Coleção pessoal de bruaaf

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O que eu fui ontem e anteontem já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem para agora, hoje é o meu dia, nenhum outro.

O jeito é curtir nossas escolhas e abandoná-las quando for preciso, mexer e remexer na nossa trajetória, alegrar-se e sofrer, acreditar e descrer, que lá adiante tudo se justificará, tudo dará certo.

Cansei. Cansei de ser besta. Cansei de sofrer. Cansei de me magoar. Cansei de você.

Decepções acontecem, mas sempre há um amanhã para ser surpreendido!

Algumas pessoas não entendem que às vezes não adianta brigar, cobrar, reclamar, discutir, se estressar. Tem horas que nem o conversar adianta. O silêncio basta. O choro desabafa. Um simples abraço conforta. E o sentir é o que importa.

E tantas vezes olhei para o relógio. Na tentativa de ver que estava pensando em mim. Sim, as horas repetidas eram um sinal. E em tantos momentos eu olhei e sorri. Vi que estávamos os dois ali, juntos em pensamento. Juntos nos sonhos e nas lembranças. Eram 14:14 ou quem sabe 20:20. O que importava era que todos os dias nos encontrávamos no mundo do tempo. O nosso mundo. O nosso momento.

Hoje me perguntaram se te esqueci. Me calei. Um turbilhão de mágoas vieram. A pessoa perguntou novamente. Eu respondi que sim. Respondi indecisa. Respondi confusa. Tentei achar resposta. “Estou esquecendo”. Foi minha resposta final. É triste ser assim. Mas não vou mais me lamentar. É como tem que ser. Preciso seguir em frente. Se tem que ser assim, que seja. Se assim for preciso. Só pra te esquecer. Que seja. O que mais quero é me ver livre. Livre no que pensar. Livre no meu sonhar. Livre de você.

E então veio a imensa vontade de chorar. Como se fosse limpar tudo por dentro. Como se fosse me purificar. Mundificar a minha alma. E de fato foi. De fato é. De fato será. Sempre haverá de ser assim. Lágrimas que correm pelo rosto são lágrimas que esvaziam o nosso corpo. Descem como um manancial. Jorram até a dor cessar. E se não cessa ao menos ameniza. Deixa mais leve o nosso corpo. Esvazia nossos pensamentos. Alivia nossa angústia. Chora. Chora. Chora que faz bem. Chora que vai passar. Chora pra esquecer. Chora pra descarregar. Chore o quanto for necessário. Mas uma hora tem que parar. E quando acabar o descarrego levante. Levante sua cabeça. Siga em frente. Com fé, esperança e coragem tudo ficará diferente. É importante acreditar. De coração, corpo e alma. E tudo aquilo que se aliviou durante a choradeira trabalhará duro agora. Te dará forças para você seguir adiante. Coragem e confiança! Pois lembre-se: chorar é para os fortes.

Eu tenho uma imensa dificuldade em aceitar o que é novo. Nem sempre mudanças são bem vindas. Gosto de tudo certinho. Tudo normal. Gosto de estabilidade. De segurança. De comodidade. Não reajo bem à mudanças e afins. Novidade pra mim só se de cara for pra melhor. Só se de fato for bom no exato momento. Esperar? Também não gosto. Eu sou assim, fazer o que?! Gosto de ver o resultado na mesma hora. Até sou paciente, mas tem horas que não dá pra ser de forma alguma. Por tanto eu quero aquilo e eu quero é já, antes que mude.

Amar: Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...

O amor é quando a gente mora um no outro.

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Poema do amigo aprendiz

Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...

Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.