Coleção pessoal de CarlaGP

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⁠"Quem ama pouco tem má memória".

⁠"Cedo ou tarde, chega o momento em que o homem é compelido a dar testemunho – perante a sua própria consciência – da generosidade ou da ingratidão dos seus atos.

Os teólogos chamam esta hora tremenda, repleta de dolorosas luzes, em que nenhuma neurose pode servir de refúgio para quem se habituou ao auto-engano, de 'dia do juízo particular'".

⁠"O ódio é monotemático, ainda que sob vários disfarces".

⁠"O medo do inferno ordinariamente encoraja; o medo da morte habitualmente acovarda".

⁠"O aplauso do idiota é a alegria do vaidoso".

⁠"Quando a saúde fragiliza-se os problemas mundanos relativizam-se, estando o intelecto mais livre para hierarquizar a realidade e voltar-se às coisas que realmente importam, dando a cada uma o seu real peso e valor.

"Vanitas vanitatum et omnia vanitas", diz o Eclesiastes.

Esta máxima não pode ser compreendida em sua dimensão espiritual por quem está engolfado nas coisas do mundo, por quem tem o coração turbado com relação ao presente, porque a vontade oscila demasiado em suas intenções, e inquieto com relação ao futuro, porque a imaginação vagueia na concepção de possibilidades sem fim.

A vontade de quem sofreu pouco – ou sofreu mal, por doentia incapacidade de resignar-se – ainda não foi provada, e até que o seja será impossível aquilatar se é forte e magnânima ou fraca e pusilânime.

Quem padece de uma doença crônica relativamente grave sempre encontra ocasiões para triturar as vontadezinhas medíocres, as veleidades, os pensamentos inócuos, como também para curar-se de medos infundados e aspirações sem sentido. Alguns perdem esta chance preciosa e caminham para o extremo oposto: em vez de se libertarem de suas próprias limitações, purgando-se na dor, tornam-se escravos delas, ao mantê-las em meio à busca de placebos irrazoáveis mitigadores do sofrimento.

O sofrimento ou purifica o homem, para que ame, ou o atiça, para que odeie".

⁠"Diálogo não é um monólogo de várias bocas que se reúnem em grupo para falar, cada qual, ao vento ou ao próprio umbigo".

⁠"A soberba intelectual é uma espécie de transe auto-hipnótico".

⁠"O avarento tem os dentes da hiena, a camuflagem do camaleão e o bote da serpente".

⁠""As trevas terminam quando irrompe a aurora com suas luzes tênues, que aos poucos vão dando lugar a outras – mais fortes. Assim também ocorre com os tempos sombrios, incapazes de perdurar indefinidamente. Chega o momento em que a dissolução por eles provocada esgota-se, e então é preciso recomeçar o trabalho, árduo porém gratificante, de edificação espiritual, intelectual e moral.

A restauração da ordem política vem depois, porque a política não é a causa de si mesma nem um fim em si mesmo.

O tempo presente é de densa treva, mas a hora de sua derrocada aproxima-se, pois a maldade tem pressa e é estúpida em sua autoconfiança, até autodestruir-se".

⁠"Entre o adulador e quem se deixa adular a diferença é apenas de circunstância".

⁠"A liberdade humana é potência para amar".

⁠"O medo continuado da morte inviabiliza a preparação para a morte, chamada pelos escolásticos de 'ars bene moriendi' (a arte de morrer bem).

Pensar na morte como destino inexorável é refletir sobre o sentido da vida. A isto alguns místicos deram o nome de 'contemplação da morte'.

Morre mal quem na morte só enxerga o fim da vida, e não a necessidade de ordenar-se moral e espiritualmente para viver bem, enquanto não recebe a visita da Indesejada das Gentes.

A morte da pessoa anticontemplativa, de mente obnubilada, é estúpida; e triste parece ser o destino de sua alma".

⁠"Em tempos difíceis, quando os maus triunfam sobre os justos em larga escala, cedo ou tarde quem espera em Deus acaba por enxergar o infortúnio e as dores como instrumentos de perfeição.

Não é, pois, gratuito o seguinte versículo do Salmo 30: "Multae tribulationes iustorum".

Quando tudo parece não ter solução, o homem fiel espera com maior fervor o auxílio proveniente do poder e da sabedoria do Criador".

⁠"A crueldade da pessoa autocomplacente é potencialmente ilimitada".

⁠"Para haver traição um só covarde basta; para haver revolução são necessários quatro ou cinco – movidos pelos mesmos ódios e medos".

⁠"A função precípua do Estado pós-moderno é proscrever a bondade e legalizar a maldade'.

⁠"Brasileiro se ofende até com elogio sincero".

⁠"O adulador de hoje é o difamador de amanhã"

Numa sociedade corrupta, crer nas instituições é uma forma elegante de covardia.