Coleção pessoal de giuliocesare
Uma noite maldormida pode levar a um mergulho tão profundo da sua existência que, quando o dia amanhece, você se surpreende por estar vivo.
Mundo esquisito: adultos que fazem de bonecas ‘filhos’ como se humanas fossem, levam ao médico para consulta, querem vacinar e batizar com o vigário. É surreal! Assim, quem virou eremita numa caverna no Himalaia, evidencia sanidade, lucidez e juízo.
Quem tem sensibilidade e amor no coração, jamais esquece o ser que lhe proporcionou um minuto de sonho, onde foi feliz.
Não se deixe impor sequer um centímetro de distância de si mesmo, porque, a cada dia, essa distância aumenta de forma geométrica, a ponto de, quando se der conta, estar numa distância e profundidade abissais, sem retorno.
Escrever, para alguns, pode ser uma ponte frágil, tênue sobre um precipício, o único elo entre o ostracismo e o mundo real, utópico e também distópico, na tentativa de deixar um rastro de lembranças para o futuro, se houver.
Para aquele que não está contaminado pelas leis da física, física quântica, astrofísica e cosmologia, ler e viajar com a definição de “singularidade” pode levá-lo a dizer que a maior do universo é a vida. Quem sabe, um Prêmio Nobel à vista?
Sempre memorável o reencontro de veteranos, fraternos companheiros de trincheira em muitos combates pela vida, recordando sempre inenarráveis aventuras e, principalmente, iluminados momentos de alegria e felicidade que jamais serão esquecidos, nesta ou em outra dimensão, ratificando, assim, na essência, a palavra amigos.
A boa, convincente e eficaz disciplina milenar do pastor para ovelhas impetuosas e desobedientes, que insistem em sair do rebanho e fazer o que não devem, é simples: cajado no lombo. Assim, as ovelhinhas seguirão bons caminhos, não pelo pastor, mas do cajado, aliás, o que falta muito em nossos dias.
Lembrando a sabedoria popular: amarrar um feixe de lenha com muita pressa vai deixar escapar muitas varas, e a fogueira xoxa e efêmera.
Tem gente que está, mas não está; deixou de estar, e a cada dia que acorda surpresa por estar, e sorri.
Os sinais: domingo é igual à segunda, assim como a segunda é igual à quarta, ao sábado ou ainda à terça, sendo a diferença do dia para a noite que um tem luz e outro não. De duas, uma: sonhar, esperando abdução por um disco voador e partir, ou ficar, voltando a aceitar todo pragmatismo da realidade terráquea, buscando novos caminhos na vida e com a vida.
Existe um produto digno, de uso higiênico e assistencial que demarca muito bem a nossa existência no início e no fim: as fraldas!
Com a certeza de que está num sombrio labirinto, acredite e tenha firme convicção inabalável na sua busca pela saída, que existe saída, uma única saída, iluminada saída, de volta à vida.
Uma arma eficaz para desestabilizar um ser humano e, até numa dimensão de guerra derrotar o inimigo, é a ciência de implantar, estimular ou fomentar a dúvida.
Exemplos de fábulas, como ‘A Cigarra e a Formiga’ ou ‘O Lobo e o Cordeiro’ ou ainda ‘ A Raposa e o Pavão’, são o meio didático da metáfora dizer e convencer da verdade.
Amor real, sincero, do espírito, dimensão e essência só existe quando não há ‘olho espichado’ ou preocupação com a ‘grana’ do outro. É difícil, raro, como ficar rico jogando no ‘Tigrinho’, mas existe.
Para os ermitões ou eremitas, distantes em cavernas remotas, ou aqueles nas megalópoles, não distantes, mas equidistantes, ou seja, dentro, perto e colado, muitas vezes são os mais solitários.
Para o deleite das causídicas e dos causídicos, relembramos duas citações no Senado Romano antológicas do legado do grande Cícero: “Habemus reum confessum — non in verbis, sed in facto, in timore, in oculis tuis (Temos o réu confesso — não em palavras, mas nos atos, no medo, nos teus olhos)”. E outra: “Nox testis fuit, sed aurora veritatem revelavit (A noite foi testemunha, mas a aurora revelou a verdade).”