Coleção pessoal de EvandoCarmo
Teu silêncio me confunde
Teu sorriso me distrai
As vezes penso que estou certo
Sobre ti, sobre o que queres me dizer
Mas de súbito me desperta
Quando dizes estar certa
Que nada queres de mim
Ah, como isso me dói
E me faz perder o chão
Fico sem saber o que fazer
Pois meu coração insiste em te amar
Mesmo que tu não queiras me amar
Se pudesse mudar o rumo
Faria tudo diferente
Buscando atender teus desejos
E tornar tudo mais coerente
Mas a vida é assim, cheia de surpresas
E quem sabe um dia, quem sabe
Possamos juntos fazer um novo começo
Até lá, guardo em meu peito
A chama do amor que sinto por ti
E continuo a te olhar
Com a esperança de que um dia
Venhas a perceber
Que estou aqui, sempre a te esperar
A dor que nos consome é forte,
E parece não ter fim,
O peito aperta, sufoca,
E a tristeza toma conta de mim.
Perder algo ou alguém querido,
É uma dor insuportável de sentir,
É como se o mundo tivesse acabado,
E tudo ao redor parasse de existir.
Às vezes penso que nada mais faz sentido,
E me perco em meio às lágrimas de dor,
Mas sei que é preciso seguir em frente,
Para encontrar a felicidade outra vez, com amor.
Por isso, guardo as lembranças boas,
E tento esquecer as ruins,
Para renascer das cinzas,
E seguir em frente, com novos rumos e caminhos.
A dor pode até nos ferir,
Mas não pode nos fazer desistir,
Pois mesmo que a vida nos golpeie,
Sempre há uma chance de recomeçar e sorrir
Seu Júlio, como o chamava. Fazia o melhor café do mundo, sua marca registrada foi a hospitalidade. Companheiro de minha mãe por 49 anos.
É melhor ser bom do que ser justo
Quando morre um bom eu me pergunto:
Por que os bons morrem?
A vida é um instante fugaz
E as nossas ações nos definem
Mas o imprevisto sempre nos
Surpreende, ninguém consegue
Fugir da sorte comum a todo homem.
Em um dia de chuva, símbolo perfeito
Para definir o homem e sua natureza criadora,
Despeço-me do segundo homem bom que conheci.
Para um homem bom
Às vezes ser justo machuca
E a bondade faz a diferença
Basta olhar nos olhos e ver
O amor que na alma cresce
Os bons são como anjos na Terra
Com sua luz e compaixão
Tocam a vida de outras pessoas
Fazendo brilhar onde era escuridão
Os bons não vão, apenas partem
Levam consigo um pouco da paz
Mas a sua memória e o seu legado
Ficam vivos em cada coração
Que os amou demais.
Então, quando um bom se vai
A tristeza nos transborda
Mas a saudade não nos aprisiona
Pois a sua vida fica marcada
Na nossa história.
É melhor ser bom do que ser justo
Pois a bondade é um de divino
E ao seguir esse caminho
Os bons mudam o mundo em sua volta
Mudam nossa rota, surge outro destino.
Para seu Júlio Romão de Melo.
Mas a cada lágrima derramada,
um verso novo vem à tona,
a poesia é a voz da alma,
o porto seguro na tempestade.
O poeta é o mensageiro dos sonhos,
pois através das palavras,
ele transforma o mundo,
e faz sorrir até quem estava chorando.
Seu coração é um oceano de emoções,
e suas rimas são como ondas,
que vão e vêm sem cessar,
tocando a alma dos que as ouvem.
Assim, o poeta segue seu caminho,
escrevendo e chorando,
mas sempre com a certeza,
de que sua poesia toca o mundo.
Diante do absurdo da vida, nos resta
aceitar nossa fragilidade intrínseca,
como bem disse Montaigne em sua obra.
Nessa inconstância, a verdade se atrapalha.
Nossa existência é feita de incertezas,
num constante vai-e-vem que não se acalma.
Mas não se esqueça, amigo, de Epicuro,
que a morte não é nada para nós,
já que, enquanto vivos, ela não tem futuro.
Assim, devemos viver intensamente,
sem medo de que algo nos cause dano,
pois a vida é breve, mas é suficiente.
A poesia
A realidade nos assola,
Reflete a verdade impiedosa.
Mas a poesia nos consola,
E suaviza a dor afetosa.
A fobia que nos invade,
Tão intensa, tão tenebrosa.
Com a arte se dissipa,
E a alma se torna mais rosa.
Com Sartre aprendemos,
Que o absurdo nos envolve.
Com Camus nos comovemos,
E a solidão se dissolve.
Com Rimbaud viajamos,
Por estradas de ilusão.
Com Verlaine flutuamos,
Em ondas de emoção.
A poesia é um bálsamo,
Que nos transporta a outros mundos.
E nos afasta do caos,
De um universo profundo.
Que a fobia seja abrandada,
E a realidade aceita.
Mas que a poesia seja sempre amada,
E a alma por ela, afetada.
O absurdo do amor
O maior absurdo a que o amor nos expõe,
é o fato de que para se ter uma relação verdadeira, seja de amizade ou conjugal temos que compartilhar nossa alma com outra pessoa, nos misturamos para nos adaptar ao outro.
Contudo, ninguém se recupera ou superar o desligamento, se de fato nos misturamos em uma mesma essência.
Porém, estes dois que formamos nem sempre são pessoas melhores ou mais agradáveis do que éramos quando pessoa singular.
O absurdo do amor
O amor, esse absurdo que nos move,
Que nos faz misturar as almas em um só,
É um sentimento que nos prova e comove,
É doce, amargo, forte e frágil, como um só.
Compartilhar de si, de suas dores e alegrias,
É abrir caminho para a verdadeira conexão,
Onde há espaço para as nossas mais terríveis fobias,
E o amor, com paciência, nos leva a redenção.
Mas, quando a separação se faz presente,
Há sempre uma grande dor que incomoda,
E mesmo que outra alma pareça mais existente,
Será impossível apagar as marcas que a outra deixou.
O amor é a maior audácia do ser humano,
Nos faz encontrar no outro, o que nos faltava, o que é sagrado.
É inútil, é um absurdo ter preconceito.
As pessoas são iguais em qualquer lugar do mundo. Pessoas são pessoas, o que difere são os defeitos.
Não há raça, gênero, orientação ou religião,
Que justifique uma discriminação.
Diante das diferenças, devemos aprender a conviver, a respeitar e a amar, sem nunca deixar de perceber, que a diversidade é um presente da vida, e que só assim, de fato, podemos ser livres.
Que o amor seja a força que nos une, que o respeito seja o que nos guie,
e que juntos possamos construir um mundo melhor, onde o preconceito não tenha vez nem lugar, nem sabor.
Porque no final das contas, somos todos iguais, seres humanos em busca da felicidade, e se há algo que nos faz melhores e mais especiais, é a capacidade de enxergar a beleza na diferença e na diversidade.
Mas mesmo em meio a tanta fatalidade
há uma pequena luz, uma felicidade
que nos guia nesse caminho obscuro.
É a esperança que ainda nos move
a crença de que mesmo na dor e no sofrimento podemos encontrar
um mundo mais puro.
E assim, seguimos nessa jornada
com a certeza de que a vida é uma estrada
cheia de altos e baixos, de delícias e tormentos.
Mas com a coragem que nasce da poesia
e o amor que nos faz seguir em harmonia
encontramos nossa paz no meio do vento
Eu pensei em te falar, mas fui contido
Por medo da resposta que teria
E então sozinho, fiquei submetido
A dor que a tua ausência me causaria
Escolhi o sofrimento momentâneo
Pra não ter que sentir eternamente
A dor da tua falta, o descompasso
E assim, seguindo em frente, muito embora
Com o meu coração ainda ardendo
Sigo fiel ao amor que ainda chora
Pois mesmo sem te ver, sem te encontrar
Sigo te amando, sem me arrepender
Fiel ao que sinto, a te esperar.
O pianista no Rio de janeiro
Em uma noite de verão, o casal decidiu fazer um passeio pela cidade do Rio de Janeiro. Eles caminharam pela orla de Copacabana, observando a imensidão do mar e se maravilhando com a vista deslumbrante da praia.
"Como essa cidade é linda!", comentou o pianista. "Não é à toa que atrai tantos turistas do mundo inteiro".
"Realmente", concordou sua esposa, admirando a beleza da paisagem.
Eles seguiram caminhando até chegar ao Pão de Açúcar, onde pegaram o bondinho para apreciar a vista ainda mais de perto. Do topo, podiam ver a cidade do Rio de Janeiro em toda sua grandiosidade: a Baía de Guanabara, a enseada de Botafogo e a vista deslumbrante da praia de Ipanema.
"Olha só como a cidade brilha durante a noite!", disse a esposa, fascinada com a beleza da cidade iluminada.
"Eu amo essa cidade. Ela é vibrante, pulsante e tem uma vida própria que nos envolve", complementou o pianista, que sorria feliz.
E assim, eles continuaram curtindo sua noite no Rio de Janeiro, apreciando a beleza da cidade e a conexão que compartilhavam. A cidade ganhava ainda mais beleza aos olhos do casal, que sabiam que havia encontrado um lugar especial para viver e amar.
Sacrifício de Jesus
Neste dia tão sublime
Da morte do meu senhor
Eu relembro com carinho
Seu ensino, legado e amor
Por ele ter me amado
Antes de eu o conhecer
Por ter se desfigurado
Da ecelsa perfeição
Por deixar seu habitat
Sua vida junto ao pai
Por compaixão e piedade
Veio ao mundo por vontade
Pra salvar os seus irmãos.
Ao longo de sua vida
Cristo sempre ensinou
O amor, a paz, a justiça
Para todos ao redor
Mas foi no fim da jornada
Que mostrou sua bravura
Ao sacrificar sua vida
Pela redenção da criatura
Com a coroa de espinhos
E as chagas em seu corpo
Levou sua estaca de tortura
Sofrendo em cada passo
Mas mesmo assim, não desistiu
Não deixou o medo vencer
Ofereceu-se em sacrifício
Para nos fazer renascer
Seu sangue derramado
Lavou as nossas culpas
Sua dor nos trouxe alegria
Sua morte trouxe a salvação
E agora, em seus passos
Seguimos com amor e fé
Levando o seu ensinamento
Com coragem e permanente
Do ocidente ao oriente
Um milagre é viver em meio ao caos,
Chegar aos sessenta anos, como Sísifo,
Nós, humanos, sobrevivemos sem viso,
Num mundo de vírus e absurdo feroz.
Mas, como Sísifo, seguimos buscando,
Enfrentando a pedra que nos condena,
Afirmamos nossa liberdade, teimando
Para viver e enfrentar essa pena.
A cada dia, olhamos a montanha,
E assim como a pedra, nossa vida,
Sempre tentamos subir e alcançar,
E Sísifo nunca perde a façanha,
Pois sua busca é momento de partida,
Pra renovar cada nascer, sem parar
Evan do Carmo
A poesia é a arte da alma
Que desvenda o que é intangível
Desnuda a beleza mais bela
E revela mais que o visível
Traz as cores ao cinza da vida
E alivia as dores do coração
Faz do sonho a realidade querida
E espalha amor, paz e emoção
A poesia é a voz do silêncio
Que clama por justiça e igualdade
E levanta-se contra o preconceito
Com suas rimas e versos de verdade
Transforma a dor em paz e contentamento
E torna o mundo um lugar mais humano e clemente.
Do amor a mim, serei sempre ligado
Com todo o meu cuidado e devoção
E mesmo que se tenha a ilusão
Será meu pensamento mais encantado
Em cada dia e a cada momento
Quero vivê-lo com toda paixão
Entoando todo meu louvor e canção
E tudo que sentir, derramo ao vento
E quando a vida também passe a ser infértil E se aproximar seu fim tão certo
E pensar na morte, em solidão tão vaga
Eu possa lembrar o amor que foi aberto
Que não durará para sempre como eterno
Mas será infinito se durar neste mundo.
Hoje o que importa é o agora presente
Como uma sala aconchegante e amiga
Juntos brindamos à saúde e à mente
E existimos sem pressa, sem intriga
O ontem foi como um vento fugaz
Uma bruma que se perdeu no passado
Não queremos mais o que já não traz paz
E seguimos em frente sem ter afundado
O amanhã é como uma cortina fechada
Onde resistimos ao desespero
E à curiosidade, ainda não confirmada
Mas este soneto é escrito sem mistério
Pois do amanhã, ainda não se tem nada
E o hoje é tudo o que, no presente, espero
Não almejo a riqueza nem a fama
Não busco o poder nem a glória eterna
Pois, ao meu redor, vejo a chama
De uma vida simples, feliz, plena.
Sou feliz com o que tenho em mãos
E meu coração transborda de amor
Pois o comum é o meu dom
E nele encontro meu maior valor.
Não sou um rei, nem um imperador
Mas sou livre para amar, para sonhar
E, quando a morte vier, sem temor
Sei que vivi bem, sem nada a lamentar.
Falando de virtudes com garbo e maestria, mas na prática apenas julgando com hipocrisia.
“A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude” já disse La Rochefoucauld com precisão. Mas esse disfarce é apenas uma ilusão.
Pois “a verdadeira hipocrisia é acreditar sinceramente naquilo que se finge” definiu Søren Kierkegaard, e assim ninguém se rende.
Que tolice é viver em falsidade, “pois nada é tão certo como a hipocrisia do mal” afirmou François Mauriac com verdade.
Não se deixe enganar pela figura do hipócrita, em palavras e ações ele apenas imita.
Pois “a hipocrisia é a audácia dos fracos” disse Victor Hugo, e assim o segredo se revela.
Seja autêntico, verdadeiro e honrado, “pois a hipocrisia é a habilidade de mentir para si mesmo” alertou Jean Giraudoux, com argumento proclamado.
Não aceite a hipocrisia em sua vida, pois como citou William Shakespeare, “os hipócritas são como as estátuas: parecem vivos, mas não estão”. Ao invés, busque a integridade querida.
Enfim, não se deixe levar por essas mentiras. Como bem disse Friedrich Nietzsche, “aqui mentimos todos” – sem titubear, sem pausas, sem respirar... e quem somos nós, afinal?
Eita povo cheio de dedos enternecidos, de apontar ferida alheia, com seus tumores apodrecidos.