Coleção pessoal de certamagia

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Conquistar um coração não significa que ganhou um amor, mas sim, que precisa nutri-lo diariamente para merecê-lo.

O ferro é resistente, mas o fogo o tempera.
O fogo é assustador, mas a água o apaga.
A água é potente, mas o sol a seca.
O sol é poderoso, mas uma tormenta o encobre.
A tormenta é explosiva, mas a terra a domina.
A terra é majestosa, mas o homem a domina.
O homeme é poderoso, mas a desgraça o surpreende.
A desgraça é pesada, mas o vinho a mitiga.
O vinho é forte, mas o sono o enfraquece.
Mesmo assim, a mulher é mais forte que todos eles.
(de uma história da Etiópia, 1681)
Extraído do livro "Aquela que É" - O mistério de Deus no trabalho teológico feminino

A LIBERDADE

“A liberdade está em vós. Não onde a buscais, mas em vosso verdadeiro Eu. Porque é ele que transcende o tempo e o espaço, e vos pode levar aonde quiserdes ir.
Assim, não estareis presos senão quando presos vos sentirdes. E as correntes terão o peso que a elas atribuirdes.
Pois, assim como não percebeis a prisão do corpo e da gravidade, a nada vos sentireis obrigados, se tudo fizerdes por vossa própria vontade e com amor.
Se, ao contrário, o fizerdes com revolta, pesadas serão as vossas correntes; e o seu peso findará por esmagar-vos.
Livre não é aquele que não tem obrigações, mas o que as cumpre com alegria. Como não é aquele que pode estar em todos os lugares, mas o que de lugar algum necessita.
Livre não é aquele que pode pegar o que quiser, mas o que pode dizer com sinceridade: “- Sou feliz com o que tenho”. E não é aquele que satisfaz todas as suas vontades, mas o que não se escraviza aos seus próprios desejos.
Eu vos digo que, se um homem ama a sua prisão, ele será livre em sua cela. Pois o que nele existe de mais verdadeiro não estará encerrado entre paredes, mas envolto no amor. E viajará com o vento, cantando as mais lindas canções e sentindo os mais doces perfumes.
E vos digo que aquele que não ama jamais será livre, ainda que todo o mundo lhe pertença. Porque estará encerrado na prisão do seu egoísmo, encarcerado na solidão de sua alma. E o seu Eu não ouvirá as canções, nem sentirá os perfumes.
Tudo isto, eu vos digo. Todavia, não posso esperar que me entendais.
Pois estais demasiadamente presos aos vossos conceitos, e assim não sois livres para encontrar as verdades.”

DOUTORAS
Certo dia, uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carteira de motorista.
Quando lhe perguntaram qual era a sua profissão, ela hesitou. Não sabia bem como se classificar.
O funcionário insistiu: O que eu pergunto é se tem um trabalho.
Claro que tenho um trabalho, exclamou Anne. Sou mãe.
Nós não consideramos isso um trabalho. Vou colocar dona de casa, disse o funcionário friamente.
Uma amiga sua, chamada Marta, soube do ocorrido e ficou pensando a respeito por algum tempo.
Num determinado dia, ela se encontrou numa situação idêntica. A pessoa que a atendeu era uma funcionária de carreira, segura, eficiente.
O formulário parecia enorme, interminável.
A primeira pergunta foi: Qual é a sua ocupação?
Marta pensou um pouco e sem saber bem como, respondeu:
Sou doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas.
A funcionária fez uma pausa e Marta precisou repetir pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.
Depois de ter anotado tudo, a jovem ousou indagar:
Posso perguntar o que é que a senhora faz exatamente?
Sem qualquer traço de agitação na voz, com muita calma, Marta explicou:
Desenvolvo um programa a longo prazo, dentro e fora de casa.
Pensando na sua família, ela continuou: Sou responsável por uma equipe e já recebi quatro projetos. Trabalho em regime de dedicação exclusiva. O grau de exigência é de 14 horas por dia, às vezes até 24 horas.
À medida que ia descrevendo suas responsabilidades, Marta notou o crescente tom de respeito na voz da funcionária, que preencheu todo o formulário com os dados fornecidos.
Quando voltou para casa, Marta foi recebida por sua equipe: uma menina com 13 anos, outra com 7 e outra com 3.
Subindo ao andar de cima da casa, ela pôde ouvir o seu mais novo projeto, um bebê de seis meses, testando uma nova tonalidade de voz.
Feliz, Marta tomou o bebê nos braços e pensou na glória da maternidade, com suas multiplicadas responsabilidades. E horas intermináveis de dedicação.
Mãe, onde está meu sapato? Mãe, me ajuda a fazer a lição? Mãe, o bebê não para de chorar. Mãe, você me busca na escola?
Mãe, você vai assistir a minha dança? Mãe, você compra? Mãe...
Sentada na cama, Marta pensou: Se ela era doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas, o que seriam as avós?
E logo descobriu um título para elas: :Doutoras-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas.
As bisavós, Doutoras executivas sênior.
As tias, doutoras-assistentes.
E todas as mulheres, mães, esposas, amigas e companheiras: Doutoras na arte de fazer a vida melhor.

MILHO DE PIPOCA

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.
Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa.
Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos:
A dor.
Pode ser fogo de fora: Perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro: Pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece:
BUM!
E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.
No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras pela vida inteira.
Transforme-se na flor branca, macia e nutritiva.
Mude!
ESCOLHA:
MILHO PARA SEMPRE OU PIPOCA?

Um senhor de 70 anos viajava de trem tendo ao seu lado um jovem universitário que lia o seu livro de ciências.
O senhor, por sua vez, lia um livro de capa preta. Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia.
Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou:
- O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices?
- Sim, mas não é um livro de crendices. É a Palavra de Deus. Estou errado?
- Mas é claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a História Universal.
- Veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, mostrou a miopia da religião. Somente pessoas sem cultura ainda crêem que Deus tenha criado o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre o que os nossos cientistas pensam e dizem sobre tudo isso.
- É mesmo? E o que pensam e dizem os nossos cientistas sobre a Bíblia?
- Bem, respondeu o universitário, como vou descer na próxima estação, falta-me tempo agora, mas deixe o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio com a máxima urgência.
O velho então, cuidadosamente, abriu o bolso interno do paletó e deu o seu cartão ao universitário.
No cartão estava escrito:
Professor Doutor Louis Pasteur
Diretor Geral do Instituto de Pesquisas Científicas da
Universidade Nacional da França.
"Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima".

Não há melhor momento do que hoje para deixar para amanhã o que você não vai fazer nunca.

Convenientemente aplicada a qualquer situação, o amor vence sempre. É um fato que se verifica empiricamente. O amor é a melhor política. A melhor não só para os que são amados, mas também para quem ama. Pois o amor é um potencial de energia.

Os botões fragrantes ás vezes dão abrigo a lagartas; o amor devorador, de igual maneira, demora nos espíritos sublimes.

Antes amar quem só o mal me deseja a quem, fingindo o bem, só o mal me enseja.

O primeiro dever do amor é ouvir.

O amor são caminhos invisíveis que libertam as pessoas.

Beba da minha alegria e contagie-se com a minha felicidade.

Não espere que a vida te ofereça algo. Ofereça o máximo de você à vida que ela retribuirá gratuitamente à sua oferta.

Em um peixe que muitos partilham não há espinhos.

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

Depois de mandar-te embora foi que - cego!
- percebi, que eras a felicidade que eu tinha em mãos, e perdi.

O FRIO QUE VEM DE DENTRO
Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve.Teriam que esperar até o amanhecer para poderem receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha, que usavam para alimentar uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Se o fogo se apagasse, eles sabiam, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. A cada momento um homem deveria colocar um pouco da sua lenha na fogueira. Seria a única maneira para poder sobreviverem.
O primeiro homem era um racista. Ele olhou, demoradamente, para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então, pensou: "Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro". E as guardou, protegendo-as dos olhares dos demais.
O segundo homem era um rico avarento. Estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu em torno do fogo mingüante, um homem da montanha, que estampava sua pobreza no aspecto rude do semblante, e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha, e enquanto, mentalmente, sonhava com seu lucro, pensou: "Eu, dar a minha lenha para aquecer um pobretão?".
O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou mesmo daquela superioridade moral que o sofrimento lhe impunha. Seu pensamento era muito prático: "É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou sua lenha com cuidado.
O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Pensou: "Esta nevasca pode durar vários dias, vou guardar minha lenha".
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava.
Estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas das mãos calosas, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido. "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém, nem mesmo o menor dos meus gravetos".
Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas, e finalmente, apagou.
Ao alvorecer do dia, quando os homens do Socorro chegaram à caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de Socorro disse:
- O frio que os matou
não foi o frio de fora,
mas o frio de dentro.

A ausência torna o coração mais amante.

Estado, chamo eu, o lugar onde todos, bons ou malvados, são bebedores de veneno; Estado, o lugar onde todos, bons ou malvados, se perdem a si mesmos; Estado, o lugar onde o lento suicídio de todos chama-se – “vida”!
Olhai esses supérfluos! Roubam para si as obras dos inventores e os tesouros dos sábios; “culturas” chamam a seus furtos – e tudo se torna, neles, em doença e adversidade!
Olhai esses supérfluos! Estão sempre enfermos, vomitam fel e lhe chamam “jornal”. Devoram-se uns aos outros e não podem, sequer digerir-se.
Olhai esses supérfluos! Adquirem riquezas e, com elas, tornam-se mais pobres. Querem o poder e, para começar, a alavanca do poder, muito dinheiro – esses indigentes!
Olhai como sobem trepando, esses ágeis macacos! Sobem trepando uns por cima dos outros e atirando-se mutuamente, assim no lodo e no abismo.
Ao trono, querem todos, subir: é essa a sua loucura. Como se no trono estivesse sentada a felicidade! Muitas vezes, é o lodo que está no trono e, muitas vezes, também o trono no lodo.
Dementes, são todos eles, para mim, e macacos sobre excitados. Mau cheiro exala o seu ídolo, o monstro frio; mau cheiro exalam todos eles, esses servidores de ídolos!
Porventura, meus irmãos, quereis sufocar nas exalações de seus focinhos e de suas cobiças? Quebrai, de preferência, os vidros das janelas e pulai para o ar livre!
Fugi do mau cheiro! Fugi da idolatria dos supérfluos!
Fugi do mau cheiro! Fugi da fumaça desses sacrifícios humanos!
Também agora, ainda a terra está livre para as grandes almas. Vazios estão ainda para a solidão a um ou a dois, muitos sítios, em torno dos quais bafeja o cheiro de mares calmos.
Ainda está livre, para as grandes almas, uma vida livre. Na verdade, quem pouco possui, tanto menos pode tornar-se possuído. Louvado seja a pequena pobreza!
Onde cessa o Estado, somente ali começa o homem que não é supérfluo – ali começa o canto do necessário, essa melodia única e insubstituível.
Onde o Estado cessa – olhai para ali, meus irmãos! Não vedes o arco-íris e as pontes do super-homem?