Coleção pessoal de DudaVarandista

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Condicional

Minha pressa está presa
Por mim, e pelo acaso
Nós dois, calados ao lado
Sem querer...
Acreditar sem questionar
É pedir demais?
Ou olhar atrás,
Seria nos perder?
Continuo obtuso,
confuso, não me abuso mais.

[...] Nunca tenha medo à vista
Pois o medo é egoísta
Bela vista, é altruísta
que só quer se avistar [...]


Trecho De Borboleta

Amo-te em todos os seus detalhes
Teu gosto ocupa um espaço em mim que nunca soube existir
Minhas esquinas, meus cantos, minhas vagas, minhas varias faces, meu cais que antes era a solidão... Não existe mais distancia entre o que sou e o que sinto
Qualquer vulto de felicidade tem agora os traços de seu jeito certeiro
E assim, fatalmente amo-te em todo o meu futuro pois serei sempre a conseqüência da perfeição de sua aparência na minha presença
Difícil existir sem a frequência do seu quadril trombando com o meu.
Mesmo que a ausência hoje seja sangue do nosso sangue dormirei grande por saber que a distancia de nossos corpos tem companhia de nossos toques infinitos
Queria ter a sorte que só você tem de ter você tão perto si durante todos os segundos
Sou como um espelho inseguro diante de ti: vejo você em todo o meu ser mas te tenho apenas no reflexo do que sonho
Nada me molha, mata, esfria, queima mais do que cair em seu desuso
Afogo-me mais nessa falta de uma única gota sua que num gole do oceano de qualquer outra mulher
E agora, nessa brincadeira de mau gosto do destino, minha vida sem tuas linhas na palma das minhas mãos aos poucos acostuma-se a ser menos vida.

Pareço de carne e rosto
Porém, meu desgosto maquia meu tanto
Do pranto sei desaguar pouco a pouco
No louco tento me desatar de tempos em tempos
Enquanto minha marcha tropeça nos fardos
Os poemas me vestem de um trapo denso
Pinto-me de vento, distraio-me de branco
Alento, solto traço, ao ponto de morar no beco
Rego o tempo, como quem distrai a biografia do prazo
Pesco teatro, indico fábulas, enquanto vou morrendo...