Coleção pessoal de henly_alves

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⁠Acho que o mundo não gosta de nós
Eu acho que ele tem muito medo de nós...
Eu só acho que a gente precisa de um tempo a sós
Mas pras pessoas é muito tempo, e muito tempo é tempo demais

E as vezes, a gente solta as mãos
Só as vezes você desvia o seu olhar
E é perceptível, que você não quer soltar
Mas pras pessoas é muito afeto e muito afeto, afeta demais.

⁠Bem-te-vi em coração de gaiola

Bem te vi
Vi-te bem aqui
Porque não choras?
Como todo homem que vive
Sem casa, sem rumo, sem chão
O céu é lindo, mas então?

Me conta, me conta meu bem-te-vi
Vi-te bem, mas não tão bem assim
Choraria eu se fosse como tu?
Cantando sozinho no céu negro
Sem dias, sem hora e sem tempo

Sem limites
Sem limites
Sem limites
[ ... ]

Porque escolhe coração de gaiola?
Em noite brilhante gélida a fora
Oque seria pior? Oque seria mais só?
Talvez o vício de um enjaulado
O deixa despreocupado, isso da dó

Coragem

É nas pequenas coisas que o vemos.
O primeiro passo da criança,
tão incrível como um terremoto.
A primeira vez que você andou de bicicleta,
desequilibrando-se pela calçada.
A primeira surra, quando seu coração
saiu sozinho em viagem.
Quando o chamaram de bebê chorão
ou pobre ou gordo ou maluco,
e o tornaram um completo estranho,
você bebeu aquele ácido
e o ocultou.

Mais tarde,
se você enfrentou a morte das balas e bombas,
não o fez com um estandarte,
mas apenas com um chapéu para
cobrir seu coração.
Você não afagou sua fraqueza
embora ela estivesse ali.
Sua coragem era um carvão
que você continuou engolindo.
Se seu camarada o salvou
e morreu fazendo-o,
então aquela coragem não era coragem,
mas amor; amor tão simples como espuma de barbear.

Mais tarde,
se suportou um grande desespero,
você o fez sozinho,
recebendo uma transfusão do fogo,
raspando as crostas de seu coração,
e então o arrancando feito uma meia.
Depois, meu irmão, você pulverizou sua pena,
fez-lhe uma massagem nas costas,
então a cobriu com uma manta
e, após haver dormido um pouco,
ela acordou para as asas das rosas
transformada.

Mais tarde,
quando tiver de encarar a velhice e a natural conclusão,
sua coragem ainda se mostrará nas pequenas coisas,
cada primavera será uma espada que você afiará,
aqueles que você ama viverão em febres de amor
e você barganhará com o calendário
e no último instante,
quando a morte abrir a porta dos fundos,
você vai calçar suas pantufas
e sair.

⁠ [ Prazer, Lua. ] Parte 1

A lua está cansada de ouvir
Talvez ela precisasse ser ouvida?
Então eu fiquei em silêncio essa noite
Pra que ela pudesse desabafar

"Eu sou a lua cheia de declarações de amor
Sou a nova mãe dos andarilhos
Eu sangro o romantismo de muitos poetas
Sou o farol mais velho da marinha
Eu sim! acalentarei seus filhos"

Minha velha amiga, quantas noites
Quantas noites perseguindo o sol
Pescando olhares que não suportam distâncias
E eu desejando ser puxada pelo anzol

"Se não chegaste a ti o meu recado
Eu repito-lhe, oh desbravante!
Não chore mais em meu nome, mil mágoas
Pra você nunca se sentir sozinho
Eu te mostro as estrelas que se escondem"

⁠Ele tem medo, sim
De andar nas terras mais bonitas
Que uma flor há de aterrar-se

Teme o próprio poder
Ao ponto de empunha-lo como arma
Pobre ingênuo pois nas mãos certas
Qualquer sacrifício de amor é...
Um ato genuíno e doce de partilhar a vida.

⁠Olho nos teus olhos.
Sinto muita raiva
Então me pergunto: "Porque tenho tanto nojo das tuas atitudes?" Demorei pra perceber pra perceber que estava encarando um espelho.

⁠Oque destruiu mais o coração?
Ter dito ou o silêncio que ecoou?
De fato, você não pode pagar o tempo
E o tempo não paga
Muito menos apaga
Tudo oque você causou

Todo tempo que te esperei
Pra descobrir que não valeu apena
Não me traz raiva e nem pena
Apenas, matei em uma facada só
Aquilo que tu me aflorou
Que simplismente deixou ficar
Por covardia de amar
Ou mesmo de se afastar
Deixou lá e não matou.

⁠Desfazendo os laços

Malmente conectados
Por um laço de acaso
Um desvio no destino
Que nos juntou errado

A conversa é vazia
E quando a noite é fria
Tu nunca me viu abraço

Foi grande a injustiça
Eu confiar a ti o meu maior sorriso
Faço de tudo e se for preciso
Esse nó que te da poder sobre mim
Eu o desfaço!

Malmente conectados
Feridos emocionados
Comumente incomuns
Mas sempre tão ligados
Nem sangue, nem lei
Nos fará bem mais
Que um mero necessário...

⁠Retrouvailles

É uma palavra do francês
Talvez você desconheça
Significa... "A alegria de encontrar
quem se ama depois de muito tempo".

Tipo o oposto de saudade...
E mesmo que eu não fale francês
A sensação foi familiar aquela noite
Talvez não tão recíproca
Quanto eu queria que fosse
Mas foi
E isso basta.

⁠A liberdade é uma prisão

Quando vamos entender
Que não importa
O quão libertinoso você seja
Estamos presos!

Simplesmente presos
Em minha mente, em uma casa, uma cama
Minha porta, até o trinco dela
Tudo remete a prisão, cárcere

E nessa brincadeira de me prender
E me prendendo, uma, duas, três portas
Pessoas falando, falando como nunca
Gritar devia ser um direito cívil...

E se essa claustrofobia cai a tona
E não existe uma alma viva
Que tenha força pra te tirar dela
Então você é um prisioneiro.

⁠Continue despejando todas essas palavras nojentas sob o meu corpo, tuas mãos de escuridão acabaram com a minha pureza. Meu corpo era limpo como um cristal, mas você com toda essa sujeira, manchou minhas rachaduras, eu não consigo limpar, eu te odeio.

⁠Somos todos loucos entregues para a perdição.

⁠Eu amo o inverno

O inverno têm o teu cheiro
E o vento gelado, com a sua voz, assopra nos meus ouvidos todos os bons momentos
Acompanhados do gosto da sua risada

⁠Me bata, me rasgue, me faça sangrar
Depois me dê seu mais sincero
Eu te amo e eu te darei minha alma para compensar seu amor
Eu te amo.

⁠Naquele dia a minha tristeza era tanta que a natureza inteira sentiu e mandou os céus rasgarem para chorar comigo.

⁠Pare de me amar imediatamente, me odeie agora.
Demonstre todo o seu desprezo pelo meu rosto, toda a sua raiva pela minha voz.
Me odeie para que eu possa te amar intensamente.
Deixe seu amor por mim se tornar nojo.

⁠Fomos ensinados a acreditar
Que aquele que se permite
Aquele que confia, é um TROUXA
Meu deus, em que mundo eu vivo...

Que não cabe a intensidade
Reciprocidade é um luxo
Que não vale mais a minha iniciativa!
Não vá dizer que um corte de cabelo cativa

Cansei de servir para a autoestima de uns
E mais ainda para a indecisão de outros
A minha teimosia é um buquê que desbota
Se não é alguém pra toda uma vida
É amor raso... meu jeito evita
Não me apaixona
Só me esgota!

⁠Amores e Fósforos

Me queimou a ponta dos dedos
Ou melhor dizendo o céu da boca
Com essa chama rebelde
Esse jeito instável
Me enlouquece.

⁠Eu quero um canto meu
Não meu, de nós dois
E o teu abraço é teu
Não teu, de nós dois

A barba, o aconchego
Não é depois
Cabelo colorido
Que não se foi

E se for cacheado?
Bem eu não sei
Se é ele ou ela
Sabe, eu lembrei
Foram tantos abraços
Que me entreguei
E cada um me fez inteira outra vez.

⁠Inquietudes e tartarugas

Eu sinto essa necessidade imensa
De partilhar a vida com alguém, difícil...
Não gosto de previsíbilidade
Mas cai como uma luva a palavra "vício"

Uma fome voraz, inquietude!
Tropeçando em idiotas atitudes
Eu tento de alguma forma te dizer
Que é mais bonito dizer "nós"
do que só "eu e você"

Mas eu não quero pressionar, amedrontar e etc
Nem colocar carroças na frente de cavalos
E não quero ser a lebre daquela crônica infantil
Se como tartarugas preferimos nossos casco