Coleção pessoal de juanaigatu

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Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!"

Já vi amor sem atitudes, e atitudes sem amor.
O que define um sentimento não são ações, mas intenções.

[POEMEU EFEMÉRICO]
Viva o Brasil
Onde o ano inteiro
É primeiro de abril

mais do que a vida , deveremos
amar a vida em sua plenitude
a inconstancia no amor nao condenemos
porque esta falta pode ser virtude...

ser fiel a um amor , se nunca o pude,
Fui ao amor fiel , nos seus extremos
este sendo imutavel, nao se ilude
e os desvios daquele sao supremos...

seja a forma de amor que se presinta
por mais tenue mais timida e indistinta
deve-se bem dizer sem comparar.

Como a ausencia produz o desengano
sobrenobrece o coracao humano
ser inconstante sem deixar de amar...

Pensamos demasiadamente e sentimos muito pouco. Necessitamos mais de humildade que de máquinas. Mais de bondade e ternura que de inteligência. Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá.

Fim de Romance "


O envelope pequeno, cor-de-rosa,
a letra fina, trêmula e nervosa
traçara um nome: o meu...
Abrindo-o, tinha as mãos frias, tremendo,
e olhos nublados, sem querer, fui lendo
o que ela me escreveu:

"... Perdoa, meu amor, se és o culpado
deste fim de romance, - o teu ciúme
por tanto tempo tem me torturado
que hoje inquietantes proporções assume.
Ele povoou de sombras o meu passado,
passado que em tão pouco tempo se resume:
alguns anos vazios, e um punhado
de sonhos que murcharam, sem perfume.
No presente, tornou-nos infelizes...
Se te fez desgraçado, a mim também,
mas já não quero que te martirizes...
É preciso que eu parta e isto te diga
perdoa pois quem tanto te quis bem,
sou,
tua muito desgraçada amiga..."

Vinha depois seu nome, vinha um nome
que da minha alma o tempo não consome
e eu vivo a soletrar,
desde a alvorada até que a tarde desce,
se de dia é meu canto, é a minha prece
à hora de me deitar!...

"Oração"


Eu que não tenho deus, eu que não tenho crenças
Eu que não tenho santos,
Desde que te vi,
Todas as noites à hora de me deitar
Cerro os olhos e penso em ti...
E todas as noites, desde então
Sem querer
Sem notar,
A minh`alma em meus lábios começa a rezar...

Todas as noites, à hora de dormir,
Digo o cântico dos cânticos da minha oração...
E quantos terços rezo em teus lábios, enchendo-os
De rosários de beijos
No altar onde te vê minha imaginação...

Todas as noites,
Nas horas doces em que me abandono
Como à espera do sono,
Em minha estranha liturgia
Tomo-te entre os meus braços, triunfante,
E penso tudo o que desejo e quero
Se fores minha um dia...

Eu que não tenho deus, eu que não tenho crenças,
De olhos cerrados a esperar o sono
Ou fitando as belezas das noites tranqüilas,
Também sei rezar...
- no meu templo, que tem por vitrais as pupilas,
diante da tua imagem toda noite eu digo
uma oração de amor antes de me deitar:

"Bendita sejas tu entre os meus braços!
Bendita a nossa vida pelo nosso amor
E bendito, também,
O pecado que um dia há de tornar-te minha,
E há de unir numa vida as nossas duas vidas...
Amém..."

" Pensando Nela "


Neste instante em que escrevo, estou pensando nela,
longe de mim, no entanto, em que estará pensando ?
- quem sabe se a sonhar, debruçada à janela
recorda nosso amor, a sorrir, vez em quando...

Ou terá tal como eu, esse ar de alguém que vela
um sonho que estivesse em nosso olhar flutuando ?
Ou quem sabe se dorme, e adormecida e bela
o luar lhe vai beijar os lábios, suave e brando...

Invejaria o luar... É tarde, estou sozinho,
ela dorme talvez, e não sabe que ao lado
do seu leito, a minha alma ronda de mansinho...

Nem vê meu pensamento entrar pela janela
e ir na ponta dos pés murmurar ajoelhado
este verso de amor que fiz, pensando nela!

"Você"

Hoje sinto-me só, neste abandono
que põe na alma da gente um não sei quê...
Para dentro dos olhos vejo o outono,
paisagem cor de cinza e esse ar de sono
que em plena primavera ninguém vê...

Não é tristeza propriamente: é esplim;
nem sei se é esplim: é um sentimento vago;
hoje sinto-me só, sinto-me assim
como a flor que lá fora no jardim
a aragem despetala num afago...

Finíssima neblina há no meu Ser
e em minha alma tristíssima faz frio,
- se lá fora há calor, e ouço o prazer
cantando na alegria de viver,
por que no meu destino esse vazio?

Hoje sinto-me só e há uma tortura
nessa profunda e impenetrável mágoa...
Minha vida é uma sombra... é uma figura
que se debruça numa noite escura
no olhar parado de uma poça d'água.

Hoje sinto-me só... e faz-me mal
ficar só, quando a noite está tão calma. . .
Quanta gente infeliz, sentimental,
sentirá, com certeza, uma ânsia igual
à que eu sinto rondando na minha alma...

Pela janela aberta entra o bafio
morno, de um ar que embriaga e que perfuma;
vem da sombra um rumor, um murmurio,
talvez, - quem sabe? - passe adiante um rio...
Mas bem sei que não passa coisa alguma...

Esse rumor que chega aos meus ouvidos
que impregna o ar assim, esse rumor,
é a canção de mil beijos escondidos,
de lábios entreabertos e vencidos
que se procuram na ilusão do amor...

Eu sei bem por que sofro e o que eu almejo,
minto afirmando que não sei porquê,
- falta uma boca para o meu desejo,
falta um corpo que eu quero e que não vejo,
Falta, por que não confessar?... Você!

"Maldade "


Tu podes ser igual a todo o mundo
teres defeitos mais que toda a gente,
- que importa ? se este amor cego e profundo
teima em dizer que te acha diferente !
Para mim (eu que te amo como um louco)
os que falam de ti são línguas más,
- ah ! todo o amor que te dedico é pouco
e é sempre pouco o amor que tu me dás !

Sou a sombra que segue os teus desejos
e aos teus pés, numa oferta extraordinária
a minha alma vendeu-se por teus beijos...
Falam de ti... Escuto-os... Fico mudo...
se eu já sei quem tu és... se eu sei de tudo !

" Fim "


Nem foi mesmo preciso que você falasse,
era um pressentimento antigo dentro de mim,
há muito, na expressão que havia em sua face
via que o nosso amor ia chegando ao fim...

Hoje, para encontrá-la, eu quase que não vim...
Era o medo covarde deste desenlace...
E tudo terminou... e foi melhor assim
talvez, para você, que tudo terminasse...

Nosso amor, - e ninguém há de saber por que,
morreu (bem que o sentimos pelo nosso olhar),
e não somos culpados nem eu, nem você...

E o que é estranho afinal é que tudo acabasse,
sem que nenhum de nós falasse em terminar,
- e assim como se tudo ainda continuasse...

" Mascarados "


Mascarados os dois. Eu, mascarado
na hipocrisia com que levo a vida,
tu, na aparência inútil e fingida
que usas na rua com o maior cuidado ...

Passas por mim e segues ao meu lado
como outra qualquer desconhecida,
- quem há de imaginar nosso passado
e a intimidade entre nós dois perdida ?...

Ninguém... Certo ninguém pensa e adivinha
porque eu não digo e porque tu não dizes
Que eu já fui teu... e que tu foste minha...

Mas, quantas vezes, amargurado penso
em como nos sentimos infelizes
no Carnaval do nosso orgulho imenso !

" Carnaval "


Ela passou na minha vida
vazia
de boêmio e sentimental,
como passa num ano de tristeza
o relâmpago de alegria
do carnaval...

Seus braços me envolveram como serpentinas
frágeis, de papel,
e se romperam coo as serpentinas
que se arrebentam quando o vento sopra
e se soltam no céu....

Ela passou na minha vida, assim,
tal como passa na monotonia
de uma existência banal,
a furtiva beleza e a loucura de um dia
de carnaval !...

Nossa história, - o romance desse dia
sem ódio, sem despeito, sem rancor, sem ciúme,
nem podemos lembrar,

teve o destino irreal de toda fantasia
e a existência de um jato de lança-perfume
atravessando no ar...

O nome dela, não sei;
ela não sabe o meu, - que importa ? - não faz mal...
- Não fôssemos nós dois apenas fantasias
não fosse a nossa história apenas carnaval !...

Andei amando loucamente, como há muito tempo não acontecia. De repente a coisa começou a desacontecer.

Raquel

Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assi negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida;

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: – Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!

Alma
gémea de minha'lma...
flor de luz de minha vida....
Sublime estrela caída...
das belezas da amplidão
Quando eu errava no mundo...
triste e só, no meu caminho,
Chegaste, devagarinho,
E encheste-me o coração....
Vinhas na bênção das flores
Da divina claridade,
Tecer-me a felicidade
Em sorrisos de esplendor!!!
És meu tesouro infinito,
Juro-te eterna aliança,
Porque sou tua esperança,
Como és todo meu amor!
Alma gémea de minha'lma,
Se eu te perder algum dia...
Serei tua escura agonia,
Da saudade nos seus véus...
Se um dia me abandonares,
Luz terna dos meus amores,
Hei de esperar-te, entre as flores
Da claridade dos céus.

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

A gente começa a amar
Por simples curiosidade,
Por ter lido num olhar
Certa possibilidade.
E como, no fundo, a gente
Se quer muito bem.
Ama quem ama somente
Pelo gosto igual que tem.
Pelo amor de amar começa
A repartir dor por dor,
E se habitua depressa
A trocar frases de amor.
E, sem pensar, vai falando
De novo as que já falou,
E então continua amando
Só porque já começou.

Que me importa teu passo trôpego
eu te levaria comigo
Que me importa teu sorriso pouco
eu te arrancaria mil sorrisos
Eu entendo teus medos,
sou medrosa contigo...
Só não entendo tua ausência,
ela não faz sentido

Amo-te
desde o olhar primeiro
Amo-te
desde bem antes...
Quando te vejo festeiro
a falar dos amores que tem
Amo-te
quando não estás com ninguém...
Amo-te!
Apenas amo-te
Também.