Coleção pessoal de Caluga

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Ninguém alguma vez escreveu ou pintou, esculpiu, modelou, construiu ou inventou senão para sair do inferno.

A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo.

Não é difícil morrer nesta vida. Viver é muito mais difícil.

A comédia é um jeito inteligente de ver o mundo.

Não fiz o melhor, mas fiz tudo para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas não sou o que era antes.

Não há nada mais trágico neste mundo do que saber o que é certo e não fazê-lo. Que tal mudarmos o mundo começando por nós mesmos?

Estou na caridade da evolução do meu ser. Quero ser menina, encontro-me mulher. Quero ser mulher, vejo-me menina.

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo;
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera;
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta;
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente;
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem;
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?

Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.

E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade também.

Porque metade de mim é plateia, a outra metade é canção.

Que a arte me aponte uma resposta mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar, pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade não sei. Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito. E que o seu silêncio me fale cada vez mais.

Porque metade de mim é o que eu penso... e a outra metade é vulcão...

Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo...

Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade.

Porque metade de mim é o que eu grito, a outra metade é silêncio.

METADE

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

Se o que tens a dizer não é mais belo que o silêncio, então cala-te.