Coleção pessoal de Carpegianni

Encontrados 9 pensamentos na coleção de Carpegianni

E só de não nos conformamos com o presente, conquistamos um novo futuro.

Dionisiacamente me encontro perdida em grandes estórias e finais felizes criados em mim. Culpo-me por tal atrocidade.

Sei bem de juízo que nenhuma organização ponderada humana me move, nem me deixa estática.

Não cobro nada. Nem recebo.

Levo-me em inexistências perfeitas e comparecimentos ingratos.

Não digo que vivo, não digo que estou morta.

Digo que permaneço.

Parei

de oferecer experiência aos outros
quando na verdade sou eu quem necessita de experiência



Cansei

de dar conselho aos outros quando sou eu quem precisa desesperadamente de um



Desisti

de mostrar o caminho certo a ser seguindo enquanto eu permaneço desencontrado



Não continuei

a mostrar uma porta a abrir pois nem encontrei, ao menos, um tapete de “bem vindo”



Apaguei

as mensagens motivacionais que nem a mim motivavam



Desestruturei

as metas para uma nova fase,

Se eu mesmo nem via motivos para o nome “nova”



Quebrei

os alicerces de uma vida perfeita pois vi que o perfeito só existe se houver imperfeição para o contraste



Descosturei

Ideias de filantropia quando eu mesmo era quem precisava de caridade



Vendi

Todos os presentes ganhos porque descobri a diferença de preço e valor



Eu parei, cansei, desisti, descontinuei, quebrei, descosturei e vendi…

Ainda assim, se alguém perguntar como estou?

“Bem”.

Me dá uma deliciosa preguiça social de explicar que não estou.

que nunca estive.

nunca.

Eu queria algo para me segurar quando o navio afundasse

Algo para chamar de meu e que me passasse segurança…

Sozinho eu já estou, mas queria me enganar por um dia

Por um instante achar que pertenço ao local que estou

Não achei.



Continuei distante e insignificante para mim mesmo

Chegava meia noite

Nada podia me fazer feliz e garantir que um novo ano seria “novo”

Resolvi deitar e me embriagar

Deixar o escuro e a coberta esconderem minha vergonha

E minha solidão

Sabia eu que acordaria sozinho e frio novamente no próximo dia

Onde estava o meu ano novo?



Mesmo assim, peguei um bom champanhe

Brindei comigo mesmo minha derrota e meu fracasso

Foi saboroso e libertador

A melhor parte foi me aceitar como derrotado e infeliz

Para quem sabe, recomeçar



Recomeçar?

A sofrer, a tentar, a chorar, a pensar

O importante agora seria recomeçar, certo?

Errado. Era mais um ano desperdiçado

Alguém, a cada segundo, precisa mais do que eu, permanecer vivo

Então, brindava eu, ao desespero, à carência e ao medo



Em questão de segundos, largado sobre a cama

Pensando na merda da vida

Ri de tanto azar, pessimismo e retomadas súbitas a superfície

Chegou meia noite

O mesmo ciclo de sofrimento se recomeçava

365 dias de pura escuridão de órgãos

De sangue não oxigenado

E do sabor doentio e amargo da própria língua



Chegava eu, incrivelmente de branco em um “novo” ano

Instantaneamente, o ano ficou preto e cheio de marcas de expressão

Eu percebi que acima de tudo, oxidava o mundo

Foi um conforto para minha certeza

E um fim para meu engano,

Estava só.

Há momentos em que paro, penso....
Fico olhando pela janela o passar;
Miro em fotografias do semestre passado.
Estou incompleto, imperfeito.
Ainda que completo, estaria imperfeito.

Concordo então que o problema comigo é ser imperfeito.
Incompleto eu sempre fui mesmo...
E não se trata apenas de pobres prefixos.
Todos os atos meus são imperfeitos porque você não está aqui.

Pode ser triste ler tal argumento, mas é vivo. Real.
Eu não tenho a ti quando preciso de um abraço
Não a ti tenho quando preciso de alguns beijos nas mãos
Não tenho você para arrepiar minha pele quando respira e inspira junto a meu pescoço

Não tenho você, porque ainda sou incompleto de mim...
Então minha imperfeição seria não ser completo ao ponto de ter-te junto a mim.

Basta saber se tu me aceitarias assim: redundante, imperfeito e incompleto. O que me diz?

Criava eu, um cenário perfeito
Para minhas memórias
Bons modos
Comportamento impecável
Doçura
Perdão
Carinho e fraternidade

Ninguém quis olhar o meu álbum...

Respire
Inspire
Respire
Inspire

Pego um travesseiro e o coloco sobre o nariz
Não respira
Não Inspire

Meu próprio corpo ri de mim
Como não saber morrer?
É a própria voz do medo, de pular de uma janela
Porque não tem volta
Porque não vai mais inspirar e respirar
Tentar prender a respiração é fácil
Porque sabes que o corpo uma hora ira ficar contra ti

Respiração anaeróbica
Quem foi que me disse que precisamos respirar usando ar?
Para que o pulmão trabalhar por tantos anos e segundos
Deixe-o em paz

Respire
Inspire
Respire
Inspire
Coloque-o sobre o nariz

Quebrei
Os alicerces de uma vida perfeita
Pois vi que o perfeito só existe se houver imperfeição

Descosturei
Ideias de filantropia
Quando eu mesmo era quem precisava de caridade

Vendi
Todos os presentes ganhos
Pois descobri a diferença de preço e valor

Eu parei, cansei, desisti, descontinuei, quebrei, descosturei e vendi
Mesmo assim, se alguém perguntar como estou? Bem.

Me dá uma deliciosa preguiça social de explicar que não estou.

Poderíamos descrever durante
Nove anos só as vantagens do preto
Mas quero instigar o valor do branco
Da sua grandiosa felicidade de exprimir um brilho
Que não é seu.
Egoísta!
O seu brilho, é resultado do esforço
De todo um espectro solidário e bobo.
A branquetude de tudo se exprime como
Superior!
Coitada!
Tão vazia de si que não existe
Sem as reais cores bobas.
O preto me conforta por desmascarar
Sangrentamente essa pseudo-luxuria.