Coleção pessoal de bittencourtlarissa

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Um instante,
Um sorriso,
Num piscar de olhos,
O relógio do mundo para
Pra observar a paisagem que o Mestre pintou.
E os problemas mesmo que, por alguns minutos, somem
Para apreciar
A angústia do mundo pode esperar.

Eu preciso fugir - de mim
Antes que seja tarde - demais.
Faço moradia nas palavras
Elas me acolhem
Por isso têm de ser leve
São poucas palavras pra dizer muito
O que eu vejo aqui
O fardo do mundo
Eu transformo na leveza de um mero poema
Quem sabe assim, amenizo um pouco a minha dor
Ela mesma me desconhece
Mas, eu conheço-a a fundo
E o preço que pago todos os dias, nunca esquecerei
Guardo tudo com juros
Pra um dia me lembrar que
Venci
Valeu à pena
Passou.
Será?
Ninguém sabe aonde o destino irá nos levar.
A garantia é apenas a angústia e a lição que carrega o presente.
Decerto, deve haver algo pra mim no verso dessa folha rasgada do meu coração.
Eu creio
Eu preciso acreditar que sim.

Solidão que chega à galope

Tristeza é a solidão que está um tempo parada e do nada se aproxima mesmo estando cheia de mim
E me lembra: não importa onde eu esteja, com quem eu esteja, ou estando plena de mim
Eu sempre vou me sentir só
Porque é um vazio desconhecido
Um vazio que eu não entendo, que vai além
Nem eu mesma compreendo
Está em profundezas desconhecidas e jamais adentradas na minha alma
Ninguém entende
Ninguém preenche
Ninguém completa
Um vazio que nem mesmo sei se Deus explica
Não é ausência de alma
Nem de autoamor
Nem de ocupação
É apenas a solidão
Tão independente, individualista e dona de si
Se apossou de mim
O jeito é carregar ela pra onde eu vou
E torcer pra ela não aparecer
Ao menos nos momentos em que eu estiver feliz
Ou me alimentando dessa doce ilusão
E me lembrar da dor
Eu só queria um pouco de paz nesse meu inquieto e amargurado coração

Estamos todos procurando respostas para nós
Sem saber que elas já estão aqui dentro
Nos apegamos a cada faísca de esperança que surge
Tudo tem que ter um significado
Nos apegamos a significados na tentativa de sobrevivência
E eles falsamente nos preenchem
Cada vez nos aprisionando mais neles
E nos matamos aos poucos, vendendo a nossa alma
Vendemos a nossa vida por um preço alto que nos destrói e que drena a nossa fonte limitada de energia, a cada segundo
Nos reconfortamos na próxima ideia que surge no nosso coração como bote salva-vidas, em busca da chance de recomeçar, criar algo novo, e saltando de galho em galho, resistimos às asperezas da vida
Sem saber que a liberdade está em parar de querer se aprisionar a isso
Parar de procurar respostas é a cura
Porque pra maioria das coisas que realmente importam não há respostas
Tudo está na sabedoria de buscar acalmar um coração e uma mente que grita, unida a uma alma que pede socorro.
Deixe estar.
A fonte da vida está no viver.
Apenas ser.
E se deixar levar pela correnteza sem tentar nada contra, mas descobrindo todas as belezas e coisas extraordinárias que existem no oceano.

Faz do cenário da tua vida,
Do cenário de horror que você presencia, um filme inesquecível.
Um show que você irá se lembrar para sempre,
Um espetáculo do qual você é a maior atração que brilhará no centro principal.
Faça uma reviravolta e construa um final feliz,
Pois, finais felizes existem sim, mas para aquele que faz acontecer no mundo real, e não apenas sonha.
Seja o protagonista da sua própria trama
Crie o enredo
Seja o personagem que você acredita,
Mas nunca, nunca mesmo, seja o coadjuvante da sua própria vida.

O bom da vida é que ninguém se importa, mas o ruim, também, é que... ninguém se importa, mesmo.

Uma tarde ensolarada de primavera efêmera
Também leva consigo uma revoada de passarinhos que estão só de passagem
Na sua longa viagem
Quando o sol se põe

Se você quer profundidade
Tem que se entregar da mesma maneira

Se você leva uma vida de breves momentos,
Não pode esperar mais do que rápidos envolvimentos
Sem histórias, sem raízes, sem chão

Se você quer profundidade,
Quer viver algo de verdade,
Não deve viver pela metade
Tem que se entregar com o coração

Mergulha pra conhecer o mar
Navega pra conhecer o oceano
Imerge pra conhecer as algas e as estrelas
Pare para apreciar a vista do pôr do sol e o teu brilho cigano
Vive com integridade os seus planos
Mesmo que você esbarre nas adversidades
Ou cometa enganos.
Vive na plenitude de errar para abraçar por completo cada minuto.
Celebre o ciclo que se finda, o ciclo que se inicia, o recomeço de cada dia e o renascimento próprio ano após ano.

Nas cordas do meu coração
Eu deixo você tocar,
Mas não desafines.

Antes, é preciso conhecer cada nota,
Se a melodia você encontrar
E souber chegar no tom,
Quem sabe entramos na mesma sintonia
Construiremos uma linda sinfonia
Caminharemos no mesmo ritmo
E, então, dançaremos a felicidade de termos um ao outro
E a mais bela canção de amor entoará ao mundo.

Eu já perdi tudo o que eu tinha,
Nem sei quem eu sou
Se sou as raízes da minha própria verdade ou apenas fruto da realidade,
Refém e filha do meu destino.
Protagonista da minha história, viajante na minha própria jornada, caminhante dessa estrada.

Eu já perdi tudo o que eu tinha,
E, acho que também já me perdi.
Mas, eu me encontro no caminho.

Pássaros cantando

Talvez o mundo não fosse tão grande como eu imaginava
Talvez eu não merecesse o céu, como eu achava, somente as nuvens
E, tenho apenas que me contentar com o canto das pássaros
Porém, não é me desfazendo deles
Eles não deixam de ser belos
Mas, são singelos

Talvez eu devesse cantar apenas a minha verdade
Andar a passos curtos
Sem fazer barulho
Apenas vivendo cada instante dentro da minha própria eternidade
Numa silenciosa jornada
Ao mesmo tempo intensa e necessária pra quem a vive
Talvez eu devesse apenas recolher as folhas que eu encontro nos bosques do caminho
E plantar uma nova história
Pouco a pouco fazendo o meu ninho

Uma casinha no interior
Um campo verde e florido
Uma chaminé
E novamente os pássaros cantando
Escutando e apreciando meu silêncio interior no interior do interior.

A saudade do futuro
Uma saudade não nomeada
Também brota aqui dentro
E se perde pela estrada
Ah, se no meu próprio canto eu ouvisse os pássaros cantando...

Talvez eu não mereça mesmo o amor
O amor de Eros, o amor dos outros
Nem a paz e a calmaria da cidade
Talvez no meu coração só possa perpetuar a dor
Continuamente
E nesse total desprazer é que a minha mente sente
Sentimento descontente
É o que provoca esse miserável, insensato e profundo estado de torpor.

Eu não sou desse mundo

Eu não sou desse mundo
Lutei tanto para me encaixar
E aqui estou desde o início de onde parei
Tenho esperança de que as coisas podem melhorar, mas o que existe ainda é só uma pequena faísca de esperança
Tudo dói com uma intensidade cada vez maior que é dificil de explicar
Cada parte de mim dói
Ao mesmo é muito complexo de explicar
Porque, apesar de tudo isso, na minha alma eu não sinto mais nada

Eu não sou desse mundo
Às vezes penso que não queria continuar aqui por mais um segundo.
Aí lembro que tudo o que é novo, desconhecido, que não está de acordo com os valores e padrões da sociedade atual sempre surge para transformar.
Talvez esse seja um motivo.
Talvez esse seja o meu único motivo.

Eu não sou desse mundo
Mas talvez vim para mostrar que existe um mundo de possibilidades para quem não é desse mundo.
O mundo se enche de luz quando alguém começa a se apropriar de si próprio.

Eu não sou desse mundo, mas não significa que não há lugar para mim aqui.
Eu não sou desse mundo, mas isso não significa que eu não sou bem-vindo.
Eu não sou desse mundo, mas isso não significa que aqui eu não possa construir o meu lar, que aqui não seja a minha morada.
Eu não sou desse mundo, mas isso não quer dizer que eu não possa fazer parte.
Porque a partir do momento em que estou aqui, isso já significa que eu sou parte de tudo o que existe.
Só preciso me sentir em casa e, sem alvoroço, colocar cada tijolo, levantar as paredes de quem eu sou, sem construir barreiras, mas mostrando um pouco através disso o meu lugar que eu construí e que é direito de todos, cada parte de mim.
Há um canto para todos
Nem que eu tenha que rodar os quatro cantos desse mundo

Eu não sou desse mundo, mas não quero me encaixar.
Quero caber aonde der.
Onde não houver espaço, vou apenas fluir e transbordar.
E, se em algum canto, reclamarem que há muito de mim, eu prefiro me retirar.

Felicidade é escutar as vontades do coração, e não satisfazer os desejos do ego.
Felicidade está aqui, perto, dentro, pra alcançar a felicidade não é preciso ultrapassar limites, ir a lugares longínquos. Felicidade é simples. Qualquer conceito da felicidade mais distante que isso é uma falsa definição. Felicidade mora ao lado, felicidade mora mais próximo do que se imagina. Pra que ir visitar a felicidade se ela mora dentro do coração?

Os doces frutos do agora

Eu queria que os sonhos transcendessem e atravessassem facilmente a realidade
Experimentar ao menos por alguns instantes o doce aroma no caule da flor
Colher o sublime dos momentos mais puros, únicos e indizíveis
Viver a bondade do cosmos com uma simples criatura da Terra em seu mais profundo louvor

Tantas vezes se morre sem poder ter a chance de realizar os sonhos mais distantes
Talvez o sonho não seja assim tão importante
Se o agora é mais valioso do que o que está na linha de chegada
Se os planos são abruptamente interrompidos
Se os anseios são naturalmente esquecidos por toda a eternidade
Que valor têm os sonhos?
Ora, se não tem grande valor, mas jamais valor maior quanto e por onde o tempo de agora for.

Acordes sobre ela.

Ela não anda, ela flutua
Ela não fala, ela ressoa
Ela não olha, ela hipnotiza
E quando ela me ganha com o seu modo de ser, ela não me cativa, ela enfeitiça.
Ela não sorri, ela brilha.
E quando está feliz, então, torna-se uma estrela radiante.
Será uma escultura, um monumento ou criatura divina?
Não!
Ela é apenas uma menina.
Vulnerável, frágil e inconstante.
Incompleta, imperfeita, selvagem e insana.
Mas, apesar de tudo isso, o que a torna distinta e que realmente me encanta
é que ela não tem medo de ser ela mesma:
simplesmente humana.

No alçar dessa caminhada
Nada tenho.
- Nem ninguém.
Apenas a morte e a vida.
Minhas duas únicas certezas e amigas.
Elas me lembram do intervalo a cumprir.

Tudo tem um início e tem um fim.
É cíclico.
Essa fonte de vida misteriosa e intrigante
É que nos motiva nessa busca vazia e incessante.
Mas o que é viver?
O insano.
Sobreviver ao delírio da realidade.
Suportar esse terrível engano.
Uma viagem sem passaporte, não premeditada, ao qual tivemos que nos submeter.
Mesmo sem querer.
O nosso desejo é o último a ser ouvido. Desde o instante em que nascemos. Então, por que devíamos aceitar que a vida seja para isso?
A realização egoísta de meros desejos insaciáveis, que nunca conseguimos satisfazer?
Eis a sábia atitude de aceitar desde o princípio o sofrimento com resignação, pois em si está a sua força, é na humildade que reside toda a convicção.
Por que devíamos tanto nos importar? Se a chuva que molha vai embora, escorre no rio para nunca mais voltar?
O tempo passa e a gente envelhece, mas só ficam as lembranças, a dor se esvai. Por isso é melhor fazer com medo, do que se arrepender de nada ter feito.
Lembra-te de não se deixar ser governado por suas emoções, e sim por teus pensamentos e, posteriormente, por suas ações.
Pois o que sentiu você não lembrará, só o que deixou de fazer, e portanto agora deixará partido o seu coração. Só o que importa é o agora.

É muito legal quando você busca viver de modo mais criativo, e assim faz da sua própria vida uma arte. Um filme, uma poesia, uma pintura... Tudo em uma só.

Tá um barulho muito grande na minha mente e um silêncio no meu coração...

Nas trilhas da vida

Eu só queria um pouco de estabilidade
Cansada de viver na incerteza
Viver nessa eterna busca de me encontrar
Eu sei que é onde todo mundo vive e precisa para se autoconhecer
Mas parece que estou sempre na parte onde o viajante não entende nem o mapa e não sabe que direção seguir
Não quero mais me sentir perdida sem estar
Preciso de uma rocha de segurança onde a minha mente possa repousar.
Preciso de uma montanha de fortaleza onde eu possa me apoiar
E consiga viver na sutileza de um caminhante que sabe que não é capaz de descobrir todos os mistérios, os perigos da estrada
Nem de conhecer todas as redondezas
Mas que se sente capaz de andar

Mahatma Gandhi queria dizer que o ápice da paz é quando o mundo conseguir se transformar em unidade
Nada nos separa
Somos seres únicos
Dotados de suas diferenças e particularidades
Mas uma coisa sempre nos une:
A humanidade
Todo mundo sofre,
Chora um dia,
Perde um amor
É traído,
Se sente perdido
Ferido no seu orgulho
Ou na sua mágoa
E é nisso que a gente se encontra
Na capacidade de ser:
Humano
De ganhar, de perder, sonhar e de errar
(E uns perdem mais do que ganham)
No entanto
Uma coisa me difere
Sinto na impossibilidade de ter alguém que possa me amar
Mas estará a humanidade
Não em ser amado
E sim no poder de amar?
Amar
É pra isso que vivemos
É apenas o que está nas nossas mãos e no nosso controle
É preciso enxergar e se contentar na humildade
Por mais que esse sentimento
Não seja retribuído
Vai além do nosso instinto
Da carne
É intrínseco o dom da alma
De amar e de se entregar
Jogar se de um precipício
Sem saber no que vai dar
Sim, amor é um ato de coragem
Porque na insaciável necessidade de ter a aprovação do outro
Ignoramos e nos encorajamos
A tirar de dentro e de si o que é mais valioso
O seu amor
E a dar sem vaidade
Sem a certeza da devolução da outra metade
Porque amor é partilhar
Isso faz parte
Mas amor nunca será amor sem se doar
Isso é inegociável.
É necessário enxergar o todo
E não somente as partes
E por fim se transformará no verdadeiro Amor
A tão sonhada Unidade.

Irremediável

Quero algo para anestesiar a minha dor
Algo que não existe
Algo que não tem nome

Essa dor que parece ser incurável
É copiosamente interminável
Sem fim
Invade o corpo
E atravessa os recônditos da alma
Dolorosamente incessante
Repreensivelmente dominante
Intragavelmente delirante

O sofrer não permite enxergar as possíveis soluções para a temível dor
Só encontra como artifício a autodestruição
E, assim, vira um círculo vicioso
Destrói pouco a pouco
É um destino ruminante
Ao qual está destinado o pobre miserável sofre(dor)
Fica cego para os seus próprios problemas
E não quer lembrar do seu passado condenável o qual originou o seu atual estado
Por isso, não consegue nunca enxergar a luz do fim do túnel
Permanecer na zona de conforto
É o que lhe mantém salvo
E, ao mesmo tempo, preso
Em uma escuridão infindável

Há se tua alma inocente de criança soubesse o quanto irias sofrer!
Nem terias sonhado
Seus sonhos teriam ficado
Todos na gaveta e empoeirado
Não terias carregado
Até a aurora da sua adolescência
Acreditando
que o mundo mesmo corrompido e irremediável
Poderia trazer um destino de sucesso tão brilhante
Quanto o brilho que você possuía em seus olhos
Antes não teria se iludido
Mas, não terias vivido
As memórias que com tanto carinho guarda, com tamanha nostalgia relembrando a sua história.
É um destino perdido, ligado por um passado sofrido
Aguardando por uma vida triste, não existe escapatória.