Coleção pessoal de Fuzi

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De tempos em tempos, sempre há esperança e o Homem mesmo não á querendo, esperançosamente espera há muito tempo, como noiva no dia de casamento, por tempos em tempos, vê seu dedo tomado pela aliança.

Ahh esperança... Contínua como o tempo, renovada como criança, suas feridas foram abertas pelos momentos, sua cura projetada na tela da lembrança.

Ahh esperança... Como um som de sino, um dom Divino na marcha de um caminho como segue um rio, deixar viver e correr, nas chuvas constantes dos tempos encherem, abrir caminhos à frente e lutar, transbordar devolvendo a vida a muitos e ficar, em tempos de seca partir pra onde um rio tende a ir, na seca do solo andar e ver a vida dos homens passarem como temporais de verão cair, enquanto no rio ele pescar, avante o rio segue calmo ou corrido seu rumo ao mar.

Esperançosamente como um band-aid colocado sobre uma ferida profunda, um curativo artificial para escoriações temporárias, bem sabemos que não irá curá-la, mas sabemos bem que ela existe e é dolorida, mas também sabemos bem, que mesmo não á curando, esperançosamente, artificialmente estará lá.

Sempre tive em mente e dizia sempre que tendo nós uma vida curta e fragilizada por nós mesmos, o melhor era atentarmos em nos conduzir do que nos lançarmos nos braços da esperança, manter-nos frios como as águas e constantes como rios, que sempre operam e seus percursos, moldando rochas e aumentando as areias.

Nas areias profundas da vida jaz um navio por tempos em tempos ancorado no deserto está, feito um homem sentando em sua cadeira, ou prostrado no tumulo onde jaz, há gemidos na terra que não se podem ouvir, por não ter sentido ou motivos a mais escutar, são como botes do navio a servir, encalhados por tempos e tempos nas areias do nosso agir...

De toda frieza do homem em sua dor se torna mais homem, o congelamento emocional aniquila de forma voraz qualquer atitude a ser tomada pela emoção, a capacidade racional aniquila de forma voraz todo defeito causado pela razão.

O homem só é como um canhão esquecido nos fortes com pólvoras secas que não explodem por sorte, a solidão é como uma lenta morte, matando o homem aos poucos como um câncer ou como uma lâmina agonizante fazendo-lhe vários cortes, mesmo que ninguém ateie no pavio curto o fogo, sozinho por tempos e secos ao vento, queimará o cordão entorno, mesmo sendo um canhão sozinho ele explode.

O fogo em sua devoção ilumina os caminhos dos homens que andam e olham por ela, fazendo do escuro uma trila iluminada segurando em suas mãos a luz do fogo na vela.

Muitos são os corpos iluminados pela luz que se apegam ao seu clarear, mas comparando-lhes aos poucos que são iluminantes são meros corpos seguidos de sombras ao se alumiar.

Corpos iluminados tendem a viver da luz na sua escuridão, corpos iluminantes tendem a obter luz e manter-se aceso para manter a vida dos corpos na escuridão.

Ser iluminado é reter a luz, ser iluminante é obter a luz.

Olhamos em dias quentes o sol dono do imenso esplendor, magnífico e poderoso seu fogo nos traz seu calor. Seu fogo traz vida ao planeta, aquece e equilibra a vida das coisas, porque sem ele não existiríamos, o fogo é para o bem e para o mal, estamos vivos por ele e com parte dele nos consumimos, matamos a nós mesmos, o fogo é algo Divino, mas também é algo infernal.

O fogo é fascinante em seu nome e misterioso é o seu pronunciar, o homem e o fogo nunca se entendem, pois o fogo mantém todos os homens, mas os homens nunca podem manter todos os fogos.

De tempos em tempos houve as guerras, por tempos em tempos houve homens entre elas, na ambição de seus olhos que brilham como chamas de canhão, armas foram feitas para tomar e matar não para proteger e zelar, essa é a razão.

Ouvi dizer que todo homem é um planeta, mas bem sei que há planetas sem vidas, sem formas, soltos, perdidos na imensidão do universo, secos e frios, quentes ou sombrios, planetas vastos e desertos, bem sei que existem homens sem forças, sem fé, sem ter a quem lhe mostre a imensidão que és.

Homens que atolam nas areias quentes e pesadas do deserto seus próprios pés, não importam a cor de suas peles ou quais status sociais eles estejam, sendo que cada homem é um planeta então todo homem precisa de uma forma a qual se estabeleça, tendo a luz do astro e a órbita funcional a qual ele obedeça.

O homem emotivo se torna perigoso a si mesmo e aos outros também, pela exposição de seus atos e de sua imagem impulsiva, o homem emotivo é como o fogo que ganha vida com os ventos, mas também á perde vagarosamente seguindo religiosamente a direção em que ele assopra, com sua imagem medíocre o homem emotivo desvia outros a andar aos passos dele, ser como ele. Assim como um médico emotivo não é seguro de si quando se depara com um paciente, mesmo sendo ele um especialista não pode tratá-lo ou curá-lo sofrendo efeitos mínimos de emoções.

O conhecer de si mesmo é como olhar e ler uma folha em branco, seus olhos não vêem nada, mas sua mente descreve o que é ou o quê será justo no momento em que está.
Tudo dependerá se andas ao passo da emoção ou do razão, olhe as grandes obras primas e contemple os grandes artistas mortos, mesmo sem conhecê-los pessoalmente, verás cada criador pelas suas obras e testemunhos, a partir daí saberá o que eram e como eram.

O profeta no deserto é como um garoto diante de um quadro negro sem rabiscos, seus conhecimentos dependerá das mãos do professor, como o profeta que anda só espera na aridez do deserto em si, a direção da palavra de um ser Superior um ensino na qual o mandamento se guarda na memória cada palavra de um professor, a sequidão será suportada e deveras prosseguir enquanto ela há de vir.