Coleção pessoal de EvandoCarmo

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⁠Diante do absurdo da vida, nos resta
aceitar nossa fragilidade intrínseca,
como bem disse Montaigne em sua obra.

Nessa inconstância, a verdade se atrapalha.
Nossa existência é feita de incertezas,
num constante vai-e-vem que não se acalma.

Mas não se esqueça, amigo, de Epicuro,
que a morte não é nada para nós,
já que, enquanto vivos, ela não tem futuro.

Assim, devemos viver intensamente,
sem medo de que algo nos cause dano,
pois a vida é breve, mas é suficiente.


A poesia

A realidade nos assola,
Reflete a verdade impiedosa.
Mas a poesia nos consola,
E suaviza a dor afetosa.

A fobia que nos invade,
Tão intensa, tão tenebrosa.
Com a arte se dissipa,
E a alma se torna mais rosa.

Com Sartre aprendemos,
Que o absurdo nos envolve.
Com Camus nos comovemos,
E a solidão se dissolve.

Com Rimbaud viajamos,
Por estradas de ilusão.
Com Verlaine flutuamos,
Em ondas de emoção.

A poesia é um bálsamo,
Que nos transporta a outros mundos.
E nos afasta do caos,
De um universo profundo.

Que a fobia seja abrandada,
E a realidade aceita.
Mas que a poesia seja sempre amada,
E a alma por ela, afetada.

⁠O absurdo do amor

O maior absurdo a que o amor nos expõe,
é o fato de que para se ter uma relação verdadeira, seja de amizade ou conjugal temos que compartilhar nossa alma com outra pessoa, nos misturamos para nos adaptar ao outro.

Contudo, ninguém se recupera ou superar o desligamento, se de fato nos misturamos em uma mesma essência.

Porém, estes dois que formamos nem sempre são pessoas melhores ou mais agradáveis do que éramos quando pessoa singular.

O absurdo do amor


O amor, esse absurdo que nos move,
Que nos faz misturar as almas em um só,
É um sentimento que nos prova e comove,
É doce, amargo, forte e frágil, como um só.

Compartilhar de si, de suas dores e alegrias,
É abrir caminho para a verdadeira conexão,
Onde há espaço para as nossas mais terríveis fobias,
E o amor, com paciência, nos leva a redenção.

Mas, quando a separação se faz presente,
Há sempre uma grande dor que incomoda,
E mesmo que outra alma pareça mais existente,
Será impossível apagar as marcas que a outra deixou.

O amor é a maior audácia do ser humano,
Nos faz encontrar no outro, o que nos faltava, o que é sagrado.

⁠⁠É inútil, é um absurdo ter preconceito.
As pessoas são iguais em qualquer lugar do mundo. Pessoas são pessoas, o que difere são os defeitos.

Não há raça, gênero, orientação ou religião,
Que justifique uma discriminação.

Diante das diferenças, devemos aprender a conviver, a respeitar e a amar, sem nunca deixar de perceber, que a diversidade é um presente da vida, e que só assim, de fato, podemos ser livres.

Que o amor seja a força que nos une, que o respeito seja o que nos guie,
e que juntos possamos construir um mundo melhor, onde o preconceito não tenha vez nem lugar, nem sabor.

Porque no final das contas, somos todos iguais, seres humanos em busca da felicidade, e se há algo que nos faz melhores e mais especiais, é a capacidade de enxergar a beleza na diferença e na diversidade.

⁠Mas mesmo em meio a tanta fatalidade
há uma pequena luz, uma felicidade
que nos guia nesse caminho obscuro.

É a esperança que ainda nos move
a crença de que mesmo na dor e no sofrimento podemos encontrar
um mundo mais puro.

E assim, seguimos nessa jornada
com a certeza de que a vida é uma estrada
cheia de altos e baixos, de delícias e tormentos.

Mas com a coragem que nasce da poesia
e o amor que nos faz seguir em harmonia
encontramos nossa paz no meio do vento

⁠Eu pensei em te falar, mas fui contido
Por medo da resposta que teria
E então sozinho, fiquei submetido
A dor que a tua ausência me causaria

Escolhi o sofrimento momentâneo
Pra não ter que sentir eternamente
A dor da tua falta, o descompasso

E assim, seguindo em frente, muito embora
Com o meu coração ainda ardendo
Sigo fiel ao amor que ainda chora

Pois mesmo sem te ver, sem te encontrar
Sigo te amando, sem me arrepender
Fiel ao que sinto, a te esperar.

O pianista no Rio de janeiro


Em uma noite de verão, o casal decidiu fazer um passeio pela cidade do Rio de Janeiro. Eles caminharam pela orla de Copacabana, observando a imensidão do mar e se maravilhando com a vista deslumbrante da praia.

"Como essa cidade é linda!", comentou o pianista. "Não é à toa que atrai tantos turistas do mundo inteiro".

"Realmente", concordou sua esposa, admirando a beleza da paisagem.

Eles seguiram caminhando até chegar ao Pão de Açúcar, onde pegaram o bondinho para apreciar a vista ainda mais de perto. Do topo, podiam ver a cidade do Rio de Janeiro em toda sua grandiosidade: a Baía de Guanabara, a enseada de Botafogo e a vista deslumbrante da praia de Ipanema.

"Olha só como a cidade brilha durante a noite!", disse a esposa, fascinada com a beleza da cidade iluminada.

"Eu amo essa cidade. Ela é vibrante, pulsante e tem uma vida própria que nos envolve", complementou o pianista, que sorria feliz.

E assim, eles continuaram curtindo sua noite no Rio de Janeiro, apreciando a beleza da cidade e a conexão que compartilhavam. A cidade ganhava ainda mais beleza aos olhos do casal, que sabiam que havia encontrado um lugar especial para viver e amar.

⁠Sacrifício de Jesus

⁠Neste dia tão sublime
Da morte do meu senhor
Eu relembro com carinho
Seu ensino, legado e amor

Por ele ter me amado
Antes de eu o conhecer
Por ter se desfigurado
Da ecelsa perfeição

Por deixar seu habitat
Sua vida junto ao pai
Por compaixão e piedade
Veio ao mundo por vontade
Pra salvar os seus irmãos.

Ao longo de sua vida
Cristo sempre ensinou
O amor, a paz, a justiça
Para todos ao redor

Mas foi no fim da jornada
Que mostrou sua bravura
Ao sacrificar sua vida
Pela redenção da criatura

Com a coroa de espinhos
E as chagas em seu corpo
Levou sua estaca de tortura
Sofrendo em cada passo

Mas mesmo assim, não desistiu
Não deixou o medo vencer
Ofereceu-se em sacrifício
Para nos fazer renascer

Seu sangue derramado
Lavou as nossas culpas
Sua dor nos trouxe alegria
Sua morte trouxe a salvação

E agora, em seus passos
Seguimos com amor e fé
Levando o seu ensinamento
Com coragem e permanente
Do ocidente ao oriente

⁠Um milagre é viver em meio ao caos,
Chegar aos sessenta anos, como Sísifo,
Nós, humanos, sobrevivemos sem viso,
Num mundo de vírus e absurdo feroz.

Mas, como Sísifo, seguimos buscando,
Enfrentando a pedra que nos condena,
Afirmamos nossa liberdade, teimando
Para viver e enfrentar essa pena.

A cada dia, olhamos a montanha,
E assim como a pedra, nossa vida,
Sempre tentamos subir e alcançar,

E Sísifo nunca perde a façanha,
Pois sua busca é momento de partida,
Pra renovar cada nascer, sem parar

Evan do Carmo

⁠A poesia é a arte da alma
Que desvenda o que é intangível
Desnuda a beleza mais bela
E revela mais que o visível

Traz as cores ao cinza da vida
E alivia as dores do coração
Faz do sonho a realidade querida
E espalha amor, paz e emoção

A poesia é a voz do silêncio
Que clama por justiça e igualdade
E levanta-se contra o preconceito

Com suas rimas e versos de verdade
Transforma a dor em paz e contentamento
E torna o mundo um lugar mais humano e clemente.

⁠Do amor a mim, serei sempre ligado
Com todo o meu cuidado e devoção
E mesmo que se tenha a ilusão
Será meu pensamento mais encantado

Em cada dia e a cada momento
Quero vivê-lo com toda paixão
Entoando todo meu louvor e canção
E tudo que sentir, derramo ao vento

E quando a vida também passe a ser infértil E se aproximar seu fim tão certo
E pensar na morte, em solidão tão vaga

Eu possa lembrar o amor que foi aberto
Que não durará para sempre como eterno
Mas será infinito se durar neste mundo.

⁠Hoje o que importa é o agora presente
Como uma sala aconchegante e amiga
Juntos brindamos à saúde e à mente
E existimos sem pressa, sem intriga

O ontem foi como um vento fugaz
Uma bruma que se perdeu no passado
Não queremos mais o que já não traz paz
E seguimos em frente sem ter afundado

O amanhã é como uma cortina fechada
Onde resistimos ao desespero
E à curiosidade, ainda não confirmada

Mas este soneto é escrito sem mistério
Pois do amanhã, ainda não se tem nada
E o hoje é tudo o que, no presente, espero

⁠Não almejo a riqueza nem a fama
Não busco o poder nem a glória eterna
Pois, ao meu redor, vejo a chama
De uma vida simples, feliz, plena.

Sou feliz com o que tenho em mãos
E meu coração transborda de amor
Pois o comum é o meu dom
E nele encontro meu maior valor.

Não sou um rei, nem um imperador
Mas sou livre para amar, para sonhar
E, quando a morte vier, sem temor
Sei que vivi bem, sem nada a lamentar.

⁠Falando de virtudes com garbo e maestria, mas na prática apenas julgando com hipocrisia.

“A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude” já disse La Rochefoucauld com precisão. Mas esse disfarce é apenas uma ilusão.

Pois “a verdadeira hipocrisia é acreditar sinceramente naquilo que se finge” definiu Søren Kierkegaard, e assim ninguém se rende.

Que tolice é viver em falsidade, “pois nada é tão certo como a hipocrisia do mal” afirmou François Mauriac com verdade.

Não se deixe enganar pela figura do hipócrita, em palavras e ações ele apenas imita.

Pois “a hipocrisia é a audácia dos fracos” disse Victor Hugo, e assim o segredo se revela.

Seja autêntico, verdadeiro e honrado, “pois a hipocrisia é a habilidade de mentir para si mesmo” alertou Jean Giraudoux, com argumento proclamado.

Não aceite a hipocrisia em sua vida, pois como citou William Shakespeare, “os hipócritas são como as estátuas: parecem vivos, mas não estão”. Ao invés, busque a integridade querida.

Enfim, não se deixe levar por essas mentiras. Como bem disse Friedrich Nietzsche, “aqui mentimos todos” – sem titubear, sem pausas, sem respirar... e quem somos nós, afinal?

Eita povo cheio de dedos enternecidos, de apontar ferida alheia, com seus tumores apodrecidos.

Imerso em sonhos,o poeta cria o mundo,
Que existe em sua mente,real de fato,
A esquizofrenia espiritual lhe dá o dom,
De pensar outras vidas, de viver o sonho

A alma, por vezes, é presa de um tormento,
Que só a liberdade poética pode superar,
E é na fantasia que encontra o alento,
Para enfrentar o mundo sem medo de falhar.

E, assim, o poeta traz à tona o insondável,
Traduzindo em versos as emoções puras,
Transformando em arte o inefável,

Numa alquimia que lhe é tão segura,
Criando um mundo novo e inimaginável,
Que só ele pode a tornar real o imponderável.

⁠Mas a beleza, por vezes, pode iludir,
nos fazer esquecer a dor e o sofrimento.
Precisamos, então, ter discernimento
e buscar também a verdade e o sentido.

A filosofia nos ensina a questionar,
a buscar a sabedoria e o conhecimento.
Ela nos mostra que o belo é relativo,
e que a verdade pode nos libertar.

Assim, neste soneto, busco unir
a beleza e a filosofia, em harmonia.
Que possamos enxergar além das aparências, e encontrar a verdade,
a paz e a alegria

⁠A beleza é a flor que colore o mundo,
É como um raio de sol em tarde nublada
Ela encanta os olhos, consola a alma
E nos brinda com momentos de felicidade.

A beleza mora na natureza,
No sorriso de uma criança inocente
E no abraço sincero de um amigo.
Ela é a essência que transcende o tempo.

A beleza é mais do que beleza em si
É a luz de paz que ilumina a vida
É a esperança que faz o coração sorrir

E é a promessa de uma vida plena e colorida.
Por isso, que encontremos cada dia
A beleza que existe em toda via.

Ç

⁠Permita-me, ilustre interlocutor, rogar-lhe um gentil favor em favor de minha incolumidade: caso seja constatada minha companhia com algum indivíduo, ou ainda, caso venham a presenciar minha pessoa em convívio com outrem, peço-lhes encarecidamente que se voltem e se retirem delicadamente, demonstrando assim total desinteresse pelo assunto. Vossa benevolência será de inestimável apreço neste momento. Agradeço-lhe desde já.

O poeta

⁠Seus versos carregam as dores do mundo,
a vida, a morte, a paixão, a saudade.
Sua alma é feita de sonhos profundos,
da poesia é a mais fiel amante.

Do amor e da dor, ele tira inspiração,
das flores, das estrelas, da natureza bruta.
Cria mundos imaginários, sem noção,
formando rimas, poesias, em sua conduta.

Ao encantar seus leitores, ele se renova,
renasce em cada verso, em cada estrofe.
Seus olhos brilham com o sol ou com a chuva, sua alma inspirada pela arte nunca sofre.

E assim, o poeta segue sua jornada,
no labirinto da vida sempre em busca
de palavras que possam ser combinadas,
em versos perfeitos, de beleza e luta.

Que seu legado seja eterno, imortal,
pois sua alma viva habita em cada verso.
O poeta é a voz do povo, o som vital,
que ecoa pelos séculos em universo.