Coleção pessoal de HudsonHenrique

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⁠O som da tua voz a pólvoras de distância.
Me guarde no seu bolso como um doce
que comeria depois.

Faça mantras com meu exímio e me reze antes de dormir.

Tudo o que eu fiz pra você era o que eu sentia.
E teu cheiro não irá me confundir novamente pra essa armadilha.

⁠Pode-se chamar de "vida" tudo aquilo que vive e que vai embora; principalmente aquilo que vai embora.

Pois, é preciso de muita coragem pra ir.
Mas é necessário muita covardia ao voltar pra arma que lhe atira.

- GPS -

Você me mostrou um mundo.
Mas só me deu o mapa.

E mais nada.

⁠A moça de Curitiba se curva perante a noite,
que não cala, que não fala nada.

Brilha debaixo das estrelas,
sopra soberana entrelinhas.

Sinto você voltar
como um trem chegando em casa.
Me molha o sereno tardio,
gela meus ombros de pedra.

Vampiros saem pra ver a lua,
e eu não me importo mais.

⁠Pessoas estão sempre confusas sobre quem elas são.

⁠Um estômago no soco.

A felicidade é um momento.
E o problema das pessoas
é tentar eternizar esse segundo.
Esperando que seja eterno, mas não enquanto dure,
mas enquanto seja lúcido.

A felicidade dura um fragmento estúpido em uma pauta,
e as lembranças ficam cobrando algo que já passou.

Não marque a felicidade como uma ferida na pele.
Pois, sempre haverá um machucado novo pra te lembrar
que você nunca vai ficar bem.

⁠ - Sobre aqueles relógios de pulso -


O tempo cicatriza,
mas não faz esquecer.

O tempo passa,
mas não faz voltar.

O tempo é um maldito,
é um anjo salvador.

Quando ele te mata; te salva.

⁠Nós nascemos pra ficar juntos.
Mas você não cresceu pra aceitar isso.

⁠Hoje fumei cigarros enquanto olhava a noite.
E caixas de fósforo eram acesas
na eternidade de suas lembranças.
As cinzas ficaram ao chão,
até a chuva lavar seus olhos de farol calmo.

⁠Só deixou o gosto da saída, o bater da porta,
e o ranger dos dentes em minhas costas.

⁠Jogam minhas cinzas no mar.
Não dá tempo nem de acenar.
Não volto nunca mais. Digo sim, digo não.
Entro em extinção. Sem nada nas mãos, com peso nas costas.
Sempre vou lembrar de você enquanto eu respirar.

Tentei entender, mas me aproximei.

Agora a tua dor é uma ponte deslocada,
onde desemboca ao seu encontro
no portuário do meu peito.

E eu sempre vou esperar a sua chegada;
seja de baixo de chuva, ou quilômetros de estrada.

⁠Porém, aos poucos me apagar
e entender que as coisas nunca serão o suficiente;
enquanto eu estiver em um subtópico,
abaixo da sub-opção,
na lateral de campo
da última percepção dos teus olhos me fitando
e me tornando distante de ser quem poderíamos [ser.]

⁠ Mas quando os dias não caem em minhas mãos, te vejo como um botão metafísico em flor;
fazendo sombra de um pássaro em meu quintal desproporcional.

Na qualitativa desesperada de cantar algo que possa lhe servir de algo.
Sou retroativo quando me falam de você.

[Estou esperançoso sobre nós dois.]

Mesmo que meus punhos se fechem e tentem te segurar;
não posso impedir que você vá, mas posso dar motivos pra que fique.

⁠O tempo cicatriza
mas não faz esquecer.

O tempo passa
mas não faz voltar.

O tempo é um maldito
e um anjo salvador.

Quando ele te mata;
ele te salva.

⁠Espero meu transtorno submergir
como um oceano nervoso em meus punhos.
Pego a caneta e me enfio em absurdos.

É tão desinteressante ser além do esperado,
mas essa magia não me deixa esvair.

Então o farol vem até mim; e eu digo adeus.

⁠Aceito que a minha jornada é o pleno desencontro com o que desejo.
E todos os desencontros que nunca me acharam;
deixaram uma marca que o tempo não sara.

⁠ Porto.

Quando as traças invadem seu guarda roupa.

Quando as baratas comem seu açúcar na madrugada.

Percebe o quanto é velha sua casa.

Mas agradece por ter onde morar.

⁠A impossibilidade
da improbabilidade.
É você.
Tudo fica impossível
quando você
me parte em vários cacos.
É impossível ser ativo
quando você se afasta.
E faz com que eu corra
contra mim,
contra o muro que você me projeta.
Sou bem mais alto que esses prédios.
E ainda sim, me sinto insuficiente em tudo.
Sempre abaixo do nível do mar.
Me torno frequente em teus traços.
Te transformo em vinho do porto e bagaços.
É improvável sua chegada, quem dirá saída.
É inigualável sua alma com a minha.
Você,
uma santa.
Eu,
a impossibilidade de te trazer pro meu mundo.
Você se afasta,
de longe oblíquo.
Você se afasta,
em poucos dias some.
Em poucos minutos me temo,
acho que tenho medo.
Fiz mantras pra me confortar.
Fiz preces pra serem ouvidas.
Indaguei e roguei cordéis.
Você se afasta.
Como bem fez, como bem quis.
Como mal me quer.
Como bem me quer.
Como não sei mais o que quero.
Já cansei de contar quantos perdi.
Por força do azar. Seja da jaula que eu sai, me tornei carrancudo.
Arranhei o chão. Nunca colhi tais frutos.
Recíproco e precipício
andam juntos e são amigos.
Eu moro no inevitável.
Por vezes, sou desagradável.
Mas não deixo de falar o que penso,
não me engasgo.
Imprevisível. Sem traços.
Sou um camelo,
marcado pelo tempo árido
e pelo sol em meus ombros largos.
E todo mundo vai embora
pelo mesmo motivo que nunca me contaram.
Simplesmente vão embora
e deixam o relógio marcando todo o tempo a hora.
Hora de se afastar,
hora de ir embora.
Hora de despertar o que adormece.
Hora de se atrasar pra escola.