Coleção pessoal de CarlaGP

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⁠"A vaidade não tem visão periférica; enxerga tudo por meio de antolhos".

⁠"A vaidade não conhece a contemplação: ou olha e não vê, ou vê apenas o que olha, sem jamais vislumbrar o que se insinua".

⁠"A solidão fere de morte a vaidade".

⁠"⁠"O silêncio é a paz que a vaidade não suporta".

⁠"Um homem precisa cegar-se espiritualmente para não ver a feiúra do mundo e a sua própria".

⁠⁠"A feiúra mais repugnante é justamente a mais difícil de ver".

⁠"Uma sociedade de monomaníacos monotemáticos tem potencial de monstruosidade infinito".

⁠"Da futurologia, o afã de prever com grande precisão o porvir, passa-se à futurolatria, a adoração do que ainda não existe.

Toda revolução perfaz-se num exercício ideológico de futurologia que descamba, necessariamente, em futurolatria: da previsão de um amanhã funesto passa-se à veneração de um amanhã político promissor.

O revolucionário catalisa o medo das massas no tempo presente para encantá-las, induzi-las à ilusão de um mundo melhor no futuro.

Isto, é claro, se as suas propostas ideológicas forem seguidas à risca.

O antídoto contra todos os profetas profanos da felicidade imanente, mundana, terrenal, é Aquele a quem todos normalmente chamam "Deus", o Próprio Ser Subsistente que está para além de todos os amanhãs e nos quer partícipes de Sua eternidade, situada fora do tempo".

⁠"A soberba é versátil e não se importa em vestir a capa do medo".

⁠"Quando tem por objeto a vida alheia, a curiosidade é uma subespécie do vício da devassidão. O curioso, de tanto invadir o que não deve, faz a sua vida interior perder todo o viço; daí a exibir a própria intimidade e a dos outros como se fossem troféus, é um passo".

⁠"O mais venal dos homens é o que se vende por uma boa causa – à qual deveria aderir espontaneamente".

⁠"Dizer coisas desagradáveis é uma das mais nobres prerrogativas de um filósofo.

⁠"O inferno é a definitiva vitória da realidade sobre quem a nega com obstinação".

⁠"Ninguém segura uma multidão de egoístas desesperados".

⁠"Desde o começo do século XXI, o mundo foi tomado por hordas de pessoas maravilhosas capazes de trucidar o próximo, por desespero fantasiado de boas intenções".

⁠"Os extremos não se escandalizam: as pessoas boníssimas a quem chamamos "santos", como também as de elevado grau de malignidade, têm a alma imune ao escândalo. Os santos por proficiência, pois conhecem de maneira extraordinária as insídias do mal e os anticorpos a serem usados contra elas; os cruéis por deficiência, pois suas almas foram narcotizadas a ponto de as piores maldades não lhes suscitarem espanto".

⁠"A personalidade é a identidade profunda de uma pessoa consigo mesma, naquilo que essencialmente a constitui. Portanto, não pertence à ordem do agir, mas à do ser. Não pertence também a nenhuma instância subconsciente ou inconsciente. Não pertence, por fim, à instância sensitiva na qual afloram inúmeros apetites físicos.

A personalidade é a própria pessoa desprovida dos vícios que a impedem de afirmar-se no mundo pelo amor.

Tudo o que se constitui em óbice para o amor despersonaliza, desfigura nalgum grau a pessoa humana. Neste sentido, alguém que vive na superfície de suas pequenas satisfações ou insatisfações cotidianas é uma personalidade apagada, sem atrativos, desprovida de digitais espirituais que a distingam das demais pessoas.

Uma pessoa desfigurada por vícios presta-se à homogeneização fomentada por ideologias, sejam estas quais forem. Continua sendo uma pessoa, é verdade, porém uma pessoa em ruínas, impossibilitada de conhecer as suas próprias potencialidades.

A personalidade é o sujeito que está para além de todos os acidentes que nele inerem, quer intrínsecos, quer extrínsecos. A pessoa pode ser magra, baixa, alta, gorda, ter sofrido isto ou aquilo na vida. Estas circunstâncias não configuram a sua personalidade, embora a influenciem.

O "eu" em sua nudez metafísica, operando habitualmente de acordo com a excelência das potências superiores da alma, inteligência e vontade. Isto é a personalidade.

Quantos de nós conseguimos alcançar esse âmago que nos constitui?"

⁠"A autocomiseração costuma fazer-se acompanhar da crueldade".

⁠"A indiferença para com o próximo que passa por dificuldades — a começar pelos amigos e pela família, que são os próximos mais próximos — é o primeiro sintoma de fadiga moral. Ultrapassado este ponto, o passo seguinte de uma pessoa em tal estado é acusar o próximo pelo infortúnio que sofreu, maneira eficiente de não lhe estender a mão sem sentir culpa, num total alheamento.

Cedo ou tarde, a indiferença transforma-se em delito espiritual irreversível, pois vai destruindo aos poucos o que um homem tem de mais excelente: a possibilidade de amor verdadeiro. Possibilidade que essencialmente o constitui.

Ser indiferente é despersonalizar-se, nadificar-se sem o saber".

⁠"A soberba é o único beco verdadeiramente sem saída para o homem. É pior que a morte porque é a morte em vida".