Coleção pessoal de carlosmachado67

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O homem não está condenado à morte, está condenado a viver.

A morte é inexorável. No dia agendado por ela para te levar, ela não permite que outro vá em seu lugar.

Se na vida ninguém é insubstituível, na morte ninguém pode ser substituído por outro.

Na embriaguez, como na morte, não se pode ser substituído”.

A verdade faz parte do pequeno número de coisas realmente grandes e preciosas na vida: não podemos comprá-las”.

A primeira manifestação de consciência nascente é o desejo de morrer. Esta vida parece insuportável, e inatingível qualquer coisa. O desejo de partir deixa de ser vergonhoso: chegamos a rezar para que sejamos conduzidos da velha cela, que tanto odiamos, a uma nova, que ainda não aprendemos a odiar. Há nisso um traço de fé, pois sempre esperamos que durante a mudança de uma para a outra o Mestre haja por bem passar no corredor, contemplar o prisioneiro e dizer: 'Jamais fechem essa porta de novo, pois ele deverá vir quando eu o chamar' ",

É de nossos verdadeiros antagonistas que recebemos a coragem sem limites que nos anima.

Para os legisladores, os homens não passam de criminosos e covardes, que não obedecem a não ser ao medo e às ameaças de violência.

Há um certo número de coisas que não podemos atingir a não ser dando deliberadamente um salto na direção contrária. É preciso partir para o estrangeiro, a fim de encontrar a pátria que abandonamos,

Na comparação da corrupção com a árvore, a copa é a parte mais visível e é o resultado do trabalho conjunto das raízes, tronco e galhos que alimentam a copa. Urge combater o mal nas raízes e nos canais que alimentam a corrupção e não somente eliminar a copa, pois logo outra se formará.

A corrupção é como uma árvore frondosa tipo sete copas. Não adianta podar a árvore tirando-lhe a copa, pois em breve uma nova copa se formará.

NA RIBEIRA DESSE RIO

Na ribeira desse rio
Ou na ribeira daquele
Passam meus dias a fio
Nada me impede, me impele,
Me dá calor ou dá frio
Vou vendo o que o rio faz
Quando o rio não faz nada
Vejo os rastros que ele traz
Numa seqüência arrastada
Do que ficou para trás
Vou vendo e vou meditando
Não bem no rio que passa
Mas só no que estou pensando
Porque o bem dele é que faça
Eu não ver que vai passando
Vou na ribeira do rio
Que está aqui ou ali
E do seu curso me fio
Porque se o vi ou não vi
Ele passa e eu confio
Ele passa e eu confio
Ele passa e eu confio

A Íbis, a ave do Egipto
Pousa sempre sobre um pé
O que é
Esquisito.
É uma ave sossegada,
Porque assim não anda nada.

Cada dia me traz com que esperar
O que dia nenhum poderá dar.
Cada dia me cansa da esperança...
Mas viver é esperar e se cansar.

O prometido nunca será dado
Porque no prometer cumpriu-se o fado.
O que se espera, se a esperança é gosto,
Gastou-se no esperá-lo, e está acabado.

A Criança Que Ri na Rua

A CRIANÇA que ri na rua,
A música que vem no acaso,
A tela absurda, a estátua nua,
A bondade que não tem prazo -

Tudo isso excede este rigor
Que o raciocínio dá a tudo,
E tem qualquer cousa de amor,
Ainda que o amor seja mudo

A ciência! Como é pobre e nada!
Rico é o que alma dá e tem.

Esse negócio de datas, no fundo, não tem muita importância, mas acaba tendo e precisamos de uns marcos para não desmarcar muito a memória e como pretexto para homenagens, comemorações, etc.

LIMITE HUMANO – DOM JAIME SPENGLER

Qual o limite humano? Qual o limite do suportável pelo ser humano? Estas são questões importantes para quem se sente atingido por situações e contradições de todo tipo: violência, dependência química e virtual, corrupção, terrorismo, exaltação da subjetividade, promoção do conforto a todo custo, descaso com o meio ambiente, negação de Deus.

O atual estilo de vida, a atual cultura estão ligados ao saber e ao poder. Por esta concepção, tudo é visto como objeto de conhecimento e manipulação. Assim, o saber é compreendido e assumido como meio para chegar ao poder! Predomina o slogan: "saber é poder"!

Neste contexto, possibilidades de entender a realidade por meio das dimensões sapiencial, simbólica, mitológica, teológica e espiritual são desqualificadas e até ridicularizadas. O que importa é a racionalidade que tudo pretende manipular e dominar.

No entanto, por mais potentes que sejam as forças que regem a racionalidade, surgem sinais que revelam a fragilidade de tais forças. A racionalidade certamente tem valor, mas não se pode esquecer seus limites e os limites que ela impõe.

Um ser humano não é alguém que está sobre as coisas e sobre os outros, mas é alguém que está com as coisas e com os demais. O meio ambiente e a natureza não pertencem ao ser humano, antes é ele que lhes pertence e deles participam.

A pessoa humana é um ser em relação: consigo mesmo, com os demais, com o meio ambiente e com Deus.

Compreender o ser humano como imagem e semelhança de Deus impele a ver, pensar e compreendê-lo como filho de Deus e irmão de toda humana criatura. Neste sentido, a fé proporciona abertura para o grande Outro e, iluminando as relações com os outros e com a natureza, descortina a autêntica condição da racionalidade. Ela pode ser vista como profundamente humana, pois explicita o que há de mais humano no ser humano: reconhecer a capacidade de transcender-se, de sair de si, de ser mais, de superar limites; saber que pode tanto, mas não pode tudo!
Porque imagem e semelhança de Deus, o ser humano está continuamente criando, participa continuamente da obra da criação. Além disso, é convidado a jamais perder de vista a condição de filho de Deus e nela sempre crescer.

Neste contexto, qual é a missão do ser humano no mundo? Aquela de auxiliar na criação de um mundo mais humano, integrado e integrador; onde seja mais fácil amar e menos difícil a solidariedade, a fraternidade, a construção da paz e da justiça.

O cristão - sobretudo o intelectual cristão! - é convidado a viver a partir dos valores do Reino anunciado por Jesus Cristo. Mas não só! É também exortado a inspirar iniciativas que considerem a dignidade e o lugar de tudo o que existe na ordem do universo.

Infelizmente, o espírito dominante da época não favorece a integração humana do limite. De muitos modos o ser humano é induzido a desconsiderar os próprios limites e tudo o que o cerca. Tal situação tende a produzir desequilíbrios e enfermidades, como autonomias exacerbadas e/ou deprimidos de toda espécie.

A realidade humana é como um pântano que adere à pessoa e pode fazê-la afundar. Esta realidade dificulta ou torna muito trabalhosa a tarefa humana fundamental: alcançar o autoconhecimento e amar o que não se vê nem pode ser alcançado pela lente do microscópio, por ondas eletromagnéticas ou por imagens. Reconhecer e acolher o próprio limite propicia possibilidades de sua integração e superação.

"Do que a terra mais garrida,
teus risonhos, lindos campos têm mais flores.
Nossos bosques têm mais vida.
Nossas vidas em teu seio mais amores".

Canção do Remendo e do Casaco:

Sempre que o nosso casaco se rasga
vocês vêm correndo dizer: assim não pode ser; isso vai acabar, custe o que custar!
Cheios de fé vão aos senhores
enquanto nós, cheios de frio, aguardamos.
E ao voltar, sempre triunfantes,
nos mostram o que por nós conquistam:
Um pequeno remendo.
Ótimo, eis o remendo.
Mas onde está
o nosso casaco?
Sempre que nós gritamos de fome
vocês vêm correndo dizer: Isso não vai continuar,
é preciso ajudá-los, custe o que custar!
E cheios de ardor vão aos senhores
enquanto nós, com ardor no estômago, esperamos.
E ao voltar, sempre triunfantes,
exibem a grande conquista:
um pedacinho de pão.
Que bom, este é o pedaço de pão,
mas onde está
o pão?
Não precisamos só do remendo,
precisamos o casaco inteiro.
Não precisamos de pedaços de pão,
precisamos de pão verdadeiro.
Não precisamos só do emprego,
toda a fábrica precisamos.
E mais o carvão.
E mais as minas.
O povo no poder.
É disso que precisamos.
Que tem vocês
a nos dar?