não sou uma grande amiga ou conhecedora das medidas certas. Linha tênue entre ser sincera e grossa, entre ser boa demais e ótária, entre se amar e ser narcisista, entre realista e pessimista, desapegada e frígida, elas são milhares e as minhas quedas também, caio quase todos os dias. A que mais me assusta, é também a que eu vivo despencando: a linha entre amar e estar deslumbrada. Tombo feio. Queda recente, inclusive. Porque é muito fácil se encantar com um excesso de atenção e admiração preciptada de um carinha que você aparentemente gosta. E muito natural se acomodar nisso, como quem deita na cama quentinha, depois de um longo dia frio. Passar a enxergar nele mil possibilidades e um futuro promissor, como um tipo de salvação, sem parar pra analisar quem realmente ele é, pra não estragar a magia da coisa. É fácil e automático ignorar todos os mil indícios de que isso nunca daria certo e do quanto ele é errado pra você. O difícil, quase impossível, é a cama quentinha ser, de fato, a nossa. Sempre puxam as cobertas, tão rápido que primeiro eu sinto frio e só depois entendo que estou descoberta. Depois da queda, eu quis entender, confesso. Eram mais de 50 porquês, enumerados por ordem de importância e prontos para serem disparados, como uma metralhadora, sem dó. Só que todo e qualquer questionamento não passa de um grito no vácuo, fazer perguntas que o outro nem pode responder, porque eu consigo ver tudo muito mais claro e de um ângulo mais profundo, de um jeito que ele talvez nunca consiga observar nada na vida. Eu sei. Porque ele não é meu lar, nem minha cama. Ele não é ninguém, é só um cara desinteressante e ele quem, no fundo, precisa de respostas. Deixa pra lá, viro as costas. E fico a sensação de que a resposta é essa: Em que mundo eu cogitei a possibilidade de dar certo com alguém tão sem tudo que me tira o fôlego? Até que durou. Talvez não muito, mas durou tempo suficiente pra eu ser tempestade- porque é isso que eu sou. Então durou o que tinha que ter durado. Morto e enterrado, volto a me equilibrar.

A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...

Tudo bem!

O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.

A mulher interessante não é propriamente bonita, mas tem personalidade, tem postura, tem um enigma no fundo dos olhos e uma malícia que inquieta a todos quando sorri. As pessoas se questionam: o que é que essa mulher tem?! Ela tem algo! Pronome indefinido: algo. Ficar bonitinha, muitas conseguem, mas ter algo é para poucas.

Eu não sou legal, não mesmo. Acho que sempre tenho razão e quando minhas previsões dão certo olho com a cara mais abominável do mundo, dou um sorriso irônico e falo o clássico eu-te-avisei. É que, em geral, eu tenho razão. Essa é a primeira – e mais importante – coisa que você precisa aprender a meu respeito. (...) Não sei receber elogios, fico sem saber o que fazer, me atrapalho e acabo trocando de assunto – quando não troco as pernas e tropeço em algum canto de mim. Sorrio para disfarçar desconfortos. Se eu não gosto de você é bem provável que você tenha medo do meu olhar. E eu posso simplesmente não gostar de você de graça. Se eu gostar de você aviso de antemão que você é uma pessoa de sorte. Eu me entrego. Quem vive comigo sabe. Quem convive comigo sente. Eu amo poucos. Mas esses poucos, pode apostar, amo muito.

A lembrança tem gosto doce porque a memória tem mania de esquecimento.

Sou libriana. Signo da balança, da beleza, da justiça, do equilíbrio. Eu não tenho nadica de nada de equilibrada, muito pelo contrário. Às vezes eu surto com força, piro legal, saio da pista, caio fora do eixo. Acontece nas melhores famílias (será?). Falo coisas e me arrependo, faço coisas e penso cacilda-eu-fiz-mesmo-isso, mas prefiro agir com meu coração, instinto, sentimento, emoção, dê o nome que quiser, prefiro agir com a cabeça quente e no calor do momento do que ser uma pessoa morna, quase fria ou gelada. Gente que não tem sangue nas veias me assusta. O gelo não me agrada, a não ser na caipirinha.

Responder à ofensa com ofensa, é como lavar a alma com lama. O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de se rebater.

Vamos viver nossos sonhos, temos tão pouco tempo.

“A implicância é uma declaração de amor.”

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é racionado nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais rápido.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Ninguém nos disse que chinelos velhos também têm seu valor, já que não nos machucam, e que existe mais cabeças tortas do que pés.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais.

Do nada, pessoas que já passaram pela minha vida ressurgem querendo retomar coisas que nunca vão voltar.

POR QUE VOCÊ NÃO ARRUMA NAMORADO?
Você não entende como não começa um relacionamento, como não se apaixona novamente, como não muda de vida. Reclama da ausência de opções. É bonita, inteligente, divertida.
Minha hipótese é que não abandonou o passado. Mantém flertes com o ex indiferente, ou continua saindo com sujeito que jamais assumirá o romance. Raciocina que, enquanto não vem o escolhido, o príncipe, pode se entreter com velhas paixões. Mas todos pressentem quando uma mulher está enrolada, todos intuem o caso mal resolvido, e não se aproximam. Não virá ninguém para espantar os corvos e dissolver essa atmosfera pesada de Prometeu. É trabalho em vão soterrar o precipício. Mulher desinteressada é impossível. Ninguém ousará quebrar o monopólio de sua dor.
Você cheira a encrenca, cheira fidelidade a um terceiro. Seus ouvidos estão lentos, sua boca paira em distante lugar, seus olhos se distraem seguidamente. Não tem brilho na pele, porém tensão nos ombros. Sua respiração é um poço de suspiros.Vive ansiosa por notícias, por reatos, mensagens. Não presta atenção, não se entrega para as casualidades.
Quem enxerga fantasmas não vê os vivos.Não dá para começar um novo amor sem abandonar os anteriores. Errada a regra que a gente somente esquece um amor antigo por um novo. Está com o corpo fechado, costurado, mentindo que já não sofre mais com as cicatrizes.Espera herança, não sai para trabalhar ternuras. Mendiga retornos, não cria memória. Sua nudez não responde ao pedido da curva. Nem balança com a música favorita.
Está tomada do carma, do veneno, do ressentimento.
Pensa que está bem, mas está em luto. Uma mulher em luto não permite arrebatamentos, afasta-se na primeira gentileza que receber, recusa a prosperidade das pálpebras piscando nos bares e restaurantes.Você nunca vai encontrar seu namoro, seu casamento, sua paz, se não terminar de se arrepender. É preciso guardar o máximo de ar, ir ao fundo, descer na tristeza e nadar para longe dela.
Não amará outro alguém sem solucionar pendências, sem recusar o homem que não a merece, o homem que não vai embora e tampouco fica.
Não amará outro alguém sem abandonar algumas horas de alívio em motéis.
Não amará outro alguém se não bloquear as recaídas, se insistir em ressuscitar as promessas. Uma mulher nunca será inteira se mantém romances quebrados.
Nunca estará presente. Nunca estará aqui.
Entenda, minha amiga, só ama quem está disposta a ser amada.

Não acredito em almas gêmeas ou frutas pela metade, mas eu acho que a gente se pertence, de alguma forma.

Perdoe o que puder ser perdoado e esqueça o que não tiver perdão.

E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda.

Quando eu lhe dizia: "Eu me apaixono todo dia. E é sempre a pessoa errada." Você sorriu e disse: "Eu gosto de você também."

Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e os maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser feliz de novo.