Coleção pessoal de ClaraDeSouza10

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Não se compreende música: ouve-se. Ouve-me então com teu corpo inteiro.

Tudo já foi dito uma vez, mas como ninguém escuta é preciso dizer de novo.

Escuta o teu coração, ele conhece todas as coisas; pois onde ele estiver, é onde está o teu tesouro.

Quem não sabe ouvir não escuta os conselhos que a vida nos dá.

Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe.

Quando se ouve boa música fica-se com saudade de algo que nunca se teve e nunca se terá.

Quem julga pelo que ouve e não pelo que entende, é orelha e não juiz.

Quem não ouve a melodia acha maluco quem dança...

Não procures esconder nada; o tempo vê, escuta e revela tudo.

Uma mulher que lê muito é uma criatura perigosa.

Quero manhã e tarde e noite com você. Eu quero suas lágrimas, seus sorrisos, seus beijos... o cheiro do seu cabelo, o gosto da sua pele, o toque da sua respiração no meu rosto. Eu quero ver você na hora final da minha vida... para deitar em seus braços enquanto der meu último suspiro.

O amor não se vê com os olhos, mas com o coração.

A luta contra a criminalidade organizada é muito difícil, porque a criminalidade é organizada, mas nós não.

Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.

Amor e tosse, impossível ocultá-los.

Pagai o mal com o bem, porque o amor é vitorioso no ataque e invulnerável na defesa.

O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu caráter.

O amor é como a guerra; fácil de começar e muito difícil de terminar.

Os Três Mal-Amados

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

Um amor bem verdadeiro, uma vida bem íntima com uma mulher, a quem se queira como amante, que se estime como irmã, que se venere com mãe, que se proteja como filha, é evidentemente o destino mais natural ao homem, o complemento da sua missão na terra.