Coleção pessoal de carlinharios

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Tenho tentado me estressar menos, sorrir mais. Carregar menos o mundo nas costas, dormir em paz.

Pálpebras de Neblina

Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? e trabalho, amor, moradia? o que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará. Essas coisas meio piegas, meio burras, eu vinha pensando naquele dia. Resolvi andar.
Andar e olhar. Sem pensar, só olhar: caras, fachadas, vitrinas, automóveis, nuvens, anjos bandidos, fadas piradas, descargas de monóxido de carbono. Da Praça Roosevelt, fui subindo pela Augusta, enquanto lembrava uns versos de Cecília Meireles, dos 'Cânticos': "Não digas 'Eu sofro'. Que é que dentro de ti és tu? / Que foi que te ensinaram / que era sofrer?" Mas não conseguia parar. Surdo a qualquer zen-budismo, o coração doía sintonizado com o espinho. Melodrama: nem amor, nem trabalho, nem família, quem sabe nem moradia - coração achando feio o não-ter. Abandono de fera ferida, bolero radical. Última das criaturas, surto de lucidez impiedosa da Big Loira de Dorothy Parker. Disfarçado, comecei a chorar. Troquei os óculos de lentes claras pelos negros ray-ban - filme. Resplandecente de infelicidade, eu subia a Rua Augusta no fim de tarde do dia tão idiota que parecia não acabar nunca. Ah! como eu precisava tanto que alguém que me salvasse do pecado de querer abrir o gás. Foi então que a vi.
Estava encostada na porta de um bar. Um bar brega - aqueles da Augusta-cidade, não Augusta-jardins. Uma prostituta, isso era o mais visível nela. Cabelo malpintado, cara muito maquiada, minissaia, decote fundo. Explícita, nada sutil, puro lugar comum patético. Em pé, de costas para o bar, encostada na porta, ela olhava a rua. Na mão direita tinha um cigarro, na esquerda um copo de cerveja. E chorava, ela chorava. Sem escândalo, sem gemidos nem soluços, a prostituta na frente do bar chorava devagar, de verdade. A tinta da cara escorria com as lágrimas. Meio palhaça, chorava olhando a rua. Vez em quando, dava uma tragada no cigarro, um gole na cerveja. E continuava a chorar - exposta, imoral, escandalosa - sem se importar que a vissem sofrendo.
Eu vi. Ela não me viu. Não via ninguém, acho. Tão voltada para a própria dor que estava, também, meio cega. Via pra dentro: charco, arame farpado, grades. Ninguém parou. Eu, também, não. Não era um espetáculo imperdível, não era uma dor reluzente de néon, não estava enquadrada ou decupada. Era uma dor sujinha como lençol usado por um mês, sem lavar, pobrinha como buraco na sola do sapato. Furo na meia, dente cariado. Dor sem glamour, de gente habitando aquela camada casca grossa da vida. Sem o recurso dessas benditas levezas de cada dia - uma dúzia de rosas, uma música de Caetano, uma caixa de figos.
Comecei a emergir. Comparada à dor dela, que ridícula a minha, dor de brasileiro-médio-privilegiado. Fui caminhando mais leve. Mas só quando cheguei à Paulista compreendi um pouco mais. Aquela prostituta chorando, além de eu mesmo, era também o Brasil. Brasil 87: explorado, humilhado, pobre, escroto, vulgar, maltratado, abandonado, sem um tostão, cheio de dívidas, solidão, doença e medo. Cerveja e cigarro na porta do boteco vagabundo: Carnaval, futebol. E lágrimas. Quem consola aquela prostituta? Quem me consola? Quem consola você, que me lê agora e talvez sinta coisas semelhantes? Quem consola este país tristíssimo?
Vim pra casa humilde. Depois, um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui. Não por nobreza: cuidar dele faria com que eu me esquecesse de mim. E fez. Quando gemeu "dói tanto", contei da moça vadia chorando, bebendo e fumando (como num bolero). E quando ele perguntou "por quê?", compreendi ainda mais. Falei: "Porque é daí que nascem as canções". E senti um amor imenso. Por tudo, sem pedir nada de volta. Não-ter pode ser bonito, descobri. Mas pergunto inseguro, assustado: a que será que se destina?

Quando você me apareceu, eu não estava perdido. Seguia meu curso tranquilo e, ainda que não enxergasse direito meu caminho, ia em frente. Quando você me chegou, não estava procurando um novo amor, um novo alguém. Aconteceu. Tudo bem. Mas desde que você me veio, não sei por qual obra da vida, é inegável que tudo ao redor de mim mudou. Se hoje um sentimento é mais forte e uma emoção é mais sentida, é única e exclusivamente sua culpa, que me trouxe o lado bom do amor de novo. Obrigado, simplesmente, por ser assim. Por ser o homem que sempre desperta o que há de melhor em mim.

EU ME RENDO

Não faça caras e bocas porque eu sei os motivos que você as usa. Vem com esse jeito manso, falando baixinho e, quando dou conta de mim, já estou pedindo involuntariamente “usa e me abusa”. Acha que esse par de pernas de fora e um sorriso enlaçante serão suficientes para amarrar meu coração desconfiante? Acha que é fácil chegar só com carinho, agradando meus ouvidos e levando o que quer?

Se você acha que sim, eu me rendo. É assim mesmo que é.

Achei até que não era comigo. Não sei de onde eu tirei essa sorte de você bater olho e querer descobrir quem era aquele menino. É claro que eu já te notava, já ensaiava palavras, mas nada demais. Lembro da ligação, de ficar mudo e não ficar mais em paz. Duplo sentido nas suas orações, e eu nas minhas só pedindo haver uma saída. Algum caminho que não me fizesse presa tão abatida.

Cerco apertado, corda no pescoço. Fico olhando pro lado só pra tentar disfarçar o nervoso. Quem para e segura uma mulher quando vem decidida, quando sabe o que quer? Quem fica na frente quando ela vem quente e, dura na queda, não desiste se ouve um “não”? Coração bandido, ou mata o desejo ou morre num beijo, mas é sempre certeiro o tiro.

Já pressinto o afogamento por beijos molhados e o asfixiamento por abraços apertados. Já sei que todas as armas estão sendo usadas. Você brota na minha na frente, mais uma vez, toda arrumada. Cadê minha fala, pelo amor de Deus!? Dissimulada, faz de conta que não tá fazendo nada. Ainda tem a maldade de perguntar “o que é que eu fiz?”.

Quer saber?, faça o que quiser eu me rendo, mas me faça feliz.

Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso.
Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura.
Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista.
Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo.
Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez.
Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.

Mas quem disse que eu não posso suportar? Eu vou suportar, vou suportar até não caber mais choro em mim, e um dia eu vou te encontrar e sei que nenhuma terminação do meu corpo vai sentir a sua presença.”

Porque era bom e tal. Aliás, meu Deus, como era bom. Mas não era bom pra ficar junto, certo? Então pronto. Chega.

Passei tanto tempo, me importando, me chateando, ligando, correndo, fazendo das tripas corações para segurar o amor que restava nas costas. Agora eu prometi a mim mesma que não carregaria mais nada, peso nenhum sozinha. Não importo tanto, não me chateio tanto, não ligo tanto, não corro tanto e adivinhem só? Também nem preciso segurar mais amor nenhum, parece que agora ele vive flutuando e me acompanhando sempre. Quando eu parei de procurar ser amada, parece que o mundo começou a me amar mais.

Eu treinei viver sem você. De tanto treinar, me acostumei.

Afinal, sabem meu nome e pensam que sabem a minha vida inteira.

Não é ser fria, é ser cuidadosa. Não é ser grossa, é falar a verdade. Não é ser metida, é ter amor próprio. Não é ser difícil, é ser seletiva. Você precisa ser mais franca e esperta. Tanto homem por ai querendo uma mulher interessante igual a você, e você ai perdendo tempo atrás desse menino? Acorda amiga, mulher precisa de homem, e homem precisa de mulher. Meninos só precisam de uma mãe e um playstation.

Garçom… que dose de mentira você tem?
- Temos: eu te amo, nunca vou te deixar, eu quero você comigo, sinto saudades e também temos uma que anda saindo bastante: ‘pode confiar em mim’.
- Ah… Manda todas que hoje eu quero me iludir!
·

Um dia, quando a gente menos espera, o passado começa a fazer sentido. As peças se encaixam, a ficha cai, as verdades ganham fôlego, a covardia abandona a mente, o perdão é consentido e o coração finalmente começa a se sentir em paz.

só posso ser inteiro ao me dividir contigo

Sabe de uma coisa? Não, você não sabe. Vou te contar. Eu ando tão sensível. Precisando assim de uma palavra suave, de um gesto inesperado - e belo. Você consegue me surpreender de um jeito bom? Diz que sim, preciso tanto de você. Que coisa louca essa: a gente precisa de alguém. Mas, sabe, a gente sempre precisa de alguma coisa que nos coloque no eixo. Ando meio fora dos trilhos, se é que você me entende. Andei pensando na vida - é, sei que isso dá calafrios…

Não culpe os outros pelos seus erros, não coloque carga no destino se foi uma escolha sua, não reclame do azar se nem ao menos tentar você tentou, não diga que não é capaz só para que outros tenham pena, não se desespere se ainda houver tempo, não cultive rancor ou raiva de nada, não queira ser mais esperto que ninguém porque sempre haverá quem queira ser mais esperto que você, não avance na vida precisando usar os outros de ponte, não desmereça a meritocracia, não subestime ninguém, não supervalorize os pequenos acertos que ajustam o rumo da sua história, não gaste lágrimas com o que e/ou quem não as merece, não aceite todos os conselhos que ouvir, não acredite em tudo que seus olhos te contarem, não seja intransigente, não tape os ouvidos deixando de lado quem quer ajudar, não se feche no seu próprio mundo durante muito tempo, não fique sem um abrigo, não esqueça que toda fase ruim pode ser apenas uma fase e que toda fase boa também é assim, não fique parado se tocarem sua música preferida, não fique sem ler um bom livro, não se sustente numa mentira, não queira mais do que tem sem se esquecer de agradecer por tudo, não repita toda hora que não tem tempo pra nada porque sempre há um jeito quando se quer algo de verdade, não tenha medo de mudar de opinião, não tenha receio de dizer não nem covardia de dizer sim, não se proíba de comer nada, e, principalmente, não tenha medo de ser feliz.

Não existe dia ruim. Sempre há chance do dia ser feliz. Mesmo que seja tarde. Mesmo que seja de madrugada. Uma gentileza salva o dia. Um bife milanesa salva o dia. Uma gola branca e engomada salva o dia. Uma emoção involuntária salva o dia.
Nunca o dia está inteiramente perdido. Não devemos acreditar que uma tristeza chama a outra, que se algo acontece de errado tudo então vai dar errado. Lei de Murphy não foi aprovada pela Câmara dos Deputados.
Confio no improviso, na casualidade, no movimento das cortinas na janela.
Até o último minuto antes da meia-noite, você pode resgatar o contentamento. É uma gargalhada do filho diante da papinha, transformando a cadeira num imenso prato. É algum amigo telefonando para confessar saudade. É sua mulher procurando beijar a orelha mandando sinais de seu desejo. É o barulho da chuva na calha, é o estardalhaço do sol na varanda. É encontrar - iniciando na tevê - um filme que adora e já assistiu cinco vezes. É oferecer colo ao seu gato. É planejar uma viagem de férias. É terminar um livro que abandonou pela metade. É ouvir sua coleção de LPs da adolescência. É comprar uma calça jeans em promoção. É adormecer no sofá e receber a coberta silenciosa de sua companhia. É a possibilidade feminina de passar um batom e pintar as unhas. É possibilidade masculina de devolver a bola quando ela sobe a cerca num jogo de crianças
A felicidade é pobre. A felicidade precisa de apenas um abraço bem feito.
Sigo esperançoso. Não coleciono tragédias. Sofro e apago. Sofro e mudo de assunto, abro espaço para palavras novas, para lembranças novas.
Vejo o esforço da abelha tentando sair do vidro, e não sou melhor do que ela. Vejo o esforço da formiga carregando uma casca de laranja, e não sou melhor do que ela. Viver é esforço e nos traz a paz de sonhar – querer não fazer nada é que cansa.
Não existe dia que não ganhe conserto. Não existe dia morto, dia de todo inútil.
Não desista da alegria somente porque ela se atrasou. Pode ter recebido esporro do chefe, ainda assim a hora está aberta. Comer um picolé de limão é capaz de restituir sua infância.
Não encerre o expediente com o escuro do céu. Pode não ter grana para pagar as contas e ter que escolher o que é menos importante para adiar, ainda assim é possível se divertir com o cachorro carregando seu chinelo para o quarto.
Quando acordo com o pé esquerdo, sou canhoto. Não existe dia derrotado.


Há quem diga que sonha em preto e branco, outros, que sonham colorido. Sonhar colorido é muito mais interessante, pois tudo fica mais bonito. Os sonhos estão aí para definir a vida em cores. Os otimistas e sonhadores sempre vão dizer que a vida é colorível, mesmo que os sonhos sejam brancos e pretos.
A forma, pela qual todos veem a vida, não muda nada, o importante é que todos possam tornar a vida colorivel, porque o que sonham, seja preto e branco ou colorido, não importa. O que realmente é importante são os acertos, para que a vida se torne colorida.
Temos que viver colorindo a vida do nosso jeito, isto é, fazer com que a vida seja colorível. Assim seremos mais felizes.
A vida é muito mais que a exatidão de um preto e branco. Vai muito além da importância de torná-la colorida. Ela é uma dádiva e, viver plenamente, é um presente irrecusável, assim como é colorir um desenho.
Muitos diriam que, definir a vida em cores, para eles, ela seria preta e branca. Essas pessoas são muito calculistas, não se interessam muito em colorir a vida. Os pessimistas diriam que a vida é cinza, não haveria graça em tentar colori-la. Mas os otimistas e sonhadores diriam que a vida é para se colorir, então ela é colorivel.
Podemos seguir nosso caminho, logo, podemos deixar, junto a estes caminhos, uma vida colorida. Não é porque o papel é branco que deve permanecer branco. As folhas brancas estão aí para serem coloridas. E assim é a vida, colorível. Com os sentimentos de amor vem a bondade, a alegria e a vida se torna branda, bem colorida. São esses sentimentos que fazem com que a vida seja colorivel.
A vida ganha cor para que possamos apreciá-la, para não olharmos para ela e nos sentirmos amargos e infelizes, pois as cores trazem a felicidade.
Se os nossos sonhos forem em preto e branco, devemos fazer com que a vida seja muito mais que em preto e branco. Devemos dar cor à vida, porque ela é colorivel e ser colorivel é poder ter a oportunidade de colorir a vida.

"Há homens que têm patroa. Há homens que têm mulher. E há mulheres que escolhem o que querem ser."
— Martha Medeiros.

"[…] Porque amar de verdade é se apaixonar todos os dias pelo mesmo sorriso."
— Acúmulos.

Ele não é só um cara...
Esse sim, esquenta as suas mãos e escuta os seus impropérios e gracinhas com o mesmo apego. Ele não te deixou apodrecendo ali onde você não pudesse incomodar. Ele é diferente de tudo o que é errado em seu mundo e em outros mundos.
Você diria que ele salvou sua vida se não soasse tão dramático. Ele não faz planos ou promessas, só surpresas, te ensinou a gostar de surpresas. Ele é diferente. Ele não é só um cara.
Ele te ouve como se te entendesse, fala como quem soubesse o que dizer e não diz nada muitas vezes, porque ele entende os silêncios. Ele existe. Você sabe que seriam bons amigos, bons parceiros, bons inimigos, mas você prefere ser a garota dele.
E sabe que serão importantes na história um do outro para sempre, independentemente de tudo que estiver pra acontecer. Porque ele não é só um cara. Você não quer mais só um cara. E ele é tudo que você quer hoje.

Procure por alguém que, com milhares de opções, escolha você.

Você não é tudo isso
É mais que isso
E só você não percebe
Isso



Eu não mudaria uma vírgula em você, então nem se preocupa. Quando eu te conheci, com a personalidade tão forte quanto o perfume que nunca mais saiu da minha memória, eu sabia que era preciso se ajeitar, nunca forçar. O encaixe aqui é natural. É a adaptação de quem quer saber tudo sobre alguém e, naturalmente, também se entregar na mesma proporção. Ninguém tem o direito de mudar outra pessoa. Ainda mais em nome do amor.
(trecho de “Não Precisa Mudar”)



Que delícia seria a vida se todos soubessem a diferença que um apelido carinhoso na boca da pessoa certa faz no dia de alguém.



E pode ser que entre as linhas das coisas que eu escrevo você encontre, além de você descrita, nós dois em versos que camuflei pra poder dizer tudo que eu não tenho coragem.



Ela detesta rosas. Prefere um lírio laranja ou branco. Eu acho. É, eu acho. Não consigo lembrar de todos os detalhes assim, mas pelo menos sei que ela detesta rosas. Já imaginou eu chegar com um buquê e ela me olhar com aquela cara de “você esqueceu que eu não suporto essas flores”? Seria pior, né. Apesar da crença popular de que toda mulher ama recebê-las, ela se torna exceção à regra. Ainda bem que é a minha exceção.
(trecho de “Ela”)



A gente vai ficando mais forte nos dias ruins. Quando nada dá certo. Sabe aqueles em que era melhor ter ficado na cama? Então. Acredito que os outros, guardados na memória como “perfeitos”, são tão importantes quanto. Lógico que são. Mas é na conseqüência de um erro, de um desacerto, de um tropeço pelo caminho que, de repente, a gente se pega caindo e tem um ao outro para aparar. Eu te escolhi no sorriso, mas foi no superar das dificuldades que tive certeza do quanto isso pode ir longe. Fica combinado assim, o tanto que eu cuidar de você, você cuida de mim.



Fui deixando de ser
Somente eu
Hoje, sou mais
Sou seu



Sou admirador daqueles amores que, ainda que cheios de “até logos”, não se despedem de fato. Guardam-se na saudade e aguardam na vontade de dizer “volta logo”.



Quero acertar contigo. Sei que, sim, vou acabar errando algumas vezes. Pode ser por insegurança, pode ser por afobamento, pode ser por negligenciar, em algum aspecto, um aviso. Sei lá. Pode ser tanta coisa, mas sei que quero acertar. Acertar seus gostos, acertar a hora certa de te beijar, acertar a hora de dar espaço, pedir desculpas, acertar quando ser necessário e até a hora de sair um pouco de cena. Quero fazer tudo certo o suficiente para que, se um dia a gente não se acertar mais, você lembre o quão certo eu fui. Quero ser o certo, o correto, e o amante incorrigível que tem aquela mão que te acende e o olhar que te acalenta. É apenas o início da jornada, já tão certa de que pode ir longe. Resta ter paciência. Eu quero acertar muita coisa. Já acertei que é você a certa pra mim.



Só quero que você saiba que, antes de querer ser um bom homem, quero ser um bom amigo pra você. Se der, isso cresce. Se não der, o carinho vai continuar o mesmo. Expectativa é sempre pro próximo encontro e pro próximo abraço, mas não vai mais pro próximo beijo. Vejo, hoje, que gostar de você é muito mais que querer isso. Tem abraço que parece beijo, mas o seu é amor. E interprete isso como quiser.



Ela é o tipo da garota “enfim”. Enfim você pode colocar a cabeça no travesseiro e ter certeza de que encontrou alguém. Enfim pode descansar já que não existe mais a busca por um par. Enfim o mundo te dá alguém para sonhar ao dormir e ligar ao acordar, ou ligar antes de dormir e sonhar de olhos abertos ao acordar. Enfim a palavra amor ganha corpo, forma e voz. Enfim, o resumo de tudo que se quis – com defeitos e tudo. Enfim alguém por quem vale o pacote completo que pede o gostar.



Há um mistério no teu abraço. É sentir teu corpo colado no meu para que o mundo mude. Cinco segundos, que seja. No corredor apressado ou num melhor, com minutos alongados enquanto me conforto e ajeito no espaço que me cabe. Não sei o que fazer. Sei que aperto, cravo as pontas dos dedos nas tuas costas, cintura e percorro toda a extensão do teu dorso. Que força é essa. Me leva o mau humor, me traz a paz. Me tira o sossego e, ao mesmo tempo, acalma.
(trecho de “Mistério”)



Todas as noites que você me deseja “boa noite” são boas.



A palavra certa nem ao menos é aceitar. Se é que exista palavra certa. Compreensão, talvez. Em qualquer sentido pode ser que haja um lado abrindo mão de algo para que o que passou fique morto e enterrado e a vida possa seguir. Não é bem assim. A história que passou importa muito pouco perto do que ainda se pretende construir. É nisso que uma verdadeira relação deve se basear. Há sonhos que apenas um novo casal pode realizar. O velho não realiza mais nada.
(trecho de “Me Lixando”)



Vou te complicar. No próximo abraço, pequena, vou te apertar mais que o costume e vou fazer tua boca encostar meu pescoço. Ali, duvido que teus lábios resistam à tentação que a eles se oferece. Do beijo premeditado, vou dizer alguma coisa no seu ouvido que vai ecoar pela sua cabeça e descer, lentamente, como uma mão atrevida passeando pela barriga até o pé. E depois eu troco de lado, sussurro outro segredo pra compensar o peso. Cada orelha leva uma mordida, uma confidência e um arrepio.
(trecho de “Vou te Complicar”)



Meus olhos são fãs incondicionais dos seus sorrisos.

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Não preciso que o mundo me entenda
Mas que você se esforce
Não sou tão fácil de ler, não canse
Sei que você é forte

Pretendo me fazer difícil
Até você achar que está ficando fácil
Depois, lembro de outros segredos
E renovo o seu medo de ficar de lado

Faço isso por charme,
Adoro esse jogo de conquista
Que pessoa não sente os olhares
E acaba ficando um tanto egoísta?

Meu bem, eu pretendo
Te prender nos meus dedos
Só não sei se é mais tarde, agora
Ou até mais cedo

Vai ver que nesse lance
De não facilitar nem ceder,
Meu coração não esperou
E já correu pra você

Eu espero por dias melhores sem pressa, sei que o que tiver pra acontecer de bom comigo vai acontecer, e preciso ter paciência, vai acontecer na hora certa. É preciso viver um dia de cada vez, é preciso subir a escada degrau por degrau e acima de tudo saber esperar e principalmente ter fé acima de tudo.

“Nunca ouvi coisa boa quando alguém foi sincero comigo. Nunca ouvi uma declaração de amor. Uma declaração de fé. Uma declaração de confiança.
Com a sinceridade, suportei despedidas, críticas e desaforos. Fui demitido, ou avisado do fim do namoro. Não fui promovido, abençoado. Não me ressuscitaram com a sinceridade.
Não recebi pedido de casamento. Não me salvaram com a sinceridade. Não me resgataram com a sinceridade. Não tiveram pena, compaixão, compreensão com a sinceridade.
Ser sincero é uma condição que traz unicamente cobrança, ajuste, saldo.”

"Aprendo a amar amando, para entender que a maior declaração ainda não é o "eu te amo". É quando alguém confessa: "Não consigo mais viver sem você." Mas isso não é amor, é coragem."

Basta te olhar.

Basta te ver chegando. Do outro lado da calçada já te enxergo e a nuvenzinha negra que insisto em carregar na minha cabeça se dissipa. Problemas? Desde que seus olhos castanhos cruzaram a rua e me abraçaram, não lembro de nenhum deles. Traz uma bolsa no ombro, uma sacola na mão e um sorriso no rosto.

Linda.

Vou adicionando certezas a minha vida cada vez que você faz essa mágica de chegar me fazendo feliz: você é minha cura. Se algo começa a dar errado, fecho os olhos e penso em você. É como quem segura um escapulário nas mãos, ou faz uma figa, ou tenta qualquer outro lance de sorte. Penso na sua imagem e todo o mal se esvai. Isso! Você me traz sorte, você é a minha própria. A sorte em pessoa. Em boca, mãos, pernas e voz no meu ouvido que insiste em nunca desistir de mim. Como que as coisas vão dar errado assim?

Ao teu lado, já sinto, sou invencível. Aí, você atravessa a rua, para na minha frente e me beija. Basta só você me olhar e, nesse momento, tenho mais uma certeza.

Certeza de que posso ser qualquer coisa com você.