Coleção pessoal de EdilsonAlves

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DEVOÇÃO

Não vivo eu, a devoção dos santos
Nem tenho em mente a liturgia, feita
Nas catedrais, que minha fé rejeita
Ao pé do altar, na ilusão dos mantos.

Não quero ouvir, os rituais em cantos
Cobrando juras, de quem não aceita
Falsas promessas de uma santa eleita
Intercedendo pelos fies em prantos.

Se vou a missa aos domingos, e choro
Fico em silêncio, e sem ter fé imploro
À cada santo, a soluçar eu clamo

Não quero o céu, este temido fórum
Nem purgatório, que me lava em cloro
Vi vê somente a mulher que amo.

Não temo a morte
Só não quero está
Quando ela chegar

REPROVADO

Vejo a fila dos reprovados
Sem sair do lugar
E eu, reprovado sou
Sem ao menos tentar.

LIBERDADE

Venho de longe
trago marcas nos pés
deixo rastros imperceptível
sobre as pedras do caminho
A minha armadura é de papel
Vejo-a, sobre o reflexo sepulcral das águas
Dizem que sou estranho
E eu, contemplo em silêncio
Essa fileira de gravatas
Que cercam meu subordinado ser
A consciência humana
É cercada deste arbítrio livre
Que não me deixa dormir.
Prendem-me nesta imensurável cruz
Enquanto eu grito
Liberdade!

PÃO E LIBERDADE

Armo meu circo
No último espaço de terra
Deixado pelo latifúndio
Pinto-me de palhaço
Hoje eu só quero
Pão e liberdade.

SUJEIRA

Entro pelas ruas estreitas de Olinda
Volto trazendo nas mãos
Confetes e sepertinas.

Nunca devemos nos conformar em andar, quando a vontade é voar

Não permita que ninguém prive seus sonhos, voe, mesmo que lhe cortes as asas

Ou vai
Ou racha...
Rachou.

Talvez, o que você esteja procurado só encontre em casa.

Aprendemos mais com a adversidade, do que com a prosperidade

Não vi fruto, valia a sombra.

Cinco minutos de pleno silêncio. É nesses momentos que me transporto de um lugar a outro com facilidade.

O pensamento cria asas.

O NOME NÃO DIZ TUDO

Em um final de tarde, estando eu, a passear pelas rua do Recife, fui atraído por um vendedor de livros. O sujeito começou a me mostrar os livros mais antigo, percebendo o meu interesse, abriu um grande baú, de onde tirou vários títulos.

O titulo que me chamou a atenção foi “ESPALHA BRASAS”de um escritor Paraibano de nome José Cavalcante. Folhei-o lentamente, e dei de cara com os seguintes versos:

Eu sou José Cavalcante
Conhecido por Zé bala
Moço, fui bicho elegante
Velho, foi-se minha gala

Mulher a de pouco siso
Que me chamam de pidão
Eu peço por que preciso
E elas porque me dão.

Comprei, paguei cinco reais por uma obra tão rara, esse é o valor do escritor brasileiro.

Continuei meu caminho, vinte minutos depois, esteva na praça dois irmão, eis aqui um lugar que deveria ser cuidado pensei! Cuidam nada! esses caras querem, é só gastar o dinheiro do povo. Isso eu só pensei, quem repetiu meu pensamento, foi um jovem casal que passava ao meu lado. (até parecia que lia meus pensamentos).


poucos minutos depois, estava assentado em um antigo banco de metal, debaixo de uma grande arvore.

Em vão procurei algum fruto, afim de identificar a arvore, isso mesmo, frutos, só identifico a arvore pelo fruto, e isso não é um principio bíblico, é falta de conhecimento mesmo. Se tem manga, repito: essa é uma mangueira, se eu vejo goiaba, já a identifico imediatamente como sendo uma goiabeira, e da ir por diante.

Não vi fruto, valia a sombra.

Fui a leitura, agora com mais calma, sendo interropindo as vezes, por uma mãe raivosa.

-sai daí menino, deixa o animal quieto!
-mãe, ele quer me morder!

Lia, e absorvia cada pagina!

Eu sou um tipo de animal que não morde crianças. Ou mordo?

Cinco minutos de pleno silêncio. É nesses momentos que me transporto de um lugar a outro com facilidade.

O pensamento cria asas.

Passaria o resto da minha vida ali. Aquele banco de ferro, ou era de bronze? Não sei. Só sei que faria dele o meu mausoléu, tal qual Manoel Bandeira. Percorreria as mesmas ruas. Visitaria aquela criança doente. "Em uma casa, a mãe embala uma criança doente".

Faria uma reforma na "Ponte Buarque de macedo, indo em direção a casa agra" E como Augusto dos Anjos, "Assombrado com minha sombra magra"

Construiria a minha tese em cima dos versos de Mario Quitana.

Todos aqueles que atravessa meu caminho
Eles passarão
Eu, passarinho.

Ou simplesmente releria as ultimas estrofes de Zé Cavalcante:

Eu peço por que preciso
E elas por que me dão.

Tudo seria possível, se não fosse aquele grito, que parecia vir do além.

Cruel, ou Cruel! Vem aqui por favor!

Fui tentado a sair do meu transe momentâneo, e me transporta a vida real.

O grito de alguém, chamando outro alguém, eram insistente, Cruel, ou Cruel.

Fui forçado a me virar. Mais não fiz isso de forma brusca, agi como que estar em câmara lenta, estava mas curioso em saber quem era Cruel, do que, em quem chamava.

Seria algum animal? se fosse, o animal, seria da raça Pit-Bul, sendo assim, seria melhor eu ser cauteloso em meus movimentos.

De repente, passa por me um jovem, não era do tipo negrão, Galegão, ricardão. Era apenas um jovem.

Era magro, muito magro.

fixei meu olhar naquela figura. Seus traços finos, voz suave. No seu andar, tinha a leveza da brisa. Mãos na cintura. Caminhava devagar. Quase parando.

Chega até sei interlocutor, poe-lhe a palma da mão no ombro, sacode a cabeça e pergunta:
-Que queres?

Passavam das seis horas.

Levantei. Sair caminhando lentamente, enquarto pensava:

O nome não diz tudo.

SONETINHO

Sonhar
Viver
Querer
Amar

Mudar
Crescer
Colher
Podar

Enfim
Sentir
Amor

E assim
Sorrir
Na dor.

Não preciso de Dicionario para corrigir meus erros!
Quero apenas ter a honra de assumir-los.

MEU CORAÇÃO!

Meu coração sem maldade
Sem direção, sem juízo
Vive plantando saudade
E colhendo prejuízo

A amizade entre um homem e uma mulher, é um casamento que deu certo.

A ignorância é a salvação dos tolos

Para morrer, basta nascer.