Coleção pessoal de Fuzi

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Homens com ideologias descartadas como resumos de um assunto sem importância, na qual folhas escritas foram rasgadas por algumas razões e circunstâncias, bolinhas de papel feito a mão de quem o próprio escrevera serem lançadas direto ao alvo da destreza, ao despojo do recipiente como nada, o alvo de tanto lixo é a lixeira, mas no homem a qual é citada tem se denominado cabeça.

Cabeças essas que se comparam como espécies de picotadoras de papel de escritório ou uma lixeira de biblioteca popular, tudo que fora descartável e dispensável pelos que ali se informam, torna-se útil para os ignorantes para que seus cérebros se adaptem com os dias de hoje, penso em um mundo atual como um livro na mesa de uma livraria, livros postos sobre a mesa envoltos por capas duras, pois ninguém os abriria por se ter escrituras, como muitos seguem tendências, muitos tendem a demência.

O cabresto da santa ignorância colocados em nossas cabeças são como coroas de reis cegos e surdos, mantos sagrados de burros cobre as marcas dos chicotes em nossos lombos, você tende a ver a direção e ouvir os barulhos dos seus cascos no chão, você não ouve a voz do condutor, mas sente o peso da sua mão.

Procuro me olhar no espelho e há vezes que não me vejo, não sou vampiro e nem um fantasma, é só a cópia da minha cara, vejo muitas linhas e traços idênticos, mas mesmo assim não me conheço, percebo o quão seria bom se refletisse todo o meu desejo, pois como não reflete o nosso íntimo e anseios, a imagem de mim aos meus olhos não me vejo.

Espelhos morais são como poços de águas no chão, você se olha no espelho da água e o vê aos pés da imagem ao chão, por mais que você se esforce, verá que sua imagem distorcida é causada pela razão, emoção são gotas de lágrimas unidas ou formadas pelas grandes chuvas de verão.

Os homens livres se sentam no banco da praça e jogam alimentos aos pombos que são livres e os homens presos tratam dos pombos livres, tornando-os como ele e o banco de praça, trancafiados ao ar livre.

Uma liberdade não é como uma bandeira hasteada no topo de uma cidade conquistada em seus destroços. A liberdade é a bandeira acolhida pela cidade sem enterrar seus mortos.

Para cuidar de seu jardim, terão que controlar os seus moradores comuns, as lagartas depredam suas folhas e caules, destroem suas flores e deixam seu jardim quase que morto, mas se alcançar a paciência verá que o alimento da lagarta a faz quietar e montar sua casa as folhas que sobraram e esperam ali sofrendo a mutação enquanto o jardim se recupera de suas ferozes mandíbulas.

A questão é que não se corre atrás de borboletas e sim pacientemente deixe que os monstros de seu jardim façam o que tem de ser feito por eles, a metamorfose é preciso para eles, pois se não chegarem a esse ponto jamais terão borboletas sobrevoando seu jardim, a lagarta só é monstro comparada a você mesma depois de destruir o jardim e encasular-se para florir. A metamorfose da lagarta é a raiz da vida de uma borboleta. Sua conversão se torna visível pela aparência e pela atitude se torna mais bela, mas sabendo em si que se não fosse um monstro jamais seria ela.

Aceite as lagartas e entendam os seus instintos, assim compreenderá como é possível ter uma visão do passado das humildes e belas borboletas. O segredo é cultivar as lagartas em seu jardim se quiser ver as borboletas planando sobre ele.

Percebamos que por gerações temos mudado em tudo, assim como coisas que mudaram por nossa causa, me pergunto: Se mudar fosse agradável ao Homem ele não mudaria todo o tempo, então a metamorfose da lagarta é preciso, mas quem disse que a borboleta será melhor?

No mundo de hoje que se vive, vimos que a terra se torna mais confortável quando transpassa o crepúsculo, a noite fica tão aconchegante que o silêncio é ouvido alto enquanto as pessoas dormem, a paz do mundo se torna real quando o ser humano diurno cansadamente não esta mais a procura dela, assim chegando a noite, o homem cansado e cego pelo dia deixa se adormecer na calmaria feita por ela. A paz do mundo é quando o ser humano deixa de andar sobre ele.

A calmaria é tão gratificante para os amantes noturnos que durante o dia eles se vêem resguardados em seus aposentos como morcegos, a noite uma companheira silenciosa e fresca, transborda a paz para os amantes ambulantes, tornam calmos e civis os homens e o dão a eles o ar da graça de viver na noite.

Mesmo que o tempo passe, envelhecendo os homens e o mundo soberbo deles, o tempo fará com que seus castelos e tesouros se acabem em ruínas, traças serão seus atos durante a luz de seus dias, cupins serão suas camas ao deitarem-se, traças serão seus travesseiros para o aconchego de sua cabeça pesada, sua mobília criada muda contém gavetas e em seu interior mascaras para o seu dia a dia, durante o escuro no calar das noites já não se encontrará na gaveta do seu criado, pois nem saberá qual rosto e identidade é o seu.

Mesmo que o tempo passe para o homem e sua vida se acabe, o mundo dele será destroços aos olhos dos outros, mesmo que esses homens sobrevivam ao fim dos tempos, haverá tempo para se esconderem em seus escombros da grandeza, esconder-se nos entulhos de seus atos e de lá da montanha da soberba eles verão o pouco tempo que lhe restam para se distrair e avaliar como o tempo é com as coisas que são feitas sem pensar por subestimar o seu tempo, vivendo uma vida temporária obtendo alguns passos, ganhando status, vivendo de imagem social, deixando sua realidade de lado conforme o ambiente que pede, vivendo o ambiente a qual se ocupa temporariamente, mas perdendo sua vida ao viver provisoriamente.

O homem não morre só quando o seu tempo se finda, o homem que anda perdido em seu castelo de status está sem vida a partir de quando ele começou o alicerce, se perdeu em alvenarias, se trancou em suas janelas, se escondeu atrás de portas do seu ser, a vida desse homem já não é mais vivida, pois já não há mais homem e sim o castelo, ou seja, seu status é tudo o que ele é a partir desse tempo e o tempo é o mesmo desde quando ele nasceu, viveu, si perdeu e morreu.

Enquanto os homens construírem em si muros de separações e divisões, jamais terão aos seus grandes portões de status uma ponte para que possa cruzar o lago da angústia, libertar-se do tedioso conforto de seu castelo social, de sua prisão formal e racional, ele jamais sairá para vagar nos campos da liberdade e assim viverão dias de ilusões ao qual se perderam nas emoções e trocaram noites por ambições, trajando armadura como um cavaleiro que convive com escudo a frente e espada na mão, esperando o amanhecer do dia para que possa matar constantemente seu incansável dragão.

Nesses tempos vemos nitidamente a diferença no que é ser humano e o que devemos ser ao sermos humanos.

A natureza do homem é o que ele opta em ser, a natureza em si depende do homem naquilo em que ele deseja ser, deuses são como pontes para o abismo que criamos desde a separação dos hemisférios.

"Deuses são como pontes para o abismo que criamos desde a separação dos hemisférios, quanto mais se esfria o amor mais pontes são feitas."