Coleção pessoal de dearmasen

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⁠desate os nós
que te prendem
ao que não
te eleva.

Dei-te espaço.
Restou-nos vácuo.

foi quando você apareceu de surpresa dizendo que não conseguia ficar sem me ver naquele dia. eu lembro do seu resmungo que o "trânsito tava foda", mas fazendo questão de vir, mesmo sabendo iria demorar mais tempo entre os carros do que comigo. a felicidade era quando você se esparramava na cama, rindo, dizendo que eu podia fazer do seu peito o meu travesseiro. melhor local.

foi quando eu te disse que você não era a minha metade porque eu sou já sou inteira, e você respondeu que isso era ótimo porque dois inteiros somam mais. foi quando combinamos de não fazer casamento grande porque não somos chegados à festa, mas você especificou que não abriria mão de fazer os próprios votos e isso me fez sugerir escaparmos para vegas. vamos? solo tú y yo?

somos nós cada vez mais fortes na saúde e na doença. no sol e na chuva. no trânsito parado ou naquela br livre. somos nós no restaurante, no fast food ou num banquinho da praça com doritos e coca cola. somos nós quando sabemos ser ombro amigo. resiliência. sinceridade. somos cada vez mais nós quando respeitamos nossos espaços. somos apoio. seriedade. mas também somos meiguice. somos aquela conversa longa onde nunca temos fim. nos preenchemos no entendimento dos olhares. e somos muito mais nós aqueles que jamais se importarão em dar à qualquer pessoa a nossa premissa.

podemos ser a calmaria ou 200 km por hora. claramente podemos ir ao mesmo lugar milhares de vezes e fazer de cada ida um momento inédito. nos encontramos naquela explosão de euforia, onde nota-se a combustão pura, mas também somos o "descanse aqui comigo, sei que o dia foi puxado". somos o lado a lado. equilíbrio. o ponto aceso. somos nossos próprios mandantes. imperativos. donos de si. somos cada vez mais nós ao cubo por sermos exatamente quem somos. incêndio. brasa acesa. me conhece tão bem quando não apaga o fogo.

queima.comigo.

ele vai te ligar sim.

olha, ele vai mandar aquela mensagem que você passou a noite toda esperando. ele vai te chamar pra vocês verem aquele filme juntinhos. ele vai alegar que, pra você, ele sempre arranjará um tempo. ele vai dizer que você é uma das suas prioridades. ele vai exclamar que sonha em tê-la ao seu lado. ele vai jurar que se arrepende por ter feito aquelas escolhas no passado. ele vai sorrir enquanto diz que a vida fica muito melhor contigo. ele vai bater a cabeça na parede quando se der conta de que suas atitudes anteriores eram, na verdade, precárias, vazias e solitárias. ele vai chegar de mansinho e pedir por uma conversa séria. ele vai sentar ao seu lado e te encarar pedindo por um beijo. ele vai repetir que você pode contar com ele pra tudo, independente de qualquer coisa. hum. será mesmo? não foi assim.
ele vai dizer que nunca te esqueceu.

mas, olha, isso só vai acontecer quando você já estiver bem. quando tiver superado. quando você não sentir mais aquele sufoco dentro do peito. quando não houverem mais lágrimas caídas por causa dele para você secar.

quando você se der conta de que não depende dele na sua vida, ele virá atrás.
porque algumas pessoas são assim.
elas só bagunçam.
só te confundem.
só brincam com o que você sente.
acham que podem entrar e sair da sua vida quando bem quiserem.
ele chegará quando não mais tiver sido chamado.
ele vai ligar e mandar mensagem quando você não mais estiver esperando.
ele vai dizer que nunca te esqueceu quando você finalmente o tiver esquecido.
agora lembra, hein?
você que ficou para juntar seus próprios cacos.
uma vez novamente inteira,
quebre da sua vida quem te quebrou.

Ele diz que não quer ficar preso e você se prende a algo que nunca existiu. Não perca tempo com alguém que acha que compromisso é prisão.

Não é que ele seja fechado, e, por isso, não demonstre o sentimento que tem por você, é porque realmente não há um. Continuar atribuindo tão omissão à personalidade dele é apenas buscar um argumento para sua justificativa. Há uma grande diferença entre não te querer e não demonstrar.
Ele não quer.

em todas você me procura. as vê, mas só a mim realmente enxerga. as outras não são nada. elas veem tua pele, mas só eu entendo teu íntimo. sei que é bem difícil admitir que sou tão única. ela até que tenta, né? mas nunca vai ser eu.

você diz que gosta de futebol e ela corre desesperada para aprender a posição de cada jogador, enquanto eu te olho e digo baixinho que um filminho cai bem melhor. e a gente assiste. agarradinhos. e você nem lembra que seu time perdeu. ela só assente concordando com tudo o que você fala, tornando-se ainda mais chatinha e enfadonha e eu não penso duas vezes antes de dizer bem na sua cara a minha opinião sincera. ela até que tenta, né? mas nunca vai ser eu.

observa onde eu ando para passar a visitar. cria falsas amizades só para estar dentro de um círculo. desespero. consegue coisas por implorar, já comigo é por competência. ela força a presença em lugares, enquanto eu vou porque sou convidada. ela até que tenta, né? mas nunca vai ser eu.

e eu não tô aqui para incentivar a rivalidade feminina. jamais. por outro lado, não tô vendo nenhuma auréola aqui em cima. e eu vou repetir sim, porque não busco o "nobel da bondade". a verdade, amor, é que só eu sei que você revira os olhos quando fica entediado com algo. só eu entendo as suas explicações. só eu vejo sentido nas tuas palavras abstratas. só eu que te faço vibrar. são meus olhos que te hipnotizam. é a minha boca que você gosta e deseja sempre tão colada na sua. é a minha inteligência que te fascina. é o meu corpo debaixo do seu que te faz esquecer do mundo lá fora. é no meu pescoço que você sussurra que se perde e se encontra comigo. é o cheiro da minha pele que te faz ficar mordiscando me deixando arrepiada. é pra mim que você diz quando está bem. quando está mal. tudo. é comigo que seus planos são concretos. são nossas as piadas internas. nem é culpa de ninguém. ela até que tenta aparecer. esforçadinha, eu diria. tem que ter coragem. mas nunca vai ser, né?

e.passa.vergonha.

eu digo que te esqueci, mas até hoje evito a rua da sua casa. não quero passar e ter que esbarrar com você por ali. eu repito que te esqueci, mas é o brilho dos seus olhos que me faz tanta falta. era aquele olhar que me embalava de um jeito que eu sequer acreditava. sinto muito, me assustava o poder que você exercia sobre mim.

eu digo que te esqueci, mas na minha agenda ainda continuam os seus desenhos guardados. olho pra eles e me pergunto se existe algo que você não tenha o dom. não havia nada mais doce do que te ver cantar, mas me apavorava saber que sua voz tinha uma ligação direta com o meu coração. sinto muito, me assustava o poder que você exercia sobre mim.

eu digo que te esqueci, mas ainda fico balançada quando falam sobre você. a verdade é que passei tanto tempo dizendo que não me importava pra ver se virava verdade por osmose. eu te vi semana passada e não me surpreendi por você continuar sendo tão você. que me faz tanta falta. me assustei novamente comigo por saber o quanto me afetava.

gastar as minhas últimas armas pra não permitir que te atingissem é algo que eu faria novamente. sem arrependimentos. mesmo que, na luta pela proteção dos seus sentimentos, eu tenha quebrado os meus. não havia ninguém por mim. mas é o mínimo que eu podia fazer pela pessoa mais altruísta que já conheci.

sempre é mais fácil acharmos um outro culpado, do que simplesmente assumirmos a nossa culpa. te culpei por ir embora, quando eu que te mandei ir. às vezes, somos sim o vilão da nossa própria história. e é por isso que pago até hoje a pena por ter te mandado partir.

foi quando eu senti a frieza das tuas palavras que prometi pra mim que nunca choraria por ti, joão. eu não vou ficar me perguntando o que ocorreu ou onde você está. eu vou ser sempre aquela decidida que se joga de cabeça, mesmo sabendo da possível queda. já você, joão, vai continuar sendo aquele que não sabe o que quer enquanto se perde nos seus vazios e nos falsos preenchimentos do seu dia a dia.

e você ri dizendo que sou eu que irei sofrer, mas se esquece que, embora me doa tanto agora, amanhã será você que continuará voltando pra casa perdido, sozinho, fingindo pra si que pouco se importa, envolvido em relações precárias. e eu seguirei aqui, joão, quietinha, me edificando aos poucos, sem sentir nenhuma necessidade de provar nada a ninguém. muito menos pra você. nem vou querer que saiba mais sobre mim. mas se quer apenas um spoiler, irei muito bem. o erro de querer você me lembra constantemente que mereço mais. e convenhamos, meu bem, gente inteligente sabe o que merece.

mas tem problema não, joão. me deixa aqui e vai. segue na solteirice com teus amigos (que tanto te incentivam a permanecer assim). na semana passada, quem deu em cima de mim foi o teu amigo paulo. o lucas ontem pediu pra conversar e disse que estava tão afim. teu xará conseguiu meu número e disse que daria tudo pra ter uma chance. eles dizem que não somos um bom casal porque eles também querem fazer um par comigo. teus brothers. mas olha, eles te querem solteiro, tá? porque você comigo não é tão correto, já que eles tanto querem estar no teu lugar.

e o que eu posso fazer por mim, joão? te deixar ir será o meu melhor presente. em palavras clichês, mas a verdade é que você foi a melhor e pior coisa que já me aconteceu. se colocar numa balança, não sei para qual lado vai pender. você acha que a raridade dos seus carinhos apagam da minha mente as coisas pérfidas que escuto. não apagam. e eu não voltarei a me permitir ouvi-las. ocorre, joão, que o que é ruim e me faz mal eu não faço compensação, eu elimino.

eu não estou procurando um amor.
eu.
sou.

não me venhas falar de amor.

isso é uma escola? quem disse que quero essa matrícula? não me importo se a ignorância levar-me ao chão. já estou nele. e prefiro. mil vezes permanecer em tal estado, ciente de tudo, do que ser maquinada. acreditar que há um motivo maior em perder pessoas, é o mesmo que permanecer na ignorância em nível ainda mais baixo. ora, o motivo maior não é justamente fazer-me sofrer? agrada-te os tormentos alheios?
diga-me. como posso não questionar? como posso olhar para os lados e assentir quando me dizes que foi para o nosso bem sermos colocados no meio do inferno? me levas exatamente ao lugar que tanto julgas.
os que podiam ficar, preferiram ir.
mas o que queriam ficar, ainda assim, foram obrigados a ir embora. sem um adeus. não aceito despedida de quem se foi contra a vontade. e danem-se todos. partam juntos para o quinto dos infernos. embora eu repense antes de mandá-los, porque não me agrada encontrá-los por lá. prefiro estar só. agora. não questione meu ato de duvidar do amor quando ele me é posto a prova todos os dias. questiono. ele me destruiu. me acordou com um tapa na cara. sugou meu sangue e dançou nos meus destroços.
não vejo o próprio amor pelo amor.
que altruísmo é esse que sequer se preocupa com meu sofrimento? como retiras de mim algo que apenas chegou por tua conta? não detém minha anuência, tampouco jamais terá minha compreensão. não há compaixão na perda. se o amor me dá, mas também me tira, não o quero. acrescento, fique bem longe. distante. não me faça vê-lo. se o tens, de mim, se afastes. chegou manso, me fez abrir as portas só para quebrar-me, uma vez dentro.
não tem amor na dor. nem na ausência. não há estupidez maior que o conformismo.
e eu te digo,
como um ferro quente cravado na pele para marcar-me como um animal que não se pode perder em outros rebanhos.
eu.me.cravo.
e me cravo em cada pedaço de pele para fazer questão de me diferenciar.
não.chegue.perto.de.mim.
e eu te digo,
não há piedade nele.
não encontro razão. porque não há.
e te digo. e repito. e volto a repetir. não faço defesa daquilo que me aplicou a maior sentença. meu coração também foi ceifado. eu te culpo por me tornar inverno o ano todo.

Às vezes, acontecem coisas inesperadas nas nossas vidas que são apenas pontes que foram criadas para algo melhor que nos aguarda. O inesperado é travessia. É a forma que a vida encontrou de fazer com que cheguemos a determinado ponto. Nem todas as mudanças abruptas são boas, mas continuam sendo pontes. E nós precisamos passar por elas. Atalhos não nos servem. Mesmo que cheguemos ao mesmo local, ele não será, de fato, o mesmo, caso não passemos pelas pontes que deveríamos ter pisado. Porque nós não seremos os mesmos. O local muda na medida da nossa própria mudança. Os resultados, embora expostos sejam, são bem mais internos. A diferença está no íntimo, sobretudo. A exibição do que ocupamos no fim da ponte é mera consequência.

Há situações em que pouco importa como você chegou, contanto que simplesmente chegue. Entretanto, há um montante de outras em que o percurso é imprescindível. Não colocamos os pés na linha de chegada sem sabermos o real motivo de ali estarmos, embora tão contraditório seja dizer que arriscamos o andar na saída sem sequer termos ciência de para onde estamos indo. A ponte brinca conosco. O início é um mistério tão grande quanto o que nos espera à frente. Viver é saber que a cada momento uma nova ponte nos aguarda. Toda trajetória é uma incógnita.

O conhecimento é basilar para se manter ali. Não é um caminho tabelado. Se a sua paira com resquícios de dor e abdicação, não é necessário que a minha também assim seja. E vice-e-versa. A trilha é distinta. E a quem recorremos se julgarmos as benesses injustas? Volte uma casa, esse foi seu primeiro erro. A ponte é uma espécie de processo de desenvolvimento nos propiciando o fervor de não sermos apenas mais um, ainda que lutemos contra inimigos diferentes. Você a constrói para poder andar. A cada um é dado materiais de obras diferentes. Pouco importa. Aqui não é o concreto que dá o alicerce.

Quando falo de pontes, refiro-me muito mais à importância de passar por ela do que ao fato que nos espera do outro lado. É que o fato muda a depender do que nos tornamos e passamos para chegar lá.

E assim vai. Reinicie.

Quando dizem que é impossível, me dá ainda mais vontade de fazer.
Disseram que era impossível, fui lá e fiz.

A única pessoa que pode nos ajudar somos nós mesmos e não nos ajudaremos em nada se duvidarmos da nossa própria capacidade.